Ex-jogador Gérson dizia na propaganda de uma marca de cigarro: “Leve vantagem você também”

Tem gente que quer levar vantagem em tudo

Meus caros leitores e leitoras desta coluna, hoje vou falar sobre o jeitinho do brasileiro de querer se dar bem em tudo. Para ilustrar este tema, vou citar um pequeno artigo de um especialista.
Já dizia um antigo anúncio de cigarro, que tinha como garoto propaganda o ex-jogador Gérson, da Seleção Brasileira da Copa de 1970, que o importante é “levar vantagem em tudo”. A propaganda foi bastante criticada à época.
O site www.infoescola.com publicou um artigo de Felipe Araújo falando sobre o assunto. Confira:

“Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!”.
Frase que originou a Lei de Gérson na propaganda de cigarros Vila Rica (1976).
No mundo todas as pessoas conhecem a Lei de Murphy. Segundo ela, se algo pode dar errado, algo dará errado. No Brasil, uma das leis mais conhecidas é a Lei de Gérson. Segundo ela, se algo pode dar errado, não tem problema, pois mesmo que der errado, a gente dá um jeitinho de fazer parecer certo. Gérson de Oliveira foi quem ficou com a fama pela frase que batizou o jeitinho brasileiro, mas o fato é que a maioria do povo já se beneficiou com tal lei e ainda se gaba por ser mundialmente famosos por isso.
A tal Lei de Gérson tem origem em uma propaganda que Gérson, um dos melhores meio-campistas da história do futebol brasileiro e ex-jogador de grandes times como o São Paulo Futebol Clube, fez para os cigarros Vila Rica no ano de 1976. Na peça publicitária, o boleiro fala sobre as vantagens do cigarro e pronuncia a seguinte frase: “É gostoso, suave e não irrita a garganta”. Na sequência diz: “Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro?”. Depois de propagandear o cigarro e falar sobre o quanto o produto era bom, Gérson dá um sorrisinho malandro e solta a última e infeliz frase da propaganda: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”. Desta forma, sintetizou de uma vez só o jeitinho brasileiro de fazer o errado parecer certo.
Apesar de já ser um jogador consagrado na época, ficou marcado pela propaganda. Depois de algum tempo, o “Canhotinha de Ouro” declarou que ficou arrependido de ter sua imagem associada ao anúncio. Mas já era tarde, seu nome acabou batizando a Lei mais salafrária do país e ficou no imaginário popular. Segundo o diretor do comercial, o publicitário José Monserrat Filho, “houve um erro de interpretação, o pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: ‘levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente’”.
Com os escândalos políticos que ocorrem frequentemente na política brasileira, tais como fraude, corrupção, lavagem de dinheiro, superfaturamento, entre outros, a expressão Lei de Gérson acaba surgindo na boca do povão todos os anos. Enraizada na cultura popular, virou sinônimo de levar vantagem acima de tudo, sem respeitar códigos éticos ou morais.

Vejamos outros exemplos. 

Em recente assalto à agência do Banco do Brasil em Araguatins (TO), moradores foram flagrados furtando notas de dinheiro que ficaram espalhadas na área da porta da agência. Gente que quis se aproveitar da situação e arrumar uma graninha. De forma totalmente errada, claro. Isto é crime. 
Agora, na última segunda-feira, tivemos mais um exemplo da situação “levar vantagem em tudo”. Um militar reformado, de 55 anos, tentou furtar um malote de empresa de valores que havia sido assaltada em Santos. O malote que ele “pretendia” levar continha R$ 100 mil.  Ele foi pego em flagrante, pagou uma fiança de R$ Mil e foi liberado para responder ao processo por furto em liberdade. Sobre o caso, quando os bandidos começaram assaltar a empresa de transporte de valores, a polícia foi acionada, houve confronto com os bandidos, três pessoas morreram e a polícia recuperou grande parte do dinheiro roubado.
E tem gente que tanta tirar proveito e levar vantagem em tudo se passando por mendigo. Teve até um caso em Brasília em que um malandro se passava por cadeirante para conseguir uma grana nos semáforos da capital da República. E teve também um caso de uma mulher que trocava de roupa  e usava maquiagem debaixo de um prédio no centro de Brasília, para se “transformar” em uma mendiga para pedir uma “ajudinha” nas ruas. Até quando vamos continuar vendo essas coisas absurdas no nosso país?

Esperança

Tenho esperança que as coisas mudem. Que o Brasil volte a crescer. Que os corruptos sejam presos e este mal acabe no país. Que o povo escolha bem seus candidatos e que as pessoas voltem a viver com dignidade e com muita felicidade, com emprego e renda e o nosso país seja cada vez mais pujante. Tenho esperança ainda que todos realizem seus sonhos, mas sem querer levar vantagem em tudo. Tudo dentro da ética e da lei.

Boa semana e até quarta-feira, com saúde e paz.