Análise política
Nos Estados Unidos há muito tempo os jornais e os grupos de comunicação declaram abertamente quais seus candidatos preferidos para presidente daquele país, o mais poderoso do mundo, e isto não atrapalha em nada o processo eleitoral.
Já aqui no Brasil, se um colunista ou um órgão de comunicação se declarar abertamente, como fez a revista Carta Capital, editada pelo competente e experiente jornalista Mino Carta, na eleição presidencial de 2010, quando ele publicou um editorial apoiando Dilma Rousseff, é criticado. Assim como tem jornal, rádio ou TV que têm preferência por um ou outro candidato, eu também tenho. Eu mesmo declarei abertamente que sempre votei no Lula e na Dilma. Não tenho porque ter medo ou esconder meu voto. Se os artistas até participam de programas eleitorais declarando suas opções eleitorais, por que eu, um simples apresentador de programa rural no Pará e colunista de um jornal de interior, não posso?
O que fico chateado e rebato aqui foram os comentários que recebi no facebook, dos mais absurdos, só por causa da minha opção eleitoral. Em um comentário no face – entre os inúmeros que postei – eu declarei meu voto e coloquei o título: “Respeitem meu voto”. Pra quê? Ouvi cada besteira. E uma delas o cidadão disse que eu, como jornalista, deveria ler mais jornais, revistas e assistir mais telejornais. O cidadão desinformado mal sabe que é isto o que mais faço há mais de 35 anos.
Quando o debate fica baseado em propostas políticas ou admiração pelo candidato A ou B, é maravilhoso. Mas quando o debate parte para a baixaria, o desrespeito e o xingamento ou palavrões, aí nem comento ou respondo as provocações. Deixo a resposta para as urnas, como fiz na última eleição. Respeito o voto de cada um e também exijo respeito. Viva a democracia.
Por falar em eleição...
Após a eleição, surgiram os comentários absurdos nas redes sociais questionando a lisura do processo eleitoral e algumas pessoas dizendo abertamente que “houve roubo”, que “houve fraude” e que “a vitória de Dilma Rousseff não tem validade”, etc., etc., etc. Foi realizada até passeata pedindo o impeachment da presidente da República reeleita pela maioria dos brasileiros. Houve também o pedido de auditoria especial na eleição presidencial, feito pelo PSDB paulista. Ainda não houve uma decisão oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o assunto.
Aí ontem, a imprensa divulgou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou na segunda-feira (3) ao Tribunal Superior Eleitoral um parecer contrário à realização de uma auditoria no resultado da eleição presidencial que reelegeu Dilma Rousseff para um novo mandato. No documento, Janot diz que o pedido pode comprometer a “credibilidade” da Justiça Eleitoral e que houve “imprudência” em sua apresentação, conforme destacou o site de notícias G1.
De acordo com o G1, o parecer de Rodrigo Janot, a auditoria foi pedida pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador jurídico da campanha do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves. “No pedido de auditoria, o PSDB argumenta que a confiabilidade da apuração e a infalibilidade da urna eletrônica têm sido questionadas nas redes sociais. O partido sugere a criação de uma comissão com representantes do tribunal e de partidos para verificar o sistema que apura e faz a contagem dos votos. Na eleição, o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, obteve 51 milhões de votos (48,36%) contra 54,5 milhões (51,64%) da presidente Dilma Rousseff, reeleita pelo PT.
Até ontem à tarde, quando enviei a coluna para o jornal, o presidente do TSE, Dias Toffoli, ainda não havia dado andamento ao pedido. Portanto, não pude publicar aqui na coluna se foi uma “decisão individual ou se ele enviou a decisão para o plenário do Tribunal Superior Eleitoral”.
Samba de raiz e chorinho
Após promover em 19 de setembro, em Parauapebas (PA), a 1ª Noite da Moda de Viola, promovi na sexta-feira, dia 31 de outubro, a 1ª Noite do Samba de Raiz e do Chorinho. Como em Parauapebas o principal gênero musical é o sertanejo, que eu até mesmo divulgo bastante em meu programa de TV, observei que muita gente que veio de Belo Horizonte, Belém, Brasília, São Paulo e outros estados, gostariam de ouvir, também, um ritmo diferente e deu certo: as pessoas adoraram a noite. O evento foi realizado na noite de sexta-feira (31de outubro) no Restaurante Fogão a Lenha Brasileiro, do meu amigo João Maciel, que é de Imperatriz. Na foto, ele aparece de chapéu ao meu lado. (As fotos são do site www.arrobapebas.com.br).
Jô Soares
Eu assisti. Foi emocionante a declaração de amor feita pelo apresentador Jô Soares no seu programa de segunda-feira (3) na TV Globo, que foi ao ar já na madrugada de terça-feira, ao seu filho Rafael Soares, o Rafinha, que faleceu de câncer na sexta-feira no Rio de Janeiro.
“A nossa abertura de hoje vai ser um pouco diferente: na última sexta-feira, dia 31, eu sofri a dor que é o pesadelo de todo pai, a inversão da ordem natural das coisas: perda de um filho. Meu filho Rafael, Rafael Austregésilo Soares, o Rafinha, esteve no mundo durante 50 anos e foi uma criança especial. Como ele era autista, permaneceu menino até o fim. Passou a vida inteira na realidade do seu próprio mundo, com corpo de adulto e coração e alma de criança. Tinha um ouvido absoluto, por isso tocava piano, adorava música, mas sua grande paixão era o rádio. Tinha sua própria emissora em casa cujo alcance eram as pessoas que o visitavam (…).
Eu gostaria de dedicar essa abertura de hoje a ele e a Thereza, sua mãe, que foi minha companheira por 20 anos e que por 50 anos dedicou sua vida ao nosso filhinho, o acompanhando desde o berço até o fim (...)”.
Força ao apresentador Jô Soares e que Deus coloque seu filho em um bom lugar.
Uma boa semana e até quarta-feira, com saúde e paz.
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