Agricultores de Curionópolis ganham dinheiro extra com a colheita do cajá
O município de Curionópolis, no sudeste do Pará, ficou famoso por causa do garimpo de Serra Pelada, que surgiu no início da década de 1980 e fechou em 1992. O famoso Trinta já foi até cenário de filmes e documentários. O antigo garimpo está parado e não há nem previsão de produção de minério por lá, após a falência da Colossus, a empresa canadense que chegou a fazer um gigantesco túnel para explorar ouro e outros minérios, mas não deu conta do recado e deixou os garimpeiros a ver navios.
Entretanto, nem por isso o famoso Trinta deixou de se virar nos trinta para fortalecer sua economia. Nos últimos cinco anos, o município recebeu vultosos recursos da Vale com a implantação do Projeto Serra Leste, que já está produzindo. Mas nos últimos anos, pequenos e médios agricultores de Curionópolis ganham um dinheiro extra com outra atividade: a colheita do cajá ou taperebá.
194 toneladas
Os frutos da cajazeira são muito apreciados pelo excelente sabor de sua polpa. Além disso, apresentam boas características agroindustriais, como rendimento de polpa de 56% em média e suas características químicas.
Há mais de quatro anos, o que era desperdício passou a ser lucro para várias famílias da região. A colheita do cajá no Pará vai de dezembro ao final de abril, no máximo até o início de maio. Os resultados são surpreendentes, de acordo com Raimundo Jorge Souza, do escritório da Emater em Curionópolis, e com Mauro Melo, presidente da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Carajás, a Cooper, com sede em Parauapebas.
120 produtores
Os 120 produtores cadastrados produziram neste ano 194 toneladas de cajá, ou seja, faturaram mais de 232 mil reais. Só o agricultor José Neto, o campeão deste ano, colheu quatro mil e 191 quilos, o que representa mais de quatro toneladas. Em média, cada produtor faturou cerca de dois mil reais, isto é, um dinheiro extra que entrou nas contas das famílias. O cajá é colhido uma vez por ano. Nos outros meses, os produtores prosseguem com suas atividades agrícolas e pecuárias normalmente, contribuindo com o desenvolvimento do sudeste do Pará.
Festa do Cajá
Para comemorar estes resultados, todo ano é realizada a Festa do Cajá. Este ano, o evento ocorreu no sábado, dia 11 de abril, na comunidade do Curral Preto, na região do rio Sereno, perto do antigo garimpo de Serra Pelada.
Promovida pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Leandro – Asprul, com o apoio da prefeitura de Curionópolis, da Emater, da Cooper, entre outras parceiras, a 4ª Festa do Cajá reuniu centenas de famílias e produtores de vários locais para uma grande confraternização. Lá, foram montadas várias barracas com produtos da região e, claro, doces, picolés, geladins, pudins, musses e outras delícias feitas com a polpa do cajá.
Miss Cajá
A programação foi extensa, iniciando logo cedo com um culto ecumênico e, depois, a realização de diversas palestras sobre a importância do cajá, ministradas por técnicos da Emater. Houve ainda a corrida de jegue e o concurso da Miss Cajá 2015. Alice Oliveira de Moraes, de 14 anos, lá mesmo da comunidade do Curral Preto, foi a vencedora e disse que estava muito feliz. Em segundo lugar ficou Sara Cíntia de Barros e em terceiro lugar Cleonice Costa Santos. Sete candidatas participaram da disputa.
Foi uma festa bem organizada e os produtores rurais de Curionópolis puderam comemorar mais uma vez a boa colheita do cajá ou taperebá, como alguns preferem chamar o delicioso fruto.
Projeto no Senado abre novas perspectivas para a produção de cacau no Brasil
Um projeto de lei apresentado no Senado Federal propõe aumentar o teor mínimo de cacau na composição do chocolate brasileiro dos atuais 25% para 35%. O projeto é de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) e deve dar um novo estímulo à produção de cacau no País.
O Pará é o segundo maior produtor
Como segundo maior produtor nacional, o Pará é um dos estados que deverá se beneficiar com a medida, caso venha a se transformar em lei, e, por isso, a iniciativa da senadora baiana está sendo encampada pelo governo do Estado e por parlamentares paraenses. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), por exemplo, já se candidatou a ser o relator do projeto. O projeto de lei em tramitação no Senado também torna obrigatória a informação sobre o teor de cacau nas embalagens de chocolate produzido no Brasil ou importado de outros países.
150 mil hectares de cacaueiros
Como segundo maior produtor nacional de cacau e com um parque industrial de chocolate em crescimento, o projeto encaixa-se perfeitamente no interesse do governo do Pará de expandir a produção local. Atualmente, o Pará possui uma área plantada em torno de 150 mil hectares de cacaueiros, cultivados por cerca de 18 mil produtores, em sua maioria pequenos agricultores. A região da Transamazônica concentra 67% da produção estadual.
Baixo custo
A produção paraense também apresenta baixo custo com uma média de US$ 1 mil por tonelada colhida, além de apresentar características preservacionistas, uma vez que a quase totalidade das lavouras é feita em sistemas agroflorestais. Atualmente, inclusive, está sendo discutida a inclusão do cacau como espécie para composição da reserva legal das propriedades agrícolas na Amazônia. A informação é da Secretaria de Agricultura do Estado do Pará.
Trânsito
O que leva um cidadão a parar uma potente camionete em plena rua movimentada de uma cidade para conversar com um amigo que se encontra em uma loja, deixando o trânsito engarrafado e os motoristas irritados, com razão?
E será por que muita gente não usa a seta do veículo? Será se o motorista pensa que a seta é apenas um enfeite do carro?
E o que será que tem na cabeça de um cidadão que joga um coco pela janela de um moderno carro, após beber a deliciosa água do mesmo?
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