Eduardo Campos e Marina Silva
Pedro Valadares

Sucessão presidencial

A coisa embolou. Se o grupo da presidente Dilma Rousseff achava que a vitória em outubro estava no papo, se enganou completamente. Infelizmente, esta reviravolta ocorreu devido à morte do candidato Eduardo Campos, em acidente aéreo na quarta-feira passada. A primeira pesquisa de opinião pública divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira, realizada pelo DATAFOLHA, mostrou Dilma Rousseff à frente, com 36%, mas tendo em segundo lugar, com 21%, a ex-senadora Marina Silva, que era candidata a vice-presidente na chapa da Coligação Unidos pelo Brasil. E um detalhe: em caso de segundo turno, Marina vence a eleição com 47% contra 43% de Dilma Rousseff. Segundo o Datafolha, ela não chegou tirando votos de Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, que acabou ficando praticamente em 3º lugar, no chamado empate técnico, nem de Dilma, mas conquistou os votos dos indecisos.

Comoção

De acordo com analistas e cientistas políticos, a subida de Marina Silva se deve à comoção nacional que ocorreu em todo o Brasil com a tragédia que vitimou o jovem político Eduardo Campos.

Grupo contrário

Há dentro da coligação que uniu Eduardo Campos e Marina Silva um grupo contrário à confirmação da ex-senadora acreana como candidata à presidência da República, alegando que ela poderia não honrar todos os compromissos assumidos pelo ex-governador pernambucano. O grupo teme que Marina volte a ser candidata de um discurso só, ou seja, o meio ambiente, e deixe de lado os grandes empresários e, principalmente, os pecuaristas e o setor rural de um modo geral.

Interesse

De acordo também com analistas políticos, a tragédia envolvendo Eduardo Campos mexeu com parte da população que nem queria saber de eleição e estava desacreditada, apesar de vir paquerando a candidatura de Campos e Marina. Estes eleitores querem agora votar na chamada terceira via, isto é, deixando de lado Dilma e Aécio. E esta onda de comentário boca a boca acaba engrossando uma fila enorme de novos eleitores, até mesmo quem estava indeciso. A propaganda política eleitoral que começou ontem no rádio e na TV vai ajudar o eleitorado a conhecer melhor Marina Silva e suas propostas, e, claro, as propostas dos outros candidatos também.

Viúva

A viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, demonstrou muita força durante todo o tempo, mesmo quando ocorreu o enterro do marido no Recife no domingo. Sempre ao lado dos filhos, ela chegou a falar e deixou claro que sua opção é por Marina Silva, o mesmo que havia sido feito por um irmão do então candidato do PSB. A manifestação de Renata Campos pesou – e muito – na decisão dos partidos aliados para confirmar Marina Silva como candidata à presidência da República. O anúncio oficial do nome da candidata do PSB está previsto para esta quarta-feira.

Vai com Deus, meu amigo Pedrinho!

No acidente que vitimou o candidato à presidência da República, Eduardo Campos, eu perdi um amigo: o ex-deputado federal Pedro Valadares, de Sergipe, carinhosamente chamado de Pedrinho. Ainda jovem, em 1990, ele foi eleito para seu primeiro mandato e depois exerceu mais quatro mandatos; foi secretário de estado em Sergipe e em Pernambuco, onde tinha familiares. Como competente advogado, vinha exercendo a função de assessor especial de Eduardo Campos. A mulher de Pedrinho é Promotora de Justiça no Maranhão. Tive a honra de conviver com ele durante alguns anos e entrevistá-lo em várias ocasiões. Jovem, gente boa e descontraído, tinha a política na veia. Vai com Deus, meu nobre amigo!

Piada de mau gosto

Muito sem graça a piadinha que começou a circular nas redes sociais no mesmo dia do anúncio da morte de Eduardo Campos. Algum imbecil fez uma montagem com uma foto da presidente Dilma Rousseff com um canhão e a frase: “Mandei derrubar e, se for o caso, derrubo o Aécio também”. Quanta besteira em um momento de comoção nacional! Vamos respeitar os mortos e os candidatos ao Palácio do Planalto. Piadas são bem-vindas, mas devem ter criatividade e respeitar certas situações.

Piada de bom gosto

Também nas redes sociais, ri bastante ao receber a seguinte informação: o cantor Sérgio Reis bateu as botas. A primeira pergunta: caramba, foi mesmo? O que aconteceu? Em seguida, vem a resposta: ele bateu as botas na entrada de sua casa na fazenda dele ao retornar do curral. As botas estavam sujas de lama. Até aí, tudo bem. Sem ofender ninguém e ao mesmo tempo brincando com uma personalidade nacional.

Neymar

Neymar voltou aos gramados com a bola toda, 45 dias após a contusão sofrida, fazendo dois golaços e dando um passe para outro na segunda-feira, na partida entre o Barcelona e o León (MEX), no Camp Nou, pelo Troféu Joan Gamper. Fez até gol de calcanhar. Os dois foram bonitos. Dá-lhe garoto!

Televisão

Nada contra a comunidade gay, mas a TV Globo está exagerando ao colocar em uma terceira novela seguida – agora em Império – envolvimento de gays, homens e mulheres, em suas tramas. Além do exagero em apresentar separações de casais, vem batendo na mesma tecla. Desta vez, exagerando no envolvimento de jovens com homens mais velhos. Repito: não tenho nada contra os gays, apenas estou comentando sobre as novelas da Globo. Estão ficando repetitivas. Agora, atores outrora machões das novelas são os gays enrustidos ou declarados.

Uma boa semana a todos, com saúde e paz!