Odivan concedeu entrevista exclusiva a este colunista no sábado à tarde
Jairo Belém, ex-volante do Paysandu e do Atlético Paranaense, promoveu um jogo beneficente em Parauapebas com a presença de ex-jogadores

Entrevista

“Os jogadores de hoje não jogam por amor à camisa e só pensam em dinheiro”, diz Odivan, ex-zagueiro do Vasco, em entrevista exclusiva à coluna.
Todo final de ano, em muitas cidades brasileiras, diversos jogadores, incluindo Zico, Roberto Dinamite, Cafu, Careca e tantos outros ex-excelentes atletas, promovem partidas de futebol beneficentes para ajudar as pessoas carentes. E em Parauapebas não poderia ser diferente.
O ex-jogador Jairo Belém, que atuou no Paysandu, Atlético Paranaense, Sport Recife, Grêmio e Goiás, entre outros, reuniu, pela terceira vez, um grupo de ex-jogadores para mais uma partida beneficente em Parauapebas, onde mora atualmente.
O jogo entre os famosos e um combinado local foi realizado na sexta-feira à noite no Estádio Rosenão e contou com a participação do ex-zagueiro do Vasco, Odvan, e dos ex-jogadores Marcelo Ramos (ex-Bahia, Cruzeiro, Palmeiras, Corinthians e Atlético Paranaense); Álvaro (ex-Flamengo e São Paulo); Somália (ex-Fluminense, Goiás, Grêmio e Santos) e Alan Bahia (ex-Atlético Paranaense e Goiás), entre outros.
No sábado, após uma “pelada” e um churrasco descontraído em um clube da cidade, eu conversei com o ex-zagueiro Odvan, um cara muito simpático, educado e tranquilo. Ele falou a pura verdade sobre o Vasco e sobre o momento do futebol: “Os jogadores não têm mais amor à camisa do clube que jogam e sim ao dinheiro”. 
Antes da entrevista em si, relembre um pouco da história deste grande jogador, com base em informações da Wikipédia.
Odvan Gomes da Silva nasceu em 26 de março de 1974 (42 anos) em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, tem 1,80m e hoje mora em sua cidade de origem. Ele ficou famoso ao atuar pelo Vasco entre 1997 e 2001, quando jogou na zaga do centenário clube ao lado do experiente Mauro Galvão e pela Seleção Brasileira entre 1998 e 1999. Foram doze jogos quando a seleção era comandada por Vanderlei Luxemburgo.
Seu nome de batismo, escolhido por sua mãe, vem de uma canção de Roberto Carlos chamada “O Divã”.
Pelo Vasco, Odvan conquistou vários títulos, entre eles o Campeonato Brasileiro de 1997, o Carioca de 1998, a Libertadores de 1998, o Torneio Rio-São Paulo de 1999, a Copa Mercosul de 2000 e o Campeonato Brasileiro de 2000, entre outros títulos.

Retorno ao Vasco

Em setembro de 2008, Odvan voltou ao Vasco da Gama ao lado de Edmundo e Pedrinho, com quem ganhou o Brasileiro de 1997. Em sua segunda passagem pelo Gigante da Colina, atuou por sete vezes, completando um total de 280 jogos pelo clube, com 13 gols marcados. Apesar de atuar bem, não conseguiu evitar o rebaixando do Vasco – naquele ano - para a segunda divisão.

Confira a entrevista exclusiva:

Quando você parou de jogar profissionalmente?
Tem uns três anos que parei profissionalmente. Estou me dedicando às minhas filhas e familiares. Curtindo minha família. Viajava muito. Não tinha tempo para família.

Onde você nasceu e onde jogou?
Sou campista. Comecei no Americano de Campos (dos Goyatacazes-RJ) com dez anos. Aos 17 anos já estava no profissional. Aos 20 fui para o Vasco, onde fiquei cinco anos. Depois, joguei no Santos, Botafogo, Coritiba, Náutico, Fluminense, em seguida fui para os Estados Unidos e Portugal, entre outros. E quando voltei, joguei no Madureira.

Quantos títulos você conquistou no Vasco?
Conquistei 12 títulos, incluindo dois campeonatos brasileiros, quatro títulos Rio-São Paulo, uma Copa  Mercosul, uma Libertadores e um torneio na Itália.

Quando você jogou no Vasco, o time era muito bom. De lá para cá, muita coisa mudou. O que aconteceu com o Vasco?
Mudou muito o futebol. Hoje, está difícil de você ver bons jogadores comprometidos com a camisa do time. O futebol está mudado. Esta foi a maior mudança. O futebol está bem complicado e você não vê mais jogadores comprometidos com o time como naquela época.

Você acha que os jogadores hoje pensam mais no dinheiro?
Com certeza. Nitidamente é isto no futebol. As pessoas visam mais  a parte financeira e não  pensam muito no clube. O amor é mais pelo dinheiro e o clube fica em segundo lugar. A preocupação mais é com o dinheiro e não com o clube.

O que você espera do Vasco em 2017?
Espero um Vasco competitivo. Um Vasco forte. Espero que o Vasco volte a ser vitorioso. Que se mantenha competitivo na primeira divisão, com títulos.

É a primeira vez que você vem a Parauapebas?
É a segunda vez. A recepção aqui sempre foi muito boa. Tenho conhecidos e amigos por aqui e sempre é bom revê-los. Participei de um jogo beneficente e foi muito legal poder ajudar o próximo. Nós estamos passando por uma crise muito grande no país e se a gente puder usar a nossa imagem para ajudar as pessoas, isso é muito bom.

E o joelho e os pés ainda estão bem?
Dá, dá, dá (risos), porque sou uma pessoa que me cuido bem e dá para jogar ainda.