A morte de um ídolo e a TV
Muita gente criticou nas redes sociais a ampla cobertura feita pela televisão, especialmente a TV Globo, sobre a morte do jovem cantor goiano Cristiano Araújo, vítima de acidente de carro no interior de Goiás, na semana passada, ao lado da namorada Allana Moraes. Vi comentários no facebook, inclusive de colegas jornalistas de Brasília, que discordo da forma que foram colocados. É que alguns disseram que nunca tinham ouvido falar no artista, que estava fazendo sucesso em todo o Brasil desde 2011. A pessoa não gostar de música sertaneja é uma coisa. Agora, dizer que não sabia da existência de Cristiano Araújo é outra coisa completamente diferente, mesmo levando em conta que alguns afirmaram que não assistem as tvs abertas, só as chamadas tvs a cabo.
Se fosse um cantor desconhecido até concordaria com os comentários de alguns colegas, mas o Cristiano Araújo esteve em todos os programas de televisão nos últimos anos, alguns até mais de uma vez. Foi capa de revistas. Sua música toca no rádio direto, toda hora e todo dia.
Lembro que recentemente morreu o ator Cláudio Cunha, que foi parar no livro dos recordes com a peça “O Analista de Bagé”, e não vi nada na TV Globo sobre o assunto. E olha que o ator tinha 68 anos e muitos anos de estrada. A imprensa quase não deu destaque para a morte dele, mas mesmo assim a informação foi divulgada em jornais, blogs e sites. Cláudio Cunha não era conhecido do grande público. Cristiano Araújo era conhecido no país e sua agenda estava lotada de shows. No dia em que morreu, após fazer show no dia anterior na cidade goiana de Itumbiara, ele preferiu seguir de madrugada - de carro – para Goiânia, porque viajaria no mesmo dia para Caruaru, em Pernambuco, para mais uma apresentação. Não chegou nem a Goiânia e morreu entre Morrinhos e o trevo de Pontalina, em Goiás.
Tem gente que diz que não conhecia o cantor porque só ouve jazz, The Beatles e MPB e porque não gosta de música sertaneja. Ninguém é obrigado a saber da existência das milhares de duplas sertanejas ou cantores do gênero que existem no Brasil. Mas o jovem cantor estava na mídia todo dia. E a televisão fez ampla cobertura porque a morte de um ídolo chama a atenção do público. Comove o povo. Não digo que a morte de Cristiano Araújo comoveu todo o país, mas que houve comoção, isso houve sim. Claro, não foi igual à comoção dos brasileiros com a morte de Ayrton Senna, o nosso grande e inesquecível piloto, três vezes campeão do mundo, que morreu durante uma corrida da Fórmula 1 realizada em Bolonha, na Itália, em 1º de maio de 1994.
De repente, esses amigos que não sabiam da existência de Cristiano Araújo, também não sabiam da existência de Paulo Sérgio, Luiz Gonzaga, Wando, Reginaldo Rossi, Nelson Ned, Altemar Dutra, Agepê ou Nelson Gonçalves, todos que morreram e deixaram muita saudade. Ou também, de repente, eles não saibam da existência de Agnaldo Timóteo, Odair José, José Augusto, Fernando Mendes, Moacyr Franco, Sidney Magal e tantos outros artistas populares do Brasil, que, com certeza, quando morreram também merecerão destaque na mídia nacional, porque suas músicas mexem com o coração do povo. Com o meu coração. Apesar de gostar e curtir muito a chamada MPB, o chorinho, o sertanejo raíz e o forró pé de serra, eu também curto bastante os cantores acima citados. Se gostar deles é ser brega, então eu sou brega convicto. Sou povão. Espero que os nobres colegas que desconheciam a existência de Cristiano Araújo comecem a pesquisar sobre a vida de artistas populares, para não se surpreenderem quando um deles morrer e for destaque na televisão, no rádio e nos jornais. Tenho dito.
Cordel
Mais uma vez Deus me deu a graça de escrever um novo livreto de cordel, por solicitação da Secretaria de Cultura de Parauapebas (PA). Desta vez o homenageado foi o Mestre Lucindo – a Mestre do Carimbó. Já havia escrito outros três cordéis a pedido da Secult: um sobre Luiz Gonzaga e outro sobre Dominguinhos e um sobre a história de Parauapebas. Viva o Mestre Lucindo.
Nascido em 3 de março
Em Água Boa, no Pará
107 anos se passaram
Marapanin lembrará
O Mestre do Carimbó
Homenageado será. (...)
xxx
Lucindo morreu em 1988
Mas sempre será lembrado
Pelo povo paraense
Será sempre homenageado
Deixa mais de 300 músicas
Este foi seu grande legado. (...)
Brasília sediará o 1º Encontro de “Novas Mídias”
Vou aproveitar minha estadia em Brasília, para participar nesta quinta-feira, 02 de julho, de encontro de jornalistas. É que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal – SJPDF e o Movimento dos Blogueiros de Brasília – MBB, realizam na capital da República o “1º Encontro de Novas Mídias”, voltado para reunir os comunicadores das novas mídias: blogueiros, jornalistas da web e editores de site, que firmam parceria para diversas ações em conjunto.
A iniciativa abre um leque de novas oportunidades para quem trabalha com o mercado de comunicação independente e digital no Distrito Federal. Mas, claro, vou levar a experiência para o Maranhão e para o Pará.
Família
Vim a Brasília para participar do aniversário de um ano da neta Valentina no sábado e do batizado dela e da outra neta, Lara, de 6 anos, no domingo. Foi muito bom rever a família e os amigos da cidade onde morei por mais de 30 anos.
Boa semana a todos e até quarta-feira com saúde e paz.
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