Projeto Homenagem

Há 20 anos terminava o ciclo de sucesso da banda The Brothers em Imperatriz

O sonho acabou mesmo. Há 20 anos chegava ao fim a banda de maior sucesso da região tocantina, a famosa The Brothers, que animou muitos bailes e uniu centenas de casais imperatrizenses com suas baladas românticas e o rock da época, as décadas de 1970, 1980 e 1990. No início de setembro de 1994, um acidente automobilístico pôs fim ao sonho de um grupo de jovens cabeludos e talentosos. Os detalhes do acidente você vai saber ao longo desta história nesta homenagem que a coluna presta à maior banda de Imperatriz e região de todos os tempos. Antes, a banda Bossa Show fez sucesso em Imperatriz, mas a The Brothers fazia a cabeça dos jovens da época nas tertúlias (domingo à noite) no Clube Tocantins, na Rua Godofredo Viana; Juçara Clube, no bairro Juçara, e em tantos outros clubes da região.
Quem passou dos 40 anos lembra muito bem da letra de “Delírio”, de autoria de Sinhôzinho, gravada pelo crooner da banda, Frankilin, com sua voz potente e romântica: “Venho vagando louco sem encontrar o peito amigo. Oh, Deus não me condenes a viver neste martírio, pois tu bem sabes já é loucura meu delírio”. Do outro lado do compact disc tinha a música “A espera do sol nascer”, de autoria do próprio Frankilin.

Como tudo começou

O “Seu” João Adílsio Nóbrega era comerciante em Pedreiras (MA) e a esposa Maria Elói Nóbrega era dona de casa. Ainda jovens, os filhos Frankilin e Edilson foram estudar em São Luís. Depois, a família decidiu ir morar na capital maranhense. Mas por lá ficaram por pouco tempo. “Seu” João resolveu se mudar para longe. Ele mudou-se com a mulher e os filhos para Anápolis (GO). Foi ser o gerente da grande loja de tecidos Jaraguá. O ano era 1959. Dona Maria morreu em outubro de 2005 e “Seu” João em 2006.

A mudança para Imperatriz

No início da década de 1970, a convite do primo Bileu (já falecido), que morava em Imperatriz, Frankilin e Edilson resolveram visitar a maior cidade do sul do Maranhão. Eles foram convidados para fazer uma participação na banda Bossa Show. A participação não ocorreu, mas acabaram ficando na cidade.
Um belo dia foram fazer um show no Clube Juçara. Dr. Agostinho Noleto, que era o presidente do clube à época, gostou tanto da banda que ao ficar sabendo que eles tinham todos os instrumentos em Goiás autorizou não só a vinda dos equipamentos e instrumentos, como também comprou um teclado para o tecladista que viria direto de Anápolis para tocar no Juçara. Foi sucesso total.

A formação

A The Brothers se formou em Anápolis ainda em 1970. E tudo começou em uma reunião na casa de amigos. O grupo tocava em casas de amigos, bailinhos e depois em clubes sociais da segunda maior cidade do estado de Goiás. Frankilin tinha 18 anos e Edilson apenas 13 anos de idade. O primeiro contrato da banda foi com o Supermercado Big-Pay, de Anápolis. Os meninos talentosos tocavam lá na entrada do estabelecimento para a alegria dos fregueses.
Em 1966, com a decisão de Frankilin e Edilson de ir  morar em Imperatriz, os demais integrantes da banda foram para o Maranhão a convite dos dois irmãos.

Várias formações

A banda teve várias formações e grandes músicos passaram por lá, como, por exemplo: Maninho (primo), bateria; Rousevelt (irmão), guitarra – que depois passou a ser o empresário da banda - Baltazar, baterista; Manu, teclado; Peninha Paulista, tecladista; Thaca-Thá, e João, guitarra. “Foram muitos amigos músicos, todos excelentes, que fizeram parte da nossa história. É impossível citar todos. Peço até perdão para aqueles que não lembrei os nomes agora”, declarou Edilson.

Zezão

O baterista carioca Zezão chegou ao grupo de forma inusitada. Ele era o baterista do Circo Mágico Thiany. Em 1971, Frankilin e Edilson viram aquele “negão” simpático tocando no circo e não tiveram dúvida. Após o espetáculo, foram lá falar com ele e o convidaram para participar da The Brothers. O convite foi aceito na hora. “Rapaz, eu gostei dessa cidade. Vou ficar aqui”, disse Zezão. Ele ficou um bom tempo na banda e após o término do grupo foi dar aula de bateria para a prefeitura de Açailândia (MA). Zezão faleceu em 2000.

O destino de cada um

Frankilin e Edilson continuam morando em Imperatriz e fazendo shows na região; Zezão morreu em Açailândia; João voltou para a Paraíba; Peninha  mora em Caldas Novas. E os demais integrantes estão morando em cidades do Maranhão, Pará e Tocantins.

Shows

A banda The Brothers fazia shows não só em Imperatriz, mas em cidades do Pará, como Marabá, Xinguara, Redenção, Conceição do Araguaia, entre outras; do Tocantins, como Araguaína, além de cidades do Piauí. “Nesta época, a gente cruzava nas estradas com as bandas Renato e Seus Blue Caps, de São Paulo, e Os Trepidantes, do Recife. A concorrência era pau a pau para se apresentar nas cidades. E a gente sempre conseguiu bons contratos”, lembra Edilson.

Filhos

Frankilin Nóbrega, que até hoje faz shows na região tocantina ao lado do irmão Edilson, chegou a Imperatriz em 1970 já casado com a professora Lázara Pereira Nóbrega e tem cinco filhas: Ana Paula, 41 anos, assistente social; Jaqueline, 39 anos, professora na Suécia; Pedro, 30 anos, instrutor de trânsito em Imperatriz; Fernanda, 32 anos, professora em Imperatriz, e Bruno, 28 anos, que mora na Irlanda.

Casamento

Edilson Nóbrega casou-se em Imperatriz em 1973 com Maria Gorethi Bandeira e o casal tem quatro filhas: Vanessa, de 39 anos, que é pastora em Imperatriz; Valéria Tatiana, de 36 anos, trabalha também na cidade, só que na área de saúde; e as gêmeas Nádia e Nídia, de 32 anos, que moram nos Estados Unidos. O casal tem 7 netos, sendo 4 meninas e 3 meninos.

O acidente

A banda ia bem, mas um acidente automobilístico acabou com o sonho dos jovens que pretendiam fazer sucesso no Brasil todo. O ônibus da The Brothers vinha de Rondon do Pará. Era o início de setembro de 1994. Entre a Lagoa Verde e o frigorífico, já perto de Imperatriz, um caminhão gaiola bateu na traseira do ônibus do grupo e acabou com a festa. Ninguém se machucou gravemente, mas os instrumentos, equipamentos eletrônicos e o ônibus da banda ficaram totalmente destruídos por causa da batida. “Foi horrível. Foi triste. O caminhoneiro acabou com nosso sonho”, disse Edilson.

Macapá

Frankilin e Edilson resolveram ir conhecer a capital do Amapá. Gostaram e acabaram ficando seis meses em Macapá. Depois, voltaram para Imperatriz e em pouco tempo iriam para longe.

Estados Unidos

Ao chegarem a Imperatriz, em pouco tempo Frankilin e Edilson receberam um convite do cunhado Gilberto Costa, que já morava nos Estados Unidos, e foram para o exterior com a cara e a coragem. Eles viajaram no dia 3 de outubro de 1999 e foram morar em Greenville, na Carolina do Sul. (Greenville é uma cidade localizada no estado norte-americano da Carolina do Sul, no Condado de Greenville. Foi fundada em 1797). Lá tocavam em bares e faziam sucesso, mas Frankilin não aguentou mais do que um ano e oito meses. Edilson ficou dez anos e depois voltou para Imperatriz e continuou tocando com o irmão.

Os irmãos

A família Nóbrega tem ainda, além de Frankilin e Edilson, os seguintes irmãos: Enilson, atualmente diretor Administrativo do Grupo Difusora, em São Luís (MA); Stélio (Contador, em Imperatriz) e Rita Bartiro Nóbrega, que mora nos Estados Unidos.

Contatos para shows
Para contratar o show de Frankilin e Edilson e banda, basta ligar para (99) 3523-0996; 3523-1492; 8132-5881 e 9172-7807.

A entrevista

Estas informações foram repassadas à coluna por Edilson Nóbrega, na noite de segunda-feira, ao visitar Parauapebas (PA) em companhia da mulher Gorethe. Eles estiveram na cidade para resolver assuntos pessoais.
Esta foi mais uma homenagem da coluna aos imperatrizenses que ajudam ou ajudaram a fazer a bela história desta pujante cidade.

Um abraço a todos e até quarta-feira.