Na semana passada, a exemplo dos demais estados, os bancários rejeitaram a proposta da Fenaban e a greve continuou

A greve dos bancos

O povo sofre todo dia com tudo de ruim que existe neste mundo. Não bastassem os desmandos políticos dos governantes municipais, estaduais e federal, com a falta de saúde, educação, segurança, infraestrutura, esporte e lazer, como já destaquei aqui várias vezes, desde a semana passada a população sofre com mais uma greve de funcionários de agências bancárias. Nada contra a greve. Acho que é um mecanismo justo de os trabalhadores obterem reajustes salariais e outras conquistas. O que sou contra é o castigo imposto ao povo, especialmente aos mais idosos, que procuram as agências bancárias para receber suas aposentadorias ou pensões, cujo dinheiro, na maioria das vezes, está todo comprometido com a compra de medicamentos ou a compra de alimentos para filhos e netos.
Lamentável é que, mesmo sem greve, o povo já sofre todo dia com longas filas nas agências bancárias. As pessoas perdem muito tempo para às vezes pagar um simples boleto ou descontar um cheque.
Reconheço que os bancários ganham muito mal. Os salários são baixos e a categoria não recebe o tratamento que merece por parte dos banqueiros. O trabalho diário exige atenção redobrada, os bancários vivem sob pressão e muito stress diariamente. Enquanto isso, os donos de bancos vivem com um alto padrão de vida, filhos nas melhores escolas particulares, comem nos melhores restaurantes, bebem os melhores vinhos e viajam para o exterior constantemente. Não sou contra que eles aproveitem tudo isso com muito prazer. Sou contra os banqueiros ganharem muito e pagar pouco para seus funcionários. A cada trimestre lemos na imprensa que os bancos tiveram lucros bilionários e os trabalhadores perdas irreparáveis.
Espero que bancários e banqueiros cheguem a um acordo logo e que os patrões melhorem as instalações das agências bancárias para melhor atender ao povo tão sofrido que depende destes serviços todos os dias.
E para completar o martírio da população, o Sindicato dos Bancários do Maranhão divulgou em seu site que “durante a greve, a categoria não precisa atender à exigência do Procon de manter um contingente mínimo de 30% das agências em funcionamento”. Agora lascou.
Segundo o Sindicato dos Bancários do Maranhão, “a categoria maranhense reivindica reajuste de 28,33%, PLR de 25% linear, isonomia, estabilidade no emprego, contratação de mais bancários, fim do assédio moral e das demissões imotivadas, dentre outras. Os bancários cruzaram os braços desde o dia 06 de setembro e só retornarão às atividades quando os patrões apresentarem uma proposta decente”.
Os trabalhadores votaram pela paralisação depois que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) se recusou a atender às principais reivindicações da categoria.
Outro fator que fez os trabalhadores radicalizarem o movimento foi o reajuste oferecido pela Fenaban de 6,5%. O índice é muito baixo, principalmente para um setor que lucrou quase R$ 30 bilhões em 2016”. (Fonte: http://www.bancariosma.org.br).
OBS: até o fechamento desta coluna, ontem à tarde, os bancários ainda continuavam em greve, mas iriam participar de mais uma rodada de negociação com a Fenaban e à noite realizariam assembleia para decidir se a greve continuaria ou não.

Por falar nisso....

Por falar nisso, recebi na semana passada, via e-mail, da assessoria de imprensa do IBEDEC, direto de Goiânia, um release que trata sobre o assunto, com base em orientações do IBEDEC de Mato Grosso do Sul. Confira:

Greve dos bancários: consumidor deve ter direitos respeitados

Os Sindicatos dos Bancários de todo o país iniciaram na última terça-feira, dia 6, greve que atinge tanto bancos privados quanto públicos. Em meio ao debate entre “patrões e empregados”, o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo – Seção Mato Grosso do Sul (IBEDEC-MS) orienta os consumidores sobre seus direitos nesse período, além do que fazer para não ter prejuízos.
A diretora do IBEDEC-MS, Bárbara Grassi, alerta que o serviço bancário e de compensação de cheque é considerado atividade essencial pela lei de greve. Isso significa que a paralisação dos trabalhadores não pode deixar os consumidores sem nenhuma opção. Por isto, ele orienta aos consumidores que não deixem de pagar suas contas.
Grassi orienta que diante da paralisação bancária, o consumidor deve procurar pagar suas contas em correspondentes bancários (água, luz, telefone, etc.). No caso de boletos e carnês de lojas que ofereçam produto ou serviço, o consumidor deve pagar direto no próprio estabelecimento comercial. Já as transações bancárias podem ser feitas por telefone, internet ou nos caixas eletrônicos.
“É importante que o consumidor tenha a ciência de que não está isento de pagamento de suas faturas, boletos ou qualquer tipo de cobrança mesmo em período de greve bancária caso seja disponibilizado outro local/canal para pagamento”, explica Grassi. “Caso o fornecedor não disponibilize ou dificulte outro local de pagamento, o consumidor deve documentar esta tentativa de quitação do débito junto ao Procon”.
A diretora do IBEDEC-MS reforça ainda que o consumidor não pode ser prejudicado ou responder por quaisquer prejuízos causados pela greve. “A responsabilidade do banco pelos prejuízos causados aos consumidores decorre do risco de sua atividade e não pode sobre qualquer pretexto ser repassado ao consumidor”.

Eduardo Cunha, ex-deputado

Aqui se faz. Aqui se paga. 450x10. Já vai tarde. Tchau, Cunha. Até 2027.

Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.