Joaquim, Isabel Gardênia, Carlos Alberto e Neusa, do ECVC, e o casal João Batista e Zana
Carlos Brandão e este colunista falando sobre o passado de Imperatriz em encontro na segunda-feira
Lima Rodrigues e a dona Maria Coelho Brandão, mãe do Carlos Brandão

O assunto é carnaval

Começou a mais tradicional festa popular do Brasil. Desde a semana passada em todo o país, milhares de blocos animam os foliões em centenas de cidades. Em alguns municípios, alegando crise econômica e falta de recursos, os prefeitos optaram por não realizar o evento. Discordo em parte, levando em conta que, se bem produzido, o carnaval traz é recursos para a cidade com a participação de turistas, movimenta a economia do local: hotéis, táxis, restaurantes, bares, o comércio de um modo em geral, sons, artistas, camelôs e muito mais. Mas cada um sabe “até onde o sapato aperta”.

Repito: se bem produzido. Muita gente fala, ah, o carnaval de Imperatriz não é bom. O bom é o de Araguatins, o de Porto Franco e o do Estreito, o de Bacabal, o de Timon, enfim, de outras cidades. Ora, se lá nestas cidades a folia já virou tradição e ficou famosa na boca de quem foi e de quem fez a propaganda boca a boca, por que Imperatriz também não investe em carnaval e traz estes foliões de volta e milhares de outros do Pará, do Tocantins e do próprio Maranhão? Ah, alguém diz: “Ah, mas o carnaval para lá é bom porque as prefeituras contratam artistas e bandas famosas e aqui em Imperatriz só os artistas da cidade”. Então, crie-se estrutura financeira adequada para a contratação de artistas e bandas de outros estados e para que o carnaval aconteça de forma organizada, movimente a economia do município e atraia turistas para a cidade. Claro, valorizando, também, os artistas locais. O resto é conversa para boi dormir.

Ah, mas no carnaval algumas pessoas (irresponsáveis e mal educadas) urinam nas ruas e nas portas das casas, diria alguém. Então, aumente-se o número de banheiros químicos e coloque mais gente para fiscalizar estas áreas.

O importante é que o bom senso prevaleceu e o prefeito Delegado Assis decidiu manter o carnaval na Praça da Cultura, como “Tudo Dantes no Quartel de Abrantes”.

E, se alguém saiu vitorioso nesta batalha, este alguém tem nome: jornalista Coriolano Filho, editor de O PROGRESSO. Ele bateu o pé, criticou a mudança do local do carnaval, comentou nas redes sociais e até fez campanha pelo boicote ao evento. Ao final, seu movimento deu certo e quem ganha com isso é a população apaixonada por carnaval. Aos que são contrários, meu respeito e apenas um pedido: seja paciente e compreensivo. São apenas quatro dias de festa. Passa ligeirinho.

Carnaval das antigas

Excelente o “Carnaval da Família” promovido pelo Encontro Cristão de Vivência Conjugal (ECVC), formado por 56 grupos de diversas comunidades católicas da Diocese de Imperatriz. O evento, realizado na noite de sábado na AABB, é organizado há mais de dez anos e os recursos arrecadados servem para a manutenção do Movimento Católico e para ações sociais. Só marchinhas das antigas. Coisa de primeira.

O Grupo Frei Epifânio, formado por 12 casais, foi o destaque na venda de convites, em um total de 45. Pelo excelente resultado, ganharam como prêmio um saboroso leitão assado.

O “Carnaval da Família” ocorreu das 22h às 2h e foi animado pela maravilhosa banda “Bicho Papão”.

Ao comparecer ao evento, lembrei bastante dos carnavais que brinquei quando criança e adolescente, animados pela banda Bossa Show, do talentoso Raimundo da Girica, no velho e bom Clube Tocantins, na Rua Godofredo Viana.

Sugestão: promovam também nos dias de carnaval para os casais que já passaram dos 40 anos. Com certeza, o retorno financeiro será garantido. E um detalhe: estava  tudo barato lá na festa na AABB no sábado: ingresso por apenas R$ 20,00 e cerveja geladíssima por R$ 7,00. Parabéns a todos os organizadores e participantes do “Carnaval da Família”. Muito bom. Ano que vem vou estar lá de novo.

“Passado, teu nome é saudade”

Ele tem 57 anos, ou seja, a minha idade, é meu amigo desde o Jardim de Infância na Escola Santa Teresinha (EST) e atuante na comunidade católica de Imperatriz. Estou falando de Carlos Brandão, um bom filho, um homem de família, bastante religioso e preocupado com a memória de Imperatriz. “Imperatriz não tem memória. Comecei escrevendo o Passado, teu nome é saudade no Facebook de brincadeira. Aí, o doutor Sergio (Godinho, diretor de O PROGRESSO) viu e me convidou para publicar o material no jornal. Ficou lisonjeado com o convite e passei a divulgar a história das pessoas que fizeram e fazem a história de Imperatriz”, declarou Brandão a este colunista ao final da manhã de segunda-feira na porta de sua casa na Rua Simplício Moreira.

O que o Brandão faz é simplesmente maravilhoso, esplêndido, espetacular. O trabalho dele precisa ser mais reconhecido. Até o convidei para juntarmos o material dele e o meu sobre pioneiros de Imperatriz e escrevermos um livro. Para isso, precisaríamos de patrocínio de empresas e até do apoio da Prefeitura de Imperatriz, via Fundação Cultural. Pelos meus cálculos, já escrevi mais de 20 ou 30 perfis de pessoas que fizeram história na nossa cidade. Nem lembro direito o total. Se fosse o caso, escreveríamos outros perfis e completaríamos a obra, mas o importante é ficar registrado em livro quem são estas pessoas, de onde vieram e o que fizeram e fazem em Imperatriz.

O resgate histórico do Carlos Brandão é fundamental para as próximas gerações. Muita gente que chegou a Imperatriz há cinco, dez, quinze ou vinte anos, não sabe ou não sabia quem foram as pessoas homenageadas e lembradas por mim nesta coluna e pelo Brandão em sua coluna “Passado, teu nome é saudade”. E que outras pessoas fiquem sabendo destas histórias maravilhosas.

E vai aqui uma sugestão: a prefeitura municipal poderia comprar a casa do pioneiro Jonas Ribeiro, em frente à Praça da Cultura, e transformá-la em um museu da cidade. E evidente, mantendo aquela arquitetura original, já que é praticamente a única que ainda não foi derrubada. Ou seja, ao invés de o imóvel ser derrubado, ele seria tombado. Se fosse o caso, a compra incluiria até as cristaleiras e louças antigas da casa. Fica a sugestão. Mas, prezado diretor da FCI, Chiquinho França, corra enquanto é tempo ou antes que aquela casa antiga se transforme em algum prédio comercial.

Carlos Brandão é filho da professora aposentada Maria Luíza Coelho Brandão, de 82 anos, comerciante na Rua Simplício Moreira. Ela veio com o marido Mário da Silva Brandão de São Domingos (MA) para Imperatriz em 1963. Foram casados por 53 anos. O simpático Mário Brandão faleceu em 2006 aos 76 anos. Ele morreu, mas fez história em Imperatriz. E hoje, seus filhos Carlos Brandão, técnico administrativo, e Francisco Brandão, cerimonialista, fazem história na nossa cidade.

Bom carnaval a todos! Divirta-se em paz. Se for beber, não dirija. Até a quarta-feira após a de Cinzas, com saúde e paz.