Senador Marcelo Crivella, prefeito eleito do Rio de Janeiro
Lucivaldo Lima, o amigo Antônio Cruz Pinto, Gilberto Lima e este colunista em foto de 26 de julho de 2016 em Imperatriz

Aécio, o grande perdedor
Análise das eleições

No frigir dos ovos, o maior derrotado nestas eleições de outubro de 2016 chama-se Aécio Neves, o senador mineiro, presidente nacional do PSDB. Ele já havia perdido em 2014 para Dilma Rousseff em Minas Gerais. O seu candidato também perdeu o governo de Minas para o petista Fernando Pimentel, que agora governa o estado com dificuldade devido ao enfraquecimento do PT e às denúncias de envolvimento em atos de corrupção. Mas Aécio acreditava que poderia melhorar seu desempenho dentro do PSDB após ver o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sair vencedor ainda no primeiro turno, ao eleger o neófito na política João Doria Júnior. O senador tucano investiu pesado nos últimos dias na candidatura do deputado estadual João Leite, outro tucano que já havia tentado ser prefeito de Belo Horizonte por duas vezes e acaba de perder a terceira tentativa para o estreante na política Alexandre Kalil, do pequeno PHS, ex-presidente do Atlético Mineiro. João Leite, que foi goleiro do Atlético Mineiro e da seleção brasileira nas décadas de 1980/1990, está em seu sexto mandato de deputado estadual.
Tudo bem que em Minas Gerais a disputa foi acirrada, mas no domingo à noite, após a votação do segundo turno, dia 30 de outubro, Aécio Neves viu que realmente não está dando sorte em seu estado e se distanciando cada vez mais da disputa presidencial em 2018, já que o governador paulista está mais forte no páreo. Claro que, internamente, isto é, dentro do partido, Aécio tem mais força, mas com certeza os tucanos vão escolher o seu candidato em 2018 levando em conta aquele que estiver melhor nas pesquisas de opinião pública. Aécio Neves, que desconversa sobre o assunto, dizendo que o PSDB escolherá seu candidato na hora certa e que ainda está muito cedo para isso, poderá se contentar em disputar o governo de Minas Gerais com o apoio da cúpula tucana.
O que estou dizendo aqui não é novidade. A maioria dos analistas políticos já afirmou isso em comentários em televisão, rádios e nos principais jornais do país nas últimas horas. Não estou aqui manifestando qualquer desejo de derrota para Aécio Neves, político que tive a honra de entrevistar várias vezes em Brasília, especialmente quando ele era presidente da Câmara dos Deputados. Apesar de nunca ter votado nele nem pretender dar meu voto para ele, estou apenas comentando sobre a realidade e dando meu ponto de vista como colunista de O PROGRESSO.
Vale lembrar que se Geraldo Alckmin for mesmo o escolhido pelos tucanos para disputar a presidência da República em 2018 ou até mesmo Aécio Neves, já que até lá muita água passará por debaixo da ponte, do outro lado da disputa estarão candidatos fortes também ou até caras novas.
Há comentários que o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes sairá candidato pelo PDT, com o possível apoio do PT e de outros partidos de esquerda, considerando-se que dificilmente Lula estará no páreo após tanto bombardeio e tendo que dedicar seu tempo para se defender das acusações de envolvimento com corrupção. Por enquanto, Lula tenta fugir da Lava Jato e de uma possível prisão em Curitiba. Isto é o comentário que se ouve em toda esquina e se lê em jornais e revistas toda semana.
O senador paranaense Álvaro Dias, que até pouco tempo era um tucano de carteirinha e sentava na janela do PSDB, poderá sair candidato ao Palácio do Planalto em 2018 pelo Partido Verde. Poderá surpreender. Ele é um senador bastante atuante e até hoje não se envolveu em nenhuma denúncia de corrupção.
Teremos ainda Marina Silva, da Rede, e Luciana Genro, do PSOL, além de outros candidatos de partidos menores que surgirão até lá.

Iris Rezende

Uma vida dedicada à política. Assim podemos definir o prefeito eleito de Goiânia, Iris Rezende, do PMDB. Ele tem 82 anos, governará a capital goiana pela quarta vez, já foi governador de Goiás por duas vezes, senador e ministro duas vezes (Agricultura, no governo Sarney, e da Justiça, no governo Fernando Henrique Cardoso), entre outros cargos. A esposa dele, que também se chama Iris, já foi deputado federal e senadora. O povo de Goiânia espera que Iris Rezende não faça como da última vez, ou seja, como na eleição de 2008, quando foi eleito prefeito da capital goiana e em 2010 renunciou ao cargo para tentar voltar ao governo do estado. Perdeu feio mais uma vez para Marconi Perillo, atual governador. Agora, volta por cima da carne seca e promete cumprir seu mandato até o último dia. Claro, se Deus permitir. Lembrem-se: ele tem 82 anos.

Marcelo Crivella

Eu já comentei aqui na coluna sobre políticos que largam as “mordomias” na Câmara dos Deputados e no Senado para se candidatar a prefeito de suas cidades. É o caso do senador Marcelo Crivella, do PRB, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho do fundador da igreja, Bispo Macêdo. Ele tem ainda mais quatro anos de mandato no Senado, mas a partir de 1º de janeiro de 2017 deixa de ser senador para assumir a prefeitura do Rio de Janeiro. Deixará uma vida tranquila em Brasília por um cargo espinhoso, com uma prefeitura cheia de problemas, uma cidade com alto índice de violência, problemas crônicos de infraestrutura e a saúde completamente falida, só para citar alguns exemplos, é realmente uma forte decisão. Ele é o sexto senador a se eleger prefeito durante o exercício do mandato desde a redemocratização do país, em 1985, de acordo com a Agência Senado.
Só esperamos que Crivella, como líder da Igreja Universal, não misture política e religião. Já pensou ele se recusando a visitar a famosa imagem do Cristo Redentor, de 85 anos, ou se recusando a abrir oficialmente o mais badalado carnaval do mundo, o da Cidade Maravilhosa? Enfim, daqui só nos resta desejar sucesso para o novo prefeito do Rio e parabenizar o suplente Eduardo Lopes por este prêmio da Mega Sena, ou seja, mais de três anos de mandato no Senado Federal de leve, sem esforço e sem suor. Lopes é vice-presidente do PRB no Rio de Janeiro e o principal articulador político da Igreja Universal.

Institutos de pesquisa

Os institutos de pesquisa andaram errando no primeiro e no segundo turnos das eleições municipais deste ano. Em muitos casos, o candidato que estava em terceiro lugar acabou sendo o vencedor e em alguns casos os líderes, de acordo com as pesquisas, não chegaram nem ao segundo turno. Será o que houve?

Finados

Neste dia de finados, em que reverenciamos os mortos, quero manifestar aqui mais uma vez a saudade do meu irmão Gilberto Lima Rodrigues, falecido em 16 de outubro em Parauapebas (PA) e sepultado dia 18 de outubro em Imperatriz, sem esquecer do meu pai, Raimundo Rodrigues, que também morreu aos 63 anos em 23 de junho de 1984, em Açailândia. Os dois foram enterrados no Campo da Saudade, em Imperatriz, que com certeza hoje receberá um grande número de visitantes em homenagem a seus entes queridos.
Em Imperatriz, também estão enterrados vários amigos e amigas ou pessoas com quem tive a honra de conviver, entre os quais os ex-prefeitos Renato Moreira, Carlos Amorim e Davi Alves Silva, Luís Brasília e o amigo Albertino Pereira, que morreu em acidente de moto em 1985 em frente à entrada do aeroporto, vindo da Expoimp. Que Deus ilumine todos no Céu e continue dando força aqui na terra para todos que perderam seus parentes e amigos.

Aproveite o dia de hoje para refletir sobre a vida rezar e pelos seus entes queridos.