Juliano Pompei é médico veterinário e técnico do Departamento de Nutrição do Grupo Matsuda - Foto Foto: Taxi Blue

Agropecuária é único setor da economia com crescimento na pandemia, diz IBGE
    
A agropecuária apresentou crescimento de 0,6% no primeiro trimestre de 2020 em comparação ao quarto trimestre de 2019, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. O setor foi o único da atividade econômica nacional a crescer no período analisado.

Em relação a igual período do ano anterior, no caso primeiro trimestre, a agropecuária teve crescimento de 1,9%. “Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre, como a soja, e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada”, diz o IBGE. O PIB do país teve contração de 1,5% nos primeiros três meses do ano no comparativo com o quarto trimestre do ano passado.

Abastecimento interno

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) tem destacado as ações adotadas pelo Mapa e demais órgãos do governo federal para garantir o abastecimento interno de alimentos, as exportações dos produtos agropecuários e o funcionamento sem interrupção da cadeia produtiva do agro durante a pandemia.

“Temos tido sucesso com isso porque, além da grande safra que foi colhida neste verão, temos tido a logística absolutamente normalizada. Portanto, além do abastecimento dos 212 milhões de brasileiros, também temos conseguido cumprir a nossa missão de provedores de alimentos do mundo”, disse a ministra, ao participar de balanço das ações de combate aos impactos do coronavírus no dia 26 deste mês, no Palácio do Planalto. A informação é do Ministério da Agricultura.
    
Primeira etapa do Circuito Nelore de Qualidade 2020 avaliou mais de 800 animais em Campo Grande (MS)
 
A primeira etapa do Circuito Nelore de Qualidade, realizada na unidade da Friboi de Campo Grande (MS) com o apoio da Matsuda Sementes e Nutrição Animal, evidenciou a qualidade genética dos projetos pecuários da região. Segundo a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e a Associação Sul-Matogrossense dos Criadores de Nelore (ASCN) 829 animais foram avaliados, sendo 504 machos castrados e 325 fêmeas.
 
Entre os machos, 67,3% dos animais participantes da avaliação tinham até 4 dentes incisivos permanentes, 62% apresentaram acabamento de gordura mediana e a expressiva maioria (88,3%) pesaram mais de 18 arrobas.
 
O vencedor do Melhor Lote de Carcaças de Machos foi o pecuarista Hélio de Lima, da Estância Monza, de Campo Grande, que conquistou a Medalha de Ouro. A Medalha de Prata foi para Roberto Rodrigues Siemionko, da Fazenda Alegria, de Ribas do Rio Pardo. O bronze ficou com Marcos Antonio de Carvalho Torquato, da Fazenda Torquato, de Coxim.
 
“A terminação dos animais em confinamento proporciona muitos benefícios, como aumento da produtividade, abatendo animais mais jovens e bem acabados. Esse indicador nos motivou a participar da primeira etapa do Circuito Nelore de Qualidade 2020. Obter o primeiro lugar foi uma grata surpresa e nos mostra que estamos no caminho certo. Investimos em tecnologias para aumento da rentabilidade e, assim, entregar um produto de qualidade ao consumidor final”, diz o pecuarista Hélio de Lima.
 
Circuito Nelore de Qualidade  

Realizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, o Circuito Nelore de Qualidade fortalece e promove a genética e a carne da raça, contribuindo para elevar a produtividade da pecuária nacional. A iniciativa avalia resultados obtidos pelos produtores, cada qual em sua realidade e sistema de produção.
 
Promovido desde 1999, o Circuito conta com apoio da Friboi e Matsuda Sementes e Nutrição Animal, e cresce a cada ano: em 2020, serão 40 etapas em 11 estados. Até o fim do ano, 25 mil animais devem ser avaliados, consolidando o Circuito Nacional de Qualidade como o maior campeonato de avaliação de carcaças de bovinos do mundo. (Texto Comunicação).

Planejamento nutricional

A atividade pecuária exige uma atenção constante do produtor durante todo o ano, pois ela não se desenvolve de um modo nativo. Produzir bois para o abate ou leite, exige conhecimento e muito manejo do rebanho e, com a aproximação da seca, essa atenção tem que ser redobrada. É fato que a mudança do clima não acontece em todas as regiões do País, ao mesmo tempo. No Sudeste, costuma ser em meados de maio, e vai até final de agosto, ou início de setembro. Já na região Sul, não chove desde final de dezembro de 2019, enquanto no Nordeste está chovendo, ainda, e assim por diante. Por isso, as dificuldades dos produtores, quando decidem elaborar um Planejamento Nutricional, não são poucas, nesse período. 
Para falar do assunto, entrevistamos o médico veterinário Julliano Pompei e técnico do Departamento de Nutrição do Grupo Matsuda, com 18 anos de atuação no atendimento do setor, da porteira para dentro. Segundo ele o período de seca é uma transição já bem conhecida pelos pecuaristas do Brasil, o que não quer dizer que seja simples enfrentá-la, principalmente se o produtor não lançar mão das ferramentas adequadas. “O importante é lembrar que nesse período nossas pastagens reduzem, acentuadamente, o seu crescimento, proporcionando um menor volume de pasto aos animais”, assinala. “Entretanto, além dessa sazonalidade na produção, o que vem de fato, limitar o bom desempenho dos animais criados em pastos, no período de seca, é a própria concentração dos nutrientes”.

Volume de pasto
 
Pompei explica que é comum e esperado em pastagens tropicais que, com a entrada do período seco, ocorra uma queda gradativa nas concentrações de alguns nutrientes, vitais para os ruminantes, como Proteína Bruta (PB) que pode apresentar uma redução de até 50%, os Macro e Micro minerais com queda em até 80%, e também da Energia, em menor proporção, porém não menos importante de até 20%.
“Se não bastasse esta perda dos valores nutricionais, como forma de “proteção” ocorre um aumento da fração fibrosa, deixando esses materiais com uma menor digestibilidade, aumentando, assim o tempo de passagem do alimento pelo trato digestório dos animais, onde teremos, como consequência, uma redução da ingestão do alimento”, observa o especialista. “Não há o que ser feito para evitar essas alterações em nossos capins, uma vez que são fatores fisiológicos das plantas em países tropicais como o Brasil. Porém podemos e devemos garantir um bom volume de pasto para os animais neste período, uma vez que a correção dos valores nutricionais em si, é algo mais fácil de se obter”, adverte. (Com informações da jornalista Marisa Rodrigues, da Taxi Blue Comunicação Estratégica, de São Paulo).

Se cuide. Fique em casa.