Três maranhenses comandam o Legislativo em Parauapebas
A Câmara de Vereadores de Parauapebas (PA) será comandada pelos próximos dois anos por três maranhenses. A cidade, considerada a capital do minério, tem cerca de 200 mil habitantes, sendo a maioria formada por maranhenses, goianos, mineiros e paraenses. Um povo guerreiro que chegou à região há mais de 30 anos e acompanhou a emancipação do município há 28 anos.
No domingo, pela primeira vez na história da cidade, um vereador foi eleito por unanimidade para presidir a Câmara Municipal. Trata-se de Elias Ferreira (PSB), também conhecido por Elias da Construforte, natural de Timbiras (MA), empresário de 45 anos, considerado um dos maiores produtores de peixe do Pará e apaixonado por vaquejada (a esposa dele, Elisângela, é de João Lisboa-MA). O vice-presidente eleito da Câmara é José Pavão (PSDB), natural de São Luís, empresário, de 54 anos. A segunda secretária da Mesa Diretora é também maranhense: Francisca Ciza (DEM) nasceu em Presidente Dutra, tem 54 anos, é professora e ex-secretária de Educação do município. E só para lembrar, os dois últimos presidentes da Casa, Josineto Feitosa (não reeleito) e Ivanaldo Braz (PSDB), reeleito, também são do Maranhão. Braz tem 39 anos e nasceu em Presidente Dutra.
Parauapebas conta ainda com mais uma vereadora maranhense: Eliene Soares (PMDB), 44, que nasceu em Gonçalves Dias. Ela é professora e está em seu segundo mandado.
O Poder Legislativo do município é composto por 15 vereadores. Os demais nasceram no Ceará (1), no Paraná (2), no Goiás (1), no Pará (2), no Tocantins (1), em Minas Gerais (2) e no Piauí (1).
O prefeito é gaúcho e o vice é goiano
O novo prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (PMDB), que já comandou a cidade por outras duas vezes, é natural de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul, e antes de ser político era professor. O vice-prefeito, Sérgio Balduíno (PSB), empresário que mora há mais de 30 anos no município paraense, é natural de Anápolis (GO).
A história do presidente maranhense
Elias Ferreira, ou simplesmente Elias da Construforte, é um brasileiro como tantos outros espalhados pelo Brasil afora. E a exemplo de milhares, também é um vencedor. Mas para chegar a ser um empresário de sucesso, este maranhense de Timbiras, que completou 45 anos dia 2 de julho, lutou bastante. Filho do pequeno produtor rural Elias Ferreira Almeida e da dona de casa Maria Zélia, o garoto Elias foi criado na roça, mas mesmo assim estudou o suficiente para poder se virar na vida. Ele tem mais seis irmãos. Além de empresário bem sucedido, dia 2 de outubro ele obteve mais uma grande conquista: foi eleito vereador para a Câmara de Parauapebas pelo PSB com 2.186 votos. Esta foi a primeira vez que o empresário maranhense disputou um cargo eletivo.
Ainda bem novo, no final de 1989, ele chegou com a família a Parauapebas. Esperto, o jovem timbirense agarrou com unhas e dentes as oportunidades que teve na cidade. Primeiro, em uma construtora, onde trabalhou como ajudante, almoxarife e depois como supervisor de almoxarifado até 1996. Mas Elias queria ir mais longe. E para isso, resolveu montar sua própria empresa: a Construforte, que atua nas áreas da construção civil, locação de máquinas, piscicultura e agropecuária. “Hoje, estamos trabalhando apenas com piscicultura e agropecuária, porque as áreas de construção civil e locação de máquinas estão paradas devido à falta de ações concretas do ex-governo municipal”, declarou o empresário.
Apesar da crise econômica no município, Elias Ferreira gera atualmente 150 empregos diretos e cerca de 500 empregos indiretos na região, atuando como um dos maiores produtores de peixes do estado do Pará. Além de sua chácara na Palmares Sul, onde mora e possui um moderno laboratório para a geração de larvas, ele possui ainda duas fazendas: uma na área do Itacaiúnas e outra na região da Vila Paulo Fonteles. O tambaqui é carro forte de sua produção.
Elias Ferreira é casado há mais de 23 anos com dona Elisângela e pai de quatro filhos: Wellinton, Wemylla, Rayane e Mateus. “Minha família é tudo na minha vida”, destacou ele. Além da família, sua outra grande paixão é a vaquejada. “Sou nordestino. A vaquejada está no meu sangue”.
Elias resolveu ser candidato a vereador pelo PSB (número 40.444) depois de ver nossa cidade sendo quebrada por falta de iniciativa governamental. “Como vereador, quero ajudar o prefeito eleito Darci Lermem (PMDB) a desenvolver Parauapebas, que é uma cidade de oportunidades e precisa voltar a crescer como antes. Viemos aqui para morar e queremos nossa cidade sempre crescendo e seu povo vivendo feliz. Para isso, vamos lutar por novas matrizes econômicas para gerar emprego e renda; pelo fortalecimento da agricultura familiar, além de cursos técnicos e faculdades para os novos jovens”, disse o empresário.
Ótimo exemplo
Ainda encontramos ótimos prefeitos pelo Brasil. É minoria, claro, mas ainda existe. Uma reportagem de Ricardo Melo, da TV Morena, apresentada no Jornal Nacional (TV Globo) de segunda-feira (2), mostrou o trabalho competente do prefeito de Costa Rica, no Mato Grosso do Sul, Valdeli Rosa (PR), e da secretária de Educação do município, Manuelina Cabral. Eles não fizeram nenhum milagre. Apenas administram a cidade com responsabilidade, determinação, planejamento e respeito aos cidadãos. E mais ainda: respeito aos professores, uma classe tão sofrida no país, que recebe salários baixos e trabalha na maioria das vezes em péssimas condições, especialmente no interior do Maranhão.
Pois bem! Esta administração competente permitiu ao prefeito Valdeli pagar, além do 13º, o 14º, o 15º, o 16º e metade do 17º salário. “Tudo isso fora o salário do mês, e as férias. Ao todo, foram seis salários em menos de 30 dias”, informou a matéria.
“Parece milagre, mas a prefeitura tem uma explicação simples. Ela diz que usa o dinheiro do Fundo para a Manutenção e o Desenvolvimento da Educação Básica. Os municípios recebem os recursos do Fundeb com base no número de alunos da educação infantil e do ensino fundamental.
Segundo a prefeitura, esses pagamentos extras foram possíveis porque caiu o número de faltas dos professores e também aqueles em licença médica.
A prefeitura resolveu repassar aos próprios professores o dinheiro que não gasta contratando substitutos. Os próprios professores, que fazem parte do conselho do Fundeb, fiscalizam a verba”, destacou o Jornal Nacional.
Ainda segundo a reportagem de Ricardo Melo, “o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, combina resultados de exames padronizados no país inteiro com informações sobre o rendimento escolar dos estudantes. O último indicador saiu em 2015. A média nacional ficou em 5,5. A de Costa Rica foi 6,3”.
Que os prefeitos do Maranhão sigam o exemplo do prefeito sul-mato-grossense e invistam mais em educação, sem esquecer as áreas de saúde, segurança, infraestrutura, cultura e lazer e esporte.
Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz. Como esta é a primeira coluna de 2017, mais uma vez desejo a todos um FELIZ ANO NOVO.
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