Pischishow e Avisuleite
De 13 a 15 de julho, participamos em Palmas, capital do Tocantins, de dois importantes eventos do agronegócio: o Congresso e Feira de Tecnologias para Pesca e Aquicultura dos Cerrados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e o Congresso e Feira de Tecnologias para Avicultura, Suinocultura e Laticínios dos Cerrados do Matopiba- I Avisuleite.
A promoção foi da Revista Cerrado Rural Agronegócios. Viajamos a convite do jornalista Antônio Oliveira, diretor da revista e organizador geral dos dois congressos.
Os Congressos Pischishow e Avisuleite, que contaram com o apoio do governo do Tocantins, do Ministério da Agricultura e da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Tocantins (Faciet), foram realizados no Centro de Convenções de Palmas.
Vários temas foram abordados nas palestras. Como por exemplo, “Peixes Nativos e sua inclusão social, econômica e ambiental”, com o engenheiro agrônomo e secretário de Desenvolvimento Rural de Palmas, Roberto Sahium;
“Aquicultura e Pesca: oportunidades, desafio e estratégias”, com o ex-ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin;
“Panorama da Avicultura e da Suinocultura no Brasil e no mundo – Perspectivas para o Tocantins”, com Ariel Antônio Mendes, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Aves (ABPA);
“Perspectiva da Piscicultura Brasileira e os desafios da Peixe BR”, com o presidente da Associação de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros;
“Produção de Leite a Pasto”, com o pesquisador da Embrapa, Leovegnildo Lopes de Matos;
“Qualidade do Leite no Estado do Tocantins e Adequação de Tanques Comunitários”, com Luiz Felipe da Conceição, da equipe técnica da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Tocantins;
“Aquaponia: produção integrada de peixes e vegetais”, com Fernando André Salles, pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA, polo de Ribeiro Preto.
“Desafios para a consolidação da cadeia produtiva da piscicultura no Brasil”, com Eduardo Ono, presidente da Comissão Nacional de Aquicultura junto à CNA, a Confederação Nacional da Agricultura.
E “Viabilidade Econômica do Cultivo de Tilápia no Brasil”, com Mauro Nakata, membro fundador da Peixe BR, a Associação Brasileira da Piscicultura e empresário no ramo de engorda e processamento de tilápias.
Pirarucu
E aproveitamos nossa viagem a Palmas para conhecermos o projetoPirarucu da Amazônia.
O projeto é desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa – Pesca e Aquicultura, que é a criação de peixe em cativeiro.
Segundo o Chefe Geral da Embrapa Pesca e Aquicultura de Palmas, Carlos Magno, o objetivo é pesquisar mais sobre o maior peixe de água doce do mundo visando aumentar a rentabilidade dos produtores de Pirarucu em todo o Brasil, especialmente na Amazônia Legal. O projeto foi implantado há cinco anos.
Alysson Paolinelli
No sábado, dia 15, último dia dos dois congressos e da feira de tecnologia para pesca e aquicultura do Matopiba, o ex-ministro da agricultura e ex-deputado federal Alysson Paolinelli fez uma palestra sobre o agronegócio no Brasil e no mundo.
Alysson Paolinelli atualmente é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho.
Ele falou para uma seleta plateia formada por cientistas, pesquisadores, engenheiros agrônomos, zootecnistas, produtores rurais e estudantes, além de representantes das secretarias de agricultura do município de Palmas e do governo do Estado do Tocantins.
O ex-ministro disse que o Brasil será a grande potência mundial em alimentos e para isso terá que produzir mais. Ele destacou que a tendência do mundo é trocar os excessos de carboidratos e de gorduras por alimentos mais saudáveis e fazer mudança no hábito alimentar. “O mundo está muito gordo”, brincou Paolinelli, acrescentando que “a agricultura tradicional está esgotada na sua capacidade e está surgindo a chamada agricultura tropical, com novas tecnologias e com sustentabilidade na produção, especialmente de milho e de soja, que vão salvar o mundo”.
Adital
Recebo constantemente informações – via e-mail- da Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital), ligada à Igreja Católica, por meio do InstiutoHumanitasUnisinos (IHU).
Como na nota anterior falei sobre a produção de alimento do Brasil para o mundo, achei interessante abordar este tema aqui na coluna. Em entrevista à jornalista PatriciaFachin, a pesquisadora da Fundação Fiocruz, com sede no Rio de Janeiro,| Rosana Magalhães, alerta que a fome pode aumentar no Brasil. Confira um trecho do material enviado pelo IHU.
Aumentam a fome e a segurança alimentar no Brasil, diz pesquisadora
Apesar de o Brasil ter saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas – ONU há três anos, entidades da sociedade civilalertam para a possibilidade de a fome e a insegurança alimentar aumentarem no país. Segundo a pesquisadora Rosana Magalhães, o Banco Mundial tem projetado um aumento da pobreza extrema no país e se estima que até 10% da população terá uma renda per capita inferior a 1,25 dólar por dia neste ano. “O IBGE também reforça essa tendência, apontando que a quantidade de pessoas com renda inferir a 25% do salário mínimo tem crescido desde 2015. Em uma economia monetarizada como a nossa e frente à precariedade dos equipamentos públicos e fragilidade dos chamados buffers, ou seja, mecanismos de suporte social para ‘amortecer’ os impactos da crise econômica, é possível que a fome e a desnutrição voltem a ameaçar a população”, adverte.
Na entrevista, concedida por e-mail à IHU On-Line, Rosana ressalta que, apesar dos avanços das últimas décadas, “o Brasil continua sendo um país extremamente desigual”, porque as “políticas públicas permanecem apresentando baixa efetividade e pouco impacto redistributivo”. A pesquisadora também esclarece que a fome “não se resume à falta absoluta de alimentos, mas também às restrições qualitativas. Paradoxalmente o crescimento da obesidade expressa uma face da fome e da má nutrição na medida em que há, para além do excesso de calorias, fortes desequilíbrios nutricionais e frequentemente falta de alimentos protetores na dieta. Fome e pobreza não são sinônimos, mas claramente são condições fortemente associadas. Assim, em contextos onde existem desigualdades sociais de gênero, educação, étnicas, ocupacionais etc., sem dúvida estão também ameaçadas as chances de equilíbrio alimentar e superação da fome”.
Rosana Magalhães é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestra em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz e doutora em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.
Comentários