Citônio, que fez 69 anos ontem, foi um taxista muito querido na “praça” de Imperatriz - Fotos: arquivos de família
Valdecy Epifânio, irmão do Citônio, morreu dia 4 de dezembro do ano passado aos 71 anos de idade
Cácia e Citônio estão casados há mais de 25 anos e comandam uma loja de informática na Av. Dorgival Pinheiro de Sousa

Projeto Homenagem

Citônio, o ex-taxista de Imperatriz que cativava a clientela com a sua simpatia

Ele dirigia com o corpo bem encostado na porta do Jeep Boiadeiro, quase de banda. Depois, a cena se repetiu inúmeras vezes no Fusca, no Opala e no Corcel, mas aí com o braço esquerdo apoiado na janela do veículo, e evidentemente, com os vidros abertos e ouvindo música no toca-fitas do rádio Motorola. Seu jeito brincalhão e simpático de ser chamava a atenção de todos que faziam “corrida” desde a Beira Rio até ao Entroncamento, ou vice-versa, ou para outros pontos de uma Imperatriz ainda pequena, onde praticamente quase todo mundo se conhecia. Era um rapaz inteligente, apesar de ter estudado apenas o primeiro grau (hoje, ensino fundamental).

Estou falando de Antônio Epifânio de Almeida, o “Citônio”, cearense de Crateús, que  ontem, dia 7 de janeiro, completou 69 anos. Ele chegou a Imperatriz aos 12 anos de idade, juntamente com os pais Osvaldo Epifânio de Almeida e Izabel Pedro de Araújo e os irmãos: Valdecy, Luzanira e Raimunilze Epifânio. O “Seu” Osvaldo resolveu sair do Ceará por causa da seca que castigava o Nordeste e por ter aceitado um chamado do pai dele, João Epifânio de Almeida, que já morava em Imperatriz desde 1956.

No Ceará, “Seu” Osvaldo era agricultor, mas em Imperatriz abriu uma mercearia na esquina da Rua Ceará com a Av. Dorgival Pinheiro de Sousa. Foi com o pequeno comércio que ele criou os filhos.

Avô ajudou na compra do Jeep

O avô do Citônio, João Epifânio, trabalhou para um grade armazém atacadista de Anápolis (GO), que tinha sua sede lá no Entroncamento, de frente para a Belém-Brasília. “Seu” João era o encarregado das compras do armazém e viajava constantemente para Anápolis. Era o responsável pelo o estoque do armazém de secos e molhados, como se dizia antigamente.

O menino Citônio já gostava de carro desde quando veio do Ceará e, com 13 anos de idade, já dirigia. Com 16 anos aumentou a idade em dois anos e conseguiu tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e foi trabalhar como motorista de táxi dirigindo um Jeep da Beira Rio até ao Entroncamento, como dissemos anteriormente. Foi com a ajuda do avô que Citônio comprou o Jeep. Depois vieram fuscas, opalas e corcéis.

Amigos taxistas

Ao dizer que trabalhou dez anos dirigindo o Jeep Boiadeiro, Citônio lembra com saudade dos amigos Dior, Bila e Zé do Óleo, e dos outros amigos de outra época como o Raul, o Consol, o Márcio, o Mauro e o Zé Mimim. Eram poucos motoristas de táxis em Imperatriz. Ele foi taxista até a década de 1980. Depois, na década de 1990, foi trabalhar com um cunhado dirigindo ônibus na linha entre Imperatriz e Cidelândia. Anos depois, parou de trabalhar como motorista, atuou no ramo de gráfica e, posteriormente, montou uma loja de informática na Av. Dorgival Pinheiro de Sousa em Imperatriz.

E sobre o período que trabalhou como taxista, ele diz: “Foi um período muito bom. Gostava muito. Era muito prestativo e todo mundo gostava de mim. E foi dirigindo táxi que conquistei algumas coisas na vida, como minha casa e minha loja, por exemplo”.

Família

Homem de poucas palavras, o ex-taxista Citônio conversa pouco sobre sua vida, mas com a insistência do repórter revelou que casou-se após os 40 anos e no primeiro casamento teve um filho e uma filha e está no segundo casamento há 25 anos, mas não tem filhos deste relacionamento. Sua esposa e sócia na empresa se chama Cácia Alves da Silva.

Amor por Imperatriz

Sobre Imperatriz, Citônio demonstra muito carinho pela cidade. “Imperatriz é uma terra que todo mundo gosta. É um lugar muito bom de se morar. O que tenho, consegui aqui”. Só faz uma ressalva: “a Imperatriz das décadas de 1970 e 1980 era menos violenta e a gente podia dormir até com a janela de casa aberta ou os vidros do carro abertos que ninguém roubava, mas agora tudo mudou e a violência cresceu na cidade”, disse ele, concluindo com mais amor por pela cidade: “Mas mesmo assim eu gosto de Imperatriz. Aqui é muito bom”.

A perda do irmão Valdecy

Há pouco mais de um mês Citônio perdeu o irmão Valdecy, seu grande amigo, parceiro e incentivador. Valdecy Epifânio de Almeida morreu de ataque cardíaco aos 71 anos de idade dia 4 de dezembro do ano passado. Ele era proprietário de uma loja de caça e pesca na Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, na esquina com a Rua Ceará.

“A morte do meu irmão me deixou muito triste, mas temos que nos conformar com a decisão de Deus”, disse Citônio após participar no último domingo, na Igreja Santa Teresa D´Ávila, em Imperatriz, da missa do trigésimo dia de falecimento de seu irmão.

Valdecy e Rosilda Rocha

Valdecy Epifânio trabalhou durante muitos anos no rama de farmácia em Imperatriz e foi casado com Rosilda Bandeira Rocha, filha do casal Lázaro Rocha e Narcisa de Almeida Mendes, uma família tradicional de Imperatriz. A esposa de Valdecy, Rosilda, morreu em 1992 de problema respiratório após se engasgar com um pedaço de osso de galinha.

O casal Valdecy e Rosilda deixou duas filhas: Cybelle e Cynnara Rocha de Almeida Mendes e quatro netos.

PARABÉNS

Por fazer parte da história de Imperatriz e por ter feito aniversário ontem, Antônio Epifânio de Almeida, o Citônio, recebe hoje esta homenagem no nosso “Projeto Homenagem”. Parabéns, saúde, paz, felicidade e Feliz 2020.