Parabéns, “Seu” Olímpio Bandeira!
Ele é tranquilo. Fala pouco e escuta mais. É pai de muitos filhos e filhas. Avô de mais um tanto. Bisavô. É ex-pescador e ex-funcionário da antiga Sucam* (para os mais jovens, ao final da coluna há informações sobre a extinta Sucam). Tem nome e história em Imperatriz. A cidade completará 164 anos dia 16 de julho deste ano. Ele completou apenas 90 anos no sábado, dia 11 de junho, mas nem por isso deixa de ser um pioneiro da Terra do Frei. Estou falando do Comendador imperatrizense Olímpio Bandeira, ou simplesmente de “Seu Olímpio”, dono de um bar na Rua 15 de Novembro, onde pessoas das mais diversas classes sociais e profissões se reúnem diariamente, mas com um quorum mais alto no sábado e domingo, quando o “horário de pico” vai das 10h às 15h.
E para ilustrar esta coluna especial, cito aqui trechos do belo artigo escrito e publicado em seu blog pelo amigo de mil anos Elson Araújo, em homenagem aos 90 anos de “Seu Olímpio”:
“O nome Olímpio é de origem grega, e significa ‘consagrado a Zeus’, o deus dos deuses do Olimpo, a montanha mais alta da Grécia e, segundo a mitologia, morada de 12 deuses - Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.
O Seu Olímpio, nos dias de hoje, poderia ser comparado a essa montanha sagrada da Grécia, só que, no caso dele, abrigo de 13 sagradas criaturas, seus filhos: Olimpinho, Pedro, Manoel, Nelson; Otília, Zilma, Vilma Hilma, Dirlete, Dilma, Marlete, Dirlene e Arlete, todos muito bem cuidados pela ‘sacerdotisa’ Domingas Bandeira, sua companheira por 63 anos e 23 dias e que já partiu para o Oriente Eterno”. (Fonte: https://porelsonaraujo.blogspot.com.br)
Lá no “Bar do Seu Olímpio” se fala sobre tudo e sobre todos. Ninguém escapa. Até mesmo o prefeito Sebastião Madeira e os pré-candidatos a prefeito de Imperatriz. O local também é conhecido como “A Boca Maldita”, inspirado em outro bar de Curitiba (PR), onde também os apreciadores de uma boa cerveja e de um bom papo se reúnem com frequência para colocar os assuntos em dia.
Já presenciei cenas históricas no “Bar do Seu Olímpio”, como, por exemplo, uma briga dos amigos Maurice Sabag e Francisco Escórcio; a visita do então presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o maranhense Edison Vidigal, além de momentos descontraídos com as histórias e sacadas do velho amigo Zé de Souza. Consegui até emplacar uma nota na coluna Painel, da Folha de S. Paulo, sobre a visita de Vidigal à Boca Maldita. O ex-senador José Sarney também já passou por lá.
Lá, temos frequentadores cativos. O diretor-presidente do jornal O PROGRESSO, Sergio Godinho, com seus óculos de piloto de avião, sempre enriquece as conversas e as gozações no sábado ou no domingo na “Boca Maldita”. O Ganso, com sua latinha de Skol na mão e seu inseparável cigarro, também é outra figura marcante. O diretor comercial de O PROGRESSO, Illya Nathasje, prefere beber sua Brahma em taça gigante. O jornalista Coriolano Filho, editor de O PROGRESSO, viveu momentos importantes no “Bar do Seu Olímpio”. De alguns meses para cá, “debandou” para o “Bar do Seu Chico”, mas não deixa de fazer parte da história da “Boca Maldita”. O Nelson Bandeira, filho do Olimpão, é craque em preparar os tira-gostos do bar, especialmente em se tratando de peixe. Nota 10. O Dr. Toinho, com suas histórias do tempo de Exército no Amazonas e no Pará, deixa todos calados e atentos para os finais dos sempre surpreendentes relatos de quando ele era um jovem militar. O Augusto, neto de “Seu Olímpio”, sempre com seu jeito tranquilo e de intelectual que conhece bem a poesia e a música brasileira, ilustra as conversas. O jornalista Carlos Gaby tem bom papo, simpático e é uma companhia agradável em qualquer lugar. O Lucena Filho e seu irmão Marquinhos também são figuras históricas na “Boca Maldita”, assim como o cunhado deles, o Beto Padeiro, ou melhor, Dr. Beto Padeiro (advogado), batalhador e entendedor de boi como ninguém, além do mineiro do ramo de móveis e figura histórica do PMDB, o “polêmico” Alair. O Olimpinho, sempre gozador e defensor da verdadeira história de Imperatriz, faz a diferença. O amigo Elson Araújo, sempre bem elegante, enriquece o elenco de frequentadores da Boca Maldita. Isto sem deixar de citar as figuras que já se foram, como, por exemplo, Roberto Gelobom, o “Negão Cleomir”, o Júnior, o Luiz Brasília e tantos outros. Citei apenas alguns nomes, mas a lista é enorme das pessoas que fazem o dia a dia no “Bar do Seu Olímpio”. Peço aos amigos não citados aqui que se considerem homenageados pela coluna.
Tenho certeza, Mestre Olímpio, que todos já te desejaram FELICIDADE em seu aniversário. Então, daqui do Pará, te desejo saúde, paz, alegria e felicidade e que venham mais 90 anos em sua vida e que você (nada de senhor) continue sendo essa figura simpática que sempre foi. Parabéns, meu nobre amigo. Tudo de bom. Em breve, estarei aí para tomar uma gelada e prosear com você e com os amigos.
* Sucam
Da Sucam, órgão que resultou da fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), da Campanha de Erradicação da Malária (CEM) e da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), a Fundação herdou experiência e conhecimento acumulados, ao longo de várias décadas, de atividades de combate às endemias de transmissão vetorial, que transformaram a Sucam no órgão de maior penetração rural no país. Sua estrutura operacional estava presente em todos os Estados brasileiros.
Não há localidade no interior do Brasil, por mais remota, que não tenha sido periodicamente visitada por guardas da Sucam. A eficiência e a disciplina desses servidores sempre foram reconhecidas pela população e pelas autoridades locais. Sua estrutura de campo foi também utilizada na execução de outras atividades de saúde pública, fora do âmbito de suas responsabilidades institucionais. Tinha como finalidade o controle ou erradicação das grandes endemias no Brasil, desenvolvendo quatro Programas de Controle de Doenças: Chagas, malária, esquistossomose e febre amarela, bem como cinco Campanhas Contra: a filariose, o tracoma, a peste, o bócio endêmico e as leishmanioses. Possuía em todas as unidades federadas diretorias regionais, que tinham em sua estrutura distritos sanitários, totalizando oitenta em todo o país, sendo essas as unidades responsáveis pela operacionalização de atividades de campo.
A Sucam foi legítima herdeira de um dos mais antigos modelos de organização de ações de saúde pública do Brasil, denominado sanitarismo campanhista. Esse modelo teve como premissa a revolução pasteuriana (alusão ao cientista francês Louis Pasteur) e foi implementado pelo médico-sanitarista Oswaldo Cruz, na primeira década do século XX. (Fonte: www.funasa.gov.br)
Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.
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