Governadores se reuniram ontem em Brasília, antes de encontro com o presidente Michel Temer para discutir a crise econômica dos estados

Brasil falido

O Brasil está falido. A situação é caótica, apesar de o governo anunciar que está tomando medidas para retomar o desenvolvimento econômico do país. Só discurso. O que vemos na prática é o sofrimento do povo todo dia em hospitais, escolas fechadas por falta de professores e de material adequado para o ensino dos alunos e milhões de brasileiros desempregados. Sem falar na falta de saneamento básico na maioria dos municípios brasileiros e as prefeituras enfrentando enormes dificuldades financeiras.
Em Parauapebas, no Pará, por exemplo, servidores da área de saúde estão em greve e todos os dias fazem manifestações, alegando que estão sem receber há três meses. A prefeitura municipal anunciou que este ano não haverá a tradicional festa da virada, por causa da crise financeira. O desemprego é grande na cidade, considerada a capital dos minérios. O atual prefeito Valmir Mariano (PSD) não foi reeleito e a esperança do povo é que o prefeito eleito, Darci Lermen (PMDB), que já administrou a cidade por dois mandatos, reverta esta triste situação do município. Vai ser difícil.

Banco do Brasil

Para completar, o Banco do Brasil anunciou o fechamento de agências em todo o Brasil, dizendo que a medida é para fazer economia e ajustes no orçamento da instituição. Ora, se o povo já sofre com o atendimento oferecido atualmente, imagina com o fechamento de 402 agências e a transformação de 379 em postos de atendimento. O BB tem hoje 4.972 agências em todo o país e a meta é enxugar a atual estrutura e fazer uma economia de R$ 750 milhões por ano.
A instituição quer ainda economizar bilhões de reais com um plano de demissão voluntária de parte de seus 109 mil funcionários. O Banco do Brasil anunciou que 18 mil funcionários já podem se aposentar e destaca que se 9 mil deles aderissem ao plano, já economizaria R$ 2,130 bilhões. “Mas isso não significa que haverá demissão de funcionários”, afirmou em entrevista coletiva do presidente do BB, Paulo Cafereli.

Pequenas indústrias

Além do mais, segundo a imprensa divulgou esta semana, 85% das pequenas e médias indústrias estão tendo dificuldade para pagar o décimo terceiro para seus funcionários.

Rio Grande do Sul

E mais: o governo do Rio Grande do Sul decretou ontem “estado de calamidade financeira na administração pública estadual”, ressaltando que “a crise econômica está atingindo fortemente a capacidade de financiamento do setor público”.
E quem está pagando o pato são os servidores públicos, a classe média e o povo pobre daquele que já foi um dos mais importantes estados do país. Os ricos continuam cada vez mais ricos em todo o Brasil e os pobres cada vez mais pobres.

Desigualdade social

A taxa de redução da desigualdade social no Brasil permaneceu estável entre os anos 2000 e 2014. Apesar do crescimento da renda entre as pessoas mais vulneráveis e extremamente pobres, o Brasil não conseguiu, em 14 anos, diminuir o fosso entre ricos e pobres.
A conclusão é do Radar IDHM, índice que compara as tendências de crescimento dos indicadores sociais na década de 2000 a 2010 e no período de 2011 a 2014. O estudo, lançado ontem (22) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, aponta que o índice de Gini, que o mede o nível de desigualdade, teve uma redução de 0,6% de 2000 a 2010, mesma proporção identificada para o período de 2011 a 2014. O valor foi considerado inexpressivo pelos especialistas, de acordo com informação da Agência Brasil.

Governadores em busca de saída para a crise

Ainda ontem, dezoito governadores se reuniram em Brasília para discutir a situação fiscal e formas de retomar o crescimento econômico, em uma conversa preparatória para a reunião que teriam à tarde com o presidente Michel Temer e com membros da equipe econômica de governo, também segundo divulgou a Agência Brasil. Todos os governadores alegam que enfrentam grave crise financeira.
Apesar dos pesares, o governo Temer afirma que está tomando todas as medidas necessárias para promover o desenvolvimento econômico do Brasil e fazer com que o país saia desta profunda crise. Não acredito. Mesmo não querendo ser pessimista, entendo que a situação ficará cada vez pior. Só um milagre salva o Brasil. O resto é balela.

A propósito do que disse acima, leia agora trechos do artigo de Alberto Valle, do site www.empreendedoresweb.com.br sobre a crise econômica.
A atual situação econômica do Brasil e suas perspectivas

A atual situação econômica do Brasil vem causando muita preocupação a toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu sustento.
Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os rumos que nossa economia vem tomando nos últimos tempos.
Essa preocupação com a atual situação econômica do Brasil vem fazendo com que empresários adiem investimentos e novos empreendedores aguardem momentos menos incertos para iniciar seus projetos.
Como em todo momento de incerteza, uma certa dose de pânico se confunde com a frieza dos números e por isso é importante termos uma visão real do que está acontecendo.
    
O que é fato e o que é pânico

Os números não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação econômica brasileira, muito embora o governo tente mascarar a crise com interpretações convenientes e a negação dos dados captados pelas diversas consultorias econômicas, instituições de classe e até mesmo das próprias agências e órgãos governamentais.
A atual situação econômica do Brasil é tecnicamente de estagnação. A crise econômica de 2016 não é mais apenas uma hipótese e consta como fato em toda pauta de reunião de empresários do país e também fora dele. Acreditar em mais uma história sobre “marolas” é negar a realidade econômica do país e abrir a porta para o fracasso.
É claro que, como em toda situação de incerteza, principalmente em ano eleitoral, uma certa dose de pânico acaba se instalando. Esse também não é o caminho para a solução do problema, pois em momentos de histeria, decisões precipitadas podem também acabar destruindo o seu negócio.

A origem do problema

Os motivos que culminaram na atual situação econômica do Brasil são muitos, mas alguns deles merecem um destaque especial. O primeiro deles é a total falta de investimentos em infraestrutura, que tem levado o país a perder competitividade tanto no ambiente interno quanto externo. A explicação para esse caos está na questão estratégica.
O segundo grande motivo de termos chegado no ponto em que chegamos foi a total falta de planejamento estratégico de longo prazo para nossa economia. O governo vem trabalhando com uma estratégia de reação aos fatos, uma verdadeira operação tapa buraco, onde medidas emergenciais são adotadas para tratarem problemas que seriam facilmente resolvidos se houvesse um planejamento macro.
    
Uma mistura que não costuma dar certo

O terceiro e talvez mais grave problema é a submissão da política econômica à política partidária. Isso tem levado a uma desestruturação da máquina pública que vem prejudicando todos os setores da sociedade, como a educação, saúde pública, segurança e obviamente a economia.
O quarto motivo é a falta de credibilidade. Com escândalos se acumulando e a impunidade gracejando, mesmo que estivesse bem intencionado, o governo não teria credibilidade suficiente para contar com apoio dos diversos setores da economia nacional. Este é o problema que nos deixa temerosos em relação ao futuro.
Apesar da crise econômica, no Maranhão, no Pará, no Tocantins e no Brasil, os bares estão lotados de segunda a segunda, porque ninguém é de ferro.

Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.