Opinião: o país está sem rumo!
O povo sofre de todas as maneiras e ninguém faz nada de concreto para amenizar tanto sofrimento. Os governantes prometem, mas não cumprem suas promessas de campanha. É triste ver todo dia a população sofrer nas filas de hospitais, nas filas de postos de saúde, nas filas de agências bancárias, nas filas de lotéricas e não obter o atendimento esperado. Além disso, falta saneamento básico na maioria das cidades e o desemprego, de acordo com pesquisas oficiais, atinge mais de 12 milhões de brasileiros. Além disso, mais de 58 milhões de brasileiros estão endividados com o nome negativado no SPC e Serasa. Isso porque a economia está instável e só o agronegócio vem segurando este país. Ninguém faz nada. Só discurso. Todo mundo está cansado. Em 2018 virá outra eleição, as promessas voltarão e o eleitor votará em seus candidatos tão esperançoso, mas no fundo no fundo já sabendo que será apenas o replay do que o cidadão já vive atualmente.
Tudo bem que o Exército amenizou o caos da violência pública no Espírito Santo. Amenizou. Porque a violência por lá continua alta e a população com medo até de sair para as ruas. Claro que o Exército não ficará o resto da vida. A determinação “por tempo indeterminado” é apenas para “inglês ver”.
O que vimos na televisão sobre a situação do Espírito Santo foi dramático. O povo sitiado em casa, os policiais militares sem poder sair às ruas por causa do impedimento feito por esposas, filhos, filhas e demais parentes que se postaram firmes nas portas dos quartéis, reclamando dos baixos salários dos militares. E com razão, mas protestando de uma forma inconstitucional e prejudicial à população. Uma semana depois, alguém teve a ideia de retirar os policiais dos quartéis por meio de helicópteros. Por que não fizeram isto logo no primeiro ou segundo dia da manifestação das mulheres dos militares?
E o mais lamentável que vimos na TV foi gente se aproveitando da situação e saqueando lojas e supermercados para levar objetos para casa, incluindo eletrodomésticos, eletroeletrônicos, joias, roupas, calçados e produtos alimentícios. Quem fez isso se igualou aos ladrões e aos bandidos do momento. Muitos comerciantes perderam tudo, como foi o caso de uma dona de ótica no centro de Vitória. Algumas pessoas depois demonstraram arrependimento e pediram para devolver os produtos levados ilegalmente das lojas. Não é a primeira vez que a gente vê tanto vandalismo e roubalheira envolvendo gente de bem, que no afã do oportunismo do momento, deixa se levar pela velha e condenada frase de “se dar bem em tudo na vida”. Basta lembrar o caso da explosão dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil em Araguatins (TO) no ano passado, quando pessoas da cidade foram vistas em rede nacional pegando, ou melhor, roubando dinheiro dos caixas eletrônicos destruídos e enchendo os bolsos, se aproveitando de uma horrível situação.
O cidadão brasileiro perdeu a confiança nos políticos e nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A prisão de alguns figurões e ex-governadores, ex-deputados ou ex-senadores é apenas um algodão em alto mar. Falta prender muita gente e pegar o dinheiro roubado de volta aos cofres públicos, para investimento em ações sociais de interesse do povo. A maioria dos condenados na operação Lava Jato cumpre pena em casa, usando tornozeleiras eletrônicas, quando funcionam, claro. O ladrão comum que roubou um sabonete ou um shampoo no supermercado está atrás das grades e ficará por lá no mínimo cinco anos. Quem tem dinheiro paga até R$ 30 milhões de fiança e responde ao processo em liberdade. Há uma contradição enorme em tudo isso.
Para completar, o presidente da República nomeia ministros para que eles ganhem foro privilegiado e escapem ou pelo menos posterguem seus julgamentos ou punições, já que com o foro só poderão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal. A nomeação de Moreira Franco, aliado número 1 de Michel Temer, é uma demonstração disso. As ações na justiça do Rio de Janeiro ao Amapá interromperam sua nomeação. A Advocacia Geral da União (AGU) trabalhou demais nos últimos dias para derrubar as liminares. A decisão final coube ao ministro Celso de Melo, do Supremo Tribunal Federal. Ele acabou com a guerra de liminares e manteve Moreia Franco no cargo.
O presidente Michel Temer chamou a imprensa para dizer que “não está blindando ninguém e que o ministro investigado será afastado até que seja concluída a investigação da Lava Jato (e recebendo o salário, numa boa) e só será afastado definitivamente se virar réu na ação, ou seja, se a denúncia for aceita pelo o STF”.
No Congresso Nacional, boa parte dos deputados e senadores responde a processo na Justiça ou está sendo investigada na Lava Jato, incluindo os integrantes da mais importante comissão do Senado, a de Constituição e Justiça, agora presidida pelo senador maranhense Edison Lobão (PMDB), citado na Lava Jato por delatores.
O que se vê no Poder Legislativo são homens eleitos por causa do poder econômico e com o único objetivo: defender seus interesses ou os interesses de classes, num corporativismo explícito, vindo à tona a frase usado por um personagem do grande Mestre Chico Anysio, o Deputado Justo Veríssimo: “O povo que se exploda”. E mais: quando a imprensa começa a investigar algum caso mais delicado surge logo a proibição de sua divulgação, com os envolvidos obtendo liminares na justiça sob o argumento do jargão “segredo de justiça” ou “violabilidade da intimidade da pessoa”.
O povo sofre de norte a sul do país. As estradas na região norte estão intrafegáveis ao ponto de o humorista Tirulipa obter mais de cinco milhões de visualizações nas redes sociais ao postar seus diálogos com motoristas de carretas em pleno atoleiro na região de Itaituba, no Pará. E olha que o talentoso artista apela até para o pai dele, o deputado federal Tiririca, para que o mesmo interceda junto ao presidente Michel Temer para resolver o problema. A iniciativa do jovem humorista repercutiu no país, mas quem lê jornal, ouve rádio e assiste televisão já tinha visto aquela situação inúmeras vezes em série de reportagens de competentes repórteres ou mesmo em imagens filmadas por pessoas que passaram por aquela maldita estrada e viveram na pele tal sofrimento. Ninguém faz nada. Não preciso ir tão longe. Basta atravessar a ponte depois de Araguatins, na divisa entre o Tocantins e o Pará, e se deparar com 12 quilômetros de estrada de chão, que no inverno causa atoleiro e no verão encobre os carros de poeira e causa prejuízos aos motoristas devido aos buracos.
Sobre violência, nem se fala. Só promessa de governantes e conversa para boi dormir. O que vemos todos os dias é gente inocente morrendo, bandido assaltando à luz do dia, comerciantes apavorados e colocando grades de ferro em seus estabelecimentos, atendendo seus fregueses como se estivem em uma prisão e não em seus próprios comércios. Apontar a arma para os cidadãos, mandar descer do veículo e levar caminhonetes já virou rotina no Maranhão, no Tocantins, no Pará e no Brasil de um modo geral. O cidadão não tem mais segurança e vive atormentado, apesar de pagar altos impostos em todas as situações: IPTU, IPVA, ICM, ICMS, IPI, Imposto de Renda, gasolina caríssima, taxa de iluminação, taxa disso e daquilo e muito mais. Ai daquele que não pagar. Ah, aí tá é lascado para o resto da vida. Se o coitado for comprar um remédio, o preço está lá em cima. Se o cidadão pretende viajar, a rodovia está esburacada. Se matricular o filho na escola particular, não vai demorar muito tempo e acabará transferindo-o para a escola pública porque não dá conta de pagar a mensalidade. Se for ao supermercado, verá que os preços da carne, do arroz e do feijão e de outros produtos estão altos. Enfim, como diz o velho ditado: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
Até aonde vai este caos público no país? Meu Deus,  protegei este povo desprotegido. Só o Senhor para nos salvar. Amém!