Projeto Homenagem - Gilberto Lima Rodrigues
Gilberto Lima Rodrigues, uma pessoa cheia de vida, perdeu a vida dia 16 de outubro de 2016, um domingo à noite, em Parauapebas (PA), onde passeava e visitava os irmãos Lima Rodrigues e Ana Lúcia Rodrigues Topasso, o cunhado Paulo Sérgio Topasso e os sobrinhos Paulo Sérgio e Ana Paula e a sobrinha neta Ana Luíza, além da cunhada Ana Cláudia da Silva Aragão e inúmeros amigos que fizera na cidade do sudeste paraense.
Ele morreu dormindo, serenamente, em paz com Deus. Era católico. Ia à missa todo domingo sagradamente em qualquer lugar onde estivesse. Apesar de exagerar no consumo de bebida alcoólica, mesmo com os apelos da mãe, dos irmãos e dos amigos, não atendia aos conselhos dos outros, mas às vezes surpreendia e por conta própria ficava sem beber cerveja ou cachaça por vários dias e chegava a ficar mais de 40 dias no período quaresmal sem usar uma gota de álcool. Às vezes aproveitava a quarentena e chegava a ficar até dois meses sem o danado do vício, que acabou provocando sua morte por infarto do miocárdio. Ele tinha pressão alta, não se alimentava direito e não praticava exercício físico. Vivia a vida de seu jeito. Alegre, brincalhão, divertido e feliz da vida torcendo para seus times do coração: Corinthians, Botafogo e Paysandu. Em determinados momentos, era fechado, sério ou parecia uma pessoa zangada.
Marabá
Gilberto nasceu em Marabá em 26 de outubro de 1952. Portanto, hoje, quarta-feira, completaria 64 anos de vida. Eu havia prometido levar o cantor Haroldo Braga para a reunião de família no dia de seu aniversário. Ele ficou feliz ao ouvir Braga cantar no meu aniversário, dia 19 de setembro deste ano, em Parauapebas, onde moro há quase seis anos. Haroldo Braga é maranhense de São Luís, mora atualmente em Parauapebas e interpreta as músicas de Roberto Carlos como ninguém. Dias antes de morrer, ele mudou de atitude e começou a dizer para familiares e amigos que não estaria aqui neste mundo no dia do seu aniversário. Não explicava o motivo, mas às vezes, ébrio, garantia que não mais haveria festa porque não estaria aqui entre nós. Todos levavam aquilo na brincadeira. Mas, se foi pressentimento ou não, o fato é que realmente hoje, dia 26 de outubro, ele não está aqui para comemorarmos e ouvirmos juntos: Roberto Carlos, Herivelto Martins, Adaulfo Alves, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Cartola, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, Alcione, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Gal Gosta, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Jamelão e tantos outros excelentes cantores que ele adorava ouvir no dia a dia. Em sua casa, em Brasília, tinha coleções completas de MPB em vinil.
Infância
Os pais, Raimundo Rodrigues e Iraídes Lima Rodrigues, vieram de Marabá (PA) em 1960 e instalaram um comércio de secos e molhados na beira rio, mais ou menos na altura da antiga boate Texana. A beira rio era completamente diferente. Ele ajudava o pai no comércio. Gilberto estudava na Escola Santa Teresinha e tinha como mestre o já falecido frei italiano Ambrósio. Gostava de jogar bola com os amigos em um campinho que ficava ao lado da Igreja Santa Teresa D’Ávila. Fez o ginasial no famoso e respeitado, à época, Ginásio Bernardo Sayão, na Avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, onde passou a admirar um magnífico professor de matemática chamado Fernando Cunha, até hoje morador de Imperatriz. Foi no Bernardo Sayão que conheceu amigos inseparáveis como Aldeman Costa (já falecido), Siney Karan, Itapoã Martins, Nelson Martins, Pretinho, Rosimar e tantos outros homens e mulheres que fizeram carreiras bem sucedidas em suas áreas em Imperatriz, Brasília e outras cidades.
Contabilidade
Gilberto tinha uma excelente caligrafia, entendia muito bem de contabilidade e era perfeccionista em tudo que fazia. Em sua casa, não admitia que o visitante deixasse uma xícara de café ou um copo fora do seu devido lugar. Os LPs eram guardados por ordem alfabética. Cada coisa em seu espaço.
A competência na área contábil ele adquiriu ainda jovem. Trabalhou durante alguns meses no escritório do armazém do “Seu” Franciscano, na Avenida Getúlio Vargas, perto de onde morávamos.
Brasília
O jovem Gilberto queria ir mais longe e conquistar algo mais na vida. Pediu demissão do emprego e juntou-se aos amigos Ibladionir, Edmilson e Raimundo Martins e seguiram os quatro para Brasília no começo de 1972. A capital da República faria doze anos em 21 de abril daquele ano.
Lá em Brasília, moraram juntos, mas com o tempo cada um seguiu seu rumo. Gilberto atuou em escritórios de algumas empresas, concluiu o então segundo grau (hoje ensino médio), depois formou-se em Administração de Empresas em 1977 no antigo Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), hoje UniCeub, e foi trabalhar nos Correios e Telégrafos, a potente ECT. Chegou a ocupar importantes cargos na escala da administração de pessoal em nível nacional dos Correios e depois se aposentou e aproveitava o tempo para passar temporadas em Imperatriz e em Parauapebas, onde veio a falecer.
Irmãos
Em Brasília, já estabelecido, primeiro levou o irmão Lucivaldo Lima Rodrigues, a quem chamamos carinhosamente de Dai. Depois, levou o irmão mais novo, Josivaldo Lima Rodrigues, que ele chamava de “Mecêda”, derivado do apelido de infância deste colunista, Mercedinha, e a única irmã: Ana Lúcia. Em Brasília, também, dividiu moradia com o amigo e posteriormente compadre Antônio Cruz Pinto, a quem chamava de Compadre Pinto. “O Gilberto era um cara superamigo e comprometido com a amizade”, disse Pinto sobre o amigo. Aliás, tinha um respeito e admiração pelos compadres Paulo Sérgio (cunhado) e Manuel Pimentel (o Manú), residente em Tocantinópolis (TO), casado com Neusanira Alves Ferreira, sua prima e irmã de criação. E tinha um carinho enorme pela madrinha Sebastiana Ferreira, que mora na Fazenda Canto de Areia, no município de Araguatins (TO) e promove todo dia 20 de janeiro a tradicional reza de São Sebastião. Gilberto esteve presente nas últimas edições e já se programava para comparecer na reza de janeiro de 2017. Agora, estará presente espiritualmente e, com certeza, bastante lembrado por parentes e amigos.
Família
Gilberto Lima Rodrigues foi casado com Lunamar Resende, com quem teve a filha Renata Rodrigues, residente em Uberlândia (MG.) Teve ainda os filhos Rodrigo e Rafaela, de outros relacionamentos após a separação da mineira Luna.
Saudade
Ele morou em Brasília por mais de 44 anos e quis o destino que Gilberto Lima Rodrigues viesse morrer no Pará, onde nasceu, e ser enterrado em Imperatriz, onde mora sua mãe, Iraídes, e ao lado do pai, Raimundo Rodrigues, no Cemitério Campo da Saudade. Gilberto deixa saudades eternas entre nós, parentes e amigos. Por isso, ele foi o homenageado de hoje desta coluna no “Projeto Homenagem”.
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