Fazendeiros apoiam as ações da PM no cumprimento da lei e da ordem no Pará
Os fazendeiros do sul e sudeste do Pará estão se articulando para encontrar uma forma legal de apoiar as polícias Civil e Militar do Pará no combate à invasão de terras e ao roubo de gado na região, especialmente “as ações criminosas de posseiros ou pessoas que se passam por trabalhadores rurais”. A iniciativa surgiu após o confronto ocorrido na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D'Arco, a cerca de 50 km de Redenção, no sudeste do estado, entre policiais militares e civis e supostos invasores de terra, que deixou dez pessoas mortas, incluindo uma mulher. De acordo com diretor de Polícia do Interior, delegado João Bosco, “foram apreendidas onze armas de grosso calibre no local, incluindo um fuzil 762 e uma pistola Glock modelo G25”. Na mesma fazenda, no início de maio, um segurança foi morto em uma emboscada.
A ideia do grupo de fazendeiros é encontrar formas de apoiar as operações das polícias Civil e Militar nas regiões sul e sudeste do Pará, com ações que chamem a atenção das autoridades em Belém e em Brasília, para resolver o problema da reforma agrária no Estado.
Com exclusividade, tivemos acesso aos diálogos dos fazendeiros, que, por enquanto, preferem não se identificar. Um deles afirma que o momento é muito oportuno, no sentido de todos os fazendeiros se unirem, abraçando a causa dos policiais. E completa: “É a nossa vez de prestar contribuição. A polícia está engessada com o ocorrido e se continuar assim não fará nenhuma reintegração de posse na região. E aí amigos, podemos sair da atividade, pois esses vagabundos tomarão conta de tudo”, disse o pecuarista.
Para um fazendeiro pioneiro na região sudeste do Pará, “a maioria dos posseiros ou sem terra, não quer terra, mas se comercializar o pedaço de chão que ganha do governo e alguns se inserem no movimento para roubar gado e destruir as propriedades dos pecuaristas”.
Eles informaram também que na noite dessa segunda-feira (29) centenas de pessoas da sociedade de Redenção se dirigiram para a frente do Quartel da Polícia Militar naquela cidade, em apoio aos policiais que participaram da missão na Fazenda Santa Lúcia, naquele município.
Comissão de Direitos Humanos
Na semana passada, após tomar conhecimento do confronto em Redenção, a Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará divulgou nota “manifestando repúdio ao massacre dos dez trabalhadores rurais sem-terra ocorrido no município de Pau D'Arco”.
Segundo a nota divulgada pela CDH da Alepa, “a escalada de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais é um fenômeno que tem se intensificado em razão de uma rede social e simbólica, fortalecida pela combinação dos seguintes fatores: impunidade, paralisia da reforma agrária e criminalização dos movimentos sociais”. A nota dizia ainda que, “diante do recrudescimento da violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa irá tomar medidas enérgicas para a apuração rigorosa dos fatos e a efetivação de ações de mediação e prevenção da violência no campo”.
26 mortes no campo em 2017
Há poucos dias, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou mais um relatório anual “Conflitos no Campo Brasil 2016”, destacando “os 61 assassinatos ocorridos no ano passado, o maior número já registrado desde 2003. Em 2017, até o momento, já são 26 pessoas assassinadas em conflitos no campo brasileiro – sem contar com as mortes ocorridas na Fazenda Santa Lúcia”, de acordo com matéria divulgada pelo site www.http://br.radiovaticana.va/news, com base em informações da Agência CPT.
Deputado Éder Mauro
“Quem destrói fazendas e mata gente é bandido. Quem faz isso não é gente de bem. Não é trabalhador rural. Quem mata fazendeiros faz farra e mata gado em fazendas não é trabalhador rural. Morrem dois policiais militares por mês no Estado do Pará. Não aceitaremos pessoas ligadas às bandeiras de Direitos Humanos vir ao Pará dizer isso e aquilo e falar mal da PM, inclusive deputado estadual, que usa sete policiais militares em sua proteção 24 horas por dia”, declarou o deputado federal Éder Mauro (PSD), que é delegado da Polícia Civil, em entrevista coletiva à imprensa. Ele foi o mais votado do estado nas eleições de 2014 com 266 mil votos.
Investigações
O Ministério da Justiça determinou à Polícia Federal que investigue o caso das mortes dos posseiros em Pau D'Arco. O Departamento de Investigações Especiais da Polícia Civil do Estado do Pará e Corregedoria Geral da PM, por intermédio de Inquérito Policial Militar, também investigam o caso, cujo trabalho deverá estar concluído em até 60 dias.
A Secretaria de Segurança do Pará informou que uma equipe especial da Polícia Civil foi enviada para “intensificar as investigações e reforçar a segurança na região da Fazenda Santa Lúcia”.
Correção
Recentemente, eu disse aqui na coluna que o cantor Mano Walter é sergipano. Errei. Na realidade, José Walter Tenório Lopes, mais conhecido como Mano Walter, nasceu na cidade de Quebrangulo, em Alagoas, dia 13 de julho de 1986.
Ele canta o verdadeiro forró de vaquejada. E começou a cantar ainda bem garoto. Quando jovem, foi estudar curso técnico em Palmeiras dos Índios (AL) e depois fazer em Maceió, onde se formou em Engenharia e fez pós-graduação em Segurança do Trabalho. Foi em Maceió que Mano Walter formou sua primeira banda de forró, começou a fazer show na região e hoje é sucesso em quase todo o Brasil. Ele já gravou ao lado de grandes estrelas da música, como, por exemplo, Marília Mendonça.
Já emplacou vários sucessos e o mais conhecido é “Zero Boi”, que diz:
Cajueiro não dá coco
Coqueiro não dá limão
Eu sem você não da não
Vaqueiro sem cavalo não derruba boi no chão
Em você não dá não. (...)
Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.
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