A força das bicicletas
Bateu saudade quando circulava de bicicleta pelas ruas de Imperatriz. Primeiro, numa modelo 1968, depois numa bicicleta maior, modelo Monark, comprada no Armazém Paraíba. Meu irmão Lucivaldo também tinha a dele. Íamos para a escola de bicicleta felizes da vida. Uma bela infância e até um pouco da adolescência pelas ruas de Imperatriz.
Hoje, as ruas de Imperatriz chegam a causar tumulto no trânsito com o intenso movimento de bicicletas, motocicletas e outros veículos. Tem local, especialmente no centro da cidade, que a coisa está cada vez mais complicada. Para estacionar um carro, então, nem se fala.
Sudeste
Apesar de o maior mercado de venda de bicicletas ainda estar na região Sudeste — onde circulam 35,2 milhões de bikes, segundo a Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios (Abradibi) — Brasília vem ganhando espaço no ramo. Segundo empresários do setor, a venda de bicicletas e acessórios no Distrito Federal explodiu nos últimos cinco anos, aumentando em até 300%. Há pelo menos 20 lojas especializadas em ciclismo profissional no DF e elas vendem mais de 3 mil bikes por mês, por R$ 4 mil em média cada uma. Das mais caras, são vendidas cerca de 20 mensalmente. (Fonte: Reportagem do Correio Braziliense do ano passado)
Por falar em bicicleta, veja esta notícia que recebi por e-mail da Assessoria de Imprensa da RankBrasil: www.RankBrasil.com.br
Ciclista atravessa o país em 57 dias e bate recorde
O ciclista de São Paulo (SP), Marcelo Florentino Soares, de 43 anos, entra para o RankBrasil em 2015 pelo recorde de Mais rápida travessia de bicicleta do Monte Caburaí ao Chuí. Em 57 dias (entre 8 de janeiro e 5 de março), ele completou 10.332,30 km entre os dois extremos do país, passando por cerca de 595 municípios de 17 estados brasileiros. Em média, o paulistano pedalou 18 horas diárias.
De acordo com o recordista, a ideia de fazer o trajeto surgiu através da sugestão de um amigo, falando sobre o desafio lançado por George Silva de Souza, que em 2002 realizou o percurso em 79 dias. Sem dinheiro para fazer a inscrição da prova, Marcelo vendeu uma moto antiga e conseguiu arrecadar o valor. A participação na competição ainda dependia de outro fator: a falta de recursos financeiros necessários durante a viagem.
Sonho
O sonho do ciclista se tornou realidade graças à empresária Neusa Telheiro. “Ela me ajudou em tudo, desde as passagens aéreas, reposição de peças para a bicicleta e alimentação. Por falta de competidores, o desafio quase foi cancelado. Além do paulistano, só se inscreveram um baiano e um dinamarquês. “O estrangeiro resolveu não participar e o desafiante da Bahia desistiu na marca dos 280 km”.
Transamazônica
Conforme ele, a maior dificuldade foi atravessar a Transamazônica – uma estrada sem asfalto. “Lá não é lama, mas argila, então quando secava cortava os pneus”, destaca. Outro obstáculo foi encontrar peças de reposição. “Ainda bem que levei quase tudo para repor”, diz. Sobre se deparar com diferentes realidades culturais, econômicas e de paisagens, o recordista comenta a incrível experiência: “Um belo aprendizado de vida”.
Por onde passava, atraía a atenção de curiosos. “Alguns me paravam e perguntavam o que eu estava fazendo. Motociclistas, motoristas de carro e caminhoneiros se emparelhavam comigo e queriam saber qual era meu destino”, conta. Segundo Marcelo, outros se encantavam com a história e até pagavam sua refeição. “Diversas pessoas maravilhosas e desconhecidas me ajudaram a vencer o desafio”.
Chuí
Ao chegar no Chuí, depois de completar todo o percurso, o ciclista foi recepcionado em uma escola, recebeu um troféu e deu até entrevista para uma TV uruguaia. “Sentia-me flutuando, como se estivesse chegando no céu, e já com vontade de fazer um novo desafio”, lembra. Pelo recorde brasileiro, o paulistano diz que a sensação é de reconhecimento por seu empenho e dedicação durante o desafio. “Aqui é o país do futebol, mas é preciso valorizar outros esportes”, finaliza.
Extremos do Brasil
O Monte Caburaí está localizado no município de Uiramutã (RR) e delimita a fronteira entre Brasil e Guiana. Já o Arroio Chuí é um pequeno curso d’água que fica no município de Chuí (RS), na divisa entre o Brasil e o Uruguai.
Até o século 18, a fronteira em Roraima não havia sido delimitada e o Oiapoque (AP) era mencionado como o ponto terminal norte do país. A expressão ‘do Oiapoque ao Chuí’ ficou bastante conhecida e é utilizada até os dias atuais. Importante destacar que nos mapas oficiais o extremo norte do Brasil é o Monte Caburaí.
Um abraço a todos e até quarta-feira.
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