A Semana Santa e o pescado
Está chegando a Semana Santa. Ela começa no próximo domingo, dia 20 de março, com o tradicional Domingo de Ramos para os católicos, prosseguindo até o dia 27, com o Domingo de Páscoa, quando as famílias se reúnem para aquele almoço de confraternização e muito chocolate.
Nesse período, aumenta o consumo de pescado em todo o Brasil. O Brasil é banhado por uma costa marítima de 8,5 mil quilômetros, possui 12% de toda a água doce do planeta, e ainda 8,2 bilhões de metros cúbicos de água distribuídos em rios, lagos, açudes e represas. Com condições ambientais e climáticas favoráveis e tanta riqueza natural, tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de pescado no mundo. O Ministério da Agricultura busca apoiar o crescimento da atividade de forma sustentável e respeitando o meio ambiente.
O governo federal distingue a atividade pesqueira de acordo com a finalidade econômica e social. Dessa forma, existem três tipos distintos de pesca no Brasil: amadora, artesanal e industrial, todas regulamentadas e assistidas pela Secretaria da Pesca e Aquicultura (MPA).
Proteína animal mais saudável
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o pescado é a proteína animal mais saudável e consumida no mundo. Os brasileiros ultrapassaram o consumo mínimo de pescado recomendado pela OMS, que é de 12 quilos por habitante ao ano. No Brasil, o consumo chega a 14,50 quilos por habitante/ano de acordo com o levantamento feito em 2013.
O site do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura destaca a preocupação do governo com o setor. “A pesca e a aquicultura seguirão sendo um caminho para o desenvolvimento do nosso país. Os rumos escolhidos para o setor estarão sendo seguidos na nova configuração, sem qualquer prejuízo dos avanços conquistados. Assim como continuará o compromisso de todos para fazer o setor pesqueiro e aquícola ocupar o espaço de destaque que pode e merece na economia do Brasil”.
15 milhões de toneladas de pescado nos próximos dez anos
Ao participar em Brasília, no ano passado, da 8ª edição do Subcomitê de Aquicultura da FAO, o então ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, que agora é ministro dos Portos, afirmou: “A aquicultura é o segmento que proporcionará a maior contribuição para a oferta de alimentos proteicos, destinados a atender o consumo da humanidade, nas próximas três décadas”.
Segundo ele, nos últimos 50 anos, a oferta de produtos pesqueiros e aquícolas, destinados ao consumo humano, vem superando o crescimento da população mundial, sendo que nas últimas três décadas, chegou a uma produção por volta de 97,2 milhões de toneladas por ano. Apesar disso, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) projeta que o mundo necessitará, nos próximos 10 anos, de mais 15 milhões de toneladas de pescado para manter o atual consumo per capita da proteína.
“O Brasil tem muito a contribuir para transformar essa projeção em realidade. Para isso, busca ordenar e produzir pescado de alta qualidade de forma sustentável. Sabemos que, além do auxílio da FAO, é extremamente importante a parceria e o diálogo com países vizinhos e de outras regiões do mundo”, destacou Helder. À época, ele acrescentou que o país escolheu o caminho de parcerias para implantar novas tecnologias e viabilizar o crescimento da nossa produção aquícola. “Com a troca de informações e experiências, todos irão se desenvolver, aperfeiçoar os métodos de produção e a qualidade do que é produzido”, reforçou.
Brasil quer atingir a 5ª colocação mundial
Helder destacou, ainda, as iniciativas que o governo federal fez em favor da atividade pesqueira no Brasil, como o Plano Safra da Pesca e Aquicultura (PSPA), financiamento que garante investimentos no setor, a certificação do Selo Peixe da Amazônia – Brasil Sustentável e o Plano de Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira PDA 2015/2020, criado com objetivos e metas reais, que podem ser cumpridas e atingidas até 2020.
O Plano Safra da Pesca e Aquicultura foi apresentado em 22 de setembro do ano passado e está orçado em R$ 500 milhões. Vale lembrar que o negócio do pescado no mundo movimenta 600 milhões de dólares por ano. De acordo com o então ministério da Pesca, o Brasil é o 12º maior produtor mundial de pescado, tendo chegado a 1.241,807 toneladas em 2013. O governo federal quer chegar em 2020 na 5ª colocação com dois milhões de toneladas.
E só um esclarecimento:
O Ministério da Pesca e Aquicultura foi extinto em 2 de outubro de 2015, dentro da reforma ministerial, e suas atividades passaram para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O então ministro paraense Helder Barbalho assumiu o Ministério dos Portos.
Pescado não pode sair do Pará
Para garantir o abastecimento de pescado e equilibrar os preços do produto durante o período da Semana Santa, entrou em vigor na sexta-feira, dia 4 de março, o decreto, assinado pelo governador Simão Jatene, suspendendo a emissão de guias de transporte de qualquer espécie de pescado fresco, resfriado e salgado para fora do Estado do Pará. A proibição valerá até o dia 25 de março, sexta-feira da Paixão. Apenas os produtos industrializados e com Selo de Inspeção Federal (SIF) poderão sair do Estado. A informação da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará – Sedap.
Os órgãos de fiscalização e controle estaduais vão intensificar a fiscalização nos postos de fronteira para assegurar o cumprimento do decreto.
Boa semana a todos e até quarta-feira, com saúde e paz.
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