Projeto Homenagem
Hélio Passos, um imperatrizense portador de necessidade especial que distribui simpatia, alegria e otimismo pelas ruas de Parauapebas
É impressionante a garra, o otimismo, a determinação e a alegria do maranhense de Imperatriz, Hélio Passos de Sousa, de 45 anos, portador de necessidade especial, pelo centro comercial de Parauapebas (PA). Ele teve paralisia infantil quando criança, não desenvolveu o crescimento das pernas e se locomove pelas ruas da cidade em uma motocicleta adaptada para cadeirante.
Hélio, que nasceu no antigo Hospital São Vicente Ferrer ou também conhecido por Hospital do Dr. Régis (hoje Hospital da Unimed, em frente à Praça da Meteorologia), como ele fez questão de dizer, e que morou em Brasília por algum tempo, está residindo em Parauapebas há cerca de três anos e tem chamado a atenção das pessoas nas portas de agências bancárias ou de lojas de eletrodomésticos, por causa do seu otimismo e um sorriso cativante. Ele está sempre no bairro Cidade Nova, onde ficam as principais agências bancárias e as grandes lojas, vendendo amendoim ou castanha do Pará, castanha de caju ou água mineral, entre outros produtos.
“Estou com o olho grande de Deus”
Ele disse que nunca casou, não tem filhos e é órfão de pai e mãe. Seu pai, Antônio, teve uma mercearia no Mercado Municipal Bom Jesus, em Imperatriz. “Mas estou à procura de uma esposa”, disse, sorrindo o grande Hélio, filosofando: “Deus disse: casai e multiplicai-vos, por isso procuro uma companheira”. Ele mora sozinho no bairro Primavera em Parauapebas. “A gente nunca está só. Estou com o olho grande de Deus. Não é bem sozinho, porque no meu dia a diz conto o grande Deus e meu dia a dia é bem tranquilo, normal, porque falo com o Papai do Céu, o criador, e ele resolve tudo”, afirmou.
Hélio disse que tem parentes em São Paulo e em outras cidades. “Uma irmã em Parauapebas, um irmão em Imperatriz e uma irmã em Brasília” informou.
Nada de coitadinho
Hélio Passos afirmou que não quer que as pessoas olhem para ele como um “coitadinho”, porque é um trabalhador como outro qualquer, apesar de suas limitações. “Enfrentei muita dificuldade. Muita gente me olha com preconceito. Quer comprar uma castanha para me ajudar, me olhando como coitadinho. Só porque tenho minhas limitações, não posso ser considerado incapaz. Sou capaz de trabalhar e viver muito feliz. Domingo passado mesmo fui para um balneário na Palmares e me diverti bastante”, disse ele, referindo-se a um balneário localizado em uma vila no município de Parauapebas.
Com apenas o primeiro ano do ensino fundamental, Hélio parece até ter feito faculdade. Se expressa muito bem e é bastante articulado. Quando o repórter comenta isso com ele, o imperatrizense responde, sempre sorrindo: “Dom de Deus. Talento de Deus”. Ele fala muito em Deus, mas não tem religião. “Minha religião é amar ao próximo. A verdadeira religião é atender os órfãos, a viúva e o estrangeiro nas suas necessidades”, frisou.
Motocicleta
Hélio pilota uma motocicleta adaptada pelas ruas de Parauapebas. “Eu vim de Imperatriz a Parauapebas pilotando esta moto. Foi uma aventura”, disse ele. “Hoje, cadeirante dirige, se casa, trabalha, leva uma vida normal. O cadeirante não está limitado a praticamente nada. Vida que segue. Bola pra frente e trabalhar sempre”, destacou.
Visão sobre a vida
“A visão que tenho sobre a vida é respeitar o próximo e saber que você é capaz. Você não pode baixar sua cabeça para nada. Você sendo capaz você conquista qualquer coisa em sua vida. Amar seu próximo e fazer as coisas certas”, é o correto, destacou.
Ele disse que pretende “ir passear em Imperatriz no primeiro semestre de 2020 e voltar a morar lá no final do ano que vem”.
Além do grande amor por Imperatriz, Hélio também disse que ama e gosta muito de Parauapebas. “Cidade boa. Minha segunda pele”, ressaltou.
Mensagem final
“Você não pode baixar a cabeça para nada. Não me tenha como exemplo. Mas tenha certeza que você é capaz”, declarou Hélio Passos, que quando jovem em Imperatriz também era conhecido por “Capão”.
Trânsito
Tenho viajado muito nos últimos anos por causa das gravações que faço para o programa Conexão Rural, que é veiculado pela Rede TV de Parauapebas (PA) e pelo TV Web O Progresso, de Imperatriz, e constato a cada viagem os absurdos da irresponsabilidade nas rodovias. Parece que estou sendo repetitivo, porque já abordei este tema aqui várias vezes, mas a cada viagem observo cenas terríveis de motoristas irresponsáveis que viajam, apressadamente, sem obedecer as leis de trânsito e fazendo ultrapassagens indevidas sem nenhum constrangimento. E nesse relato incluo automóveis, ônibus e caminhões, além das carretas. É preocupante a situação.
Repito: só há acidentes nas rodovias, na minha visão, por quatro motivos: imprudência, alta velocidade, consumo de bebida alcoólica e motorista com sono.
A mais recente viagem que fiz foi para Paragominas (PA) e na famosa Belém-Brasília vi muita imprudência, assim como nas rodovias do Pará também.
E nas cidades é comum a gente ver motorista virando na esquina, em sua frente, sem dar seta nem para direita e nem para esquerda. Fora aqueles que resolvem parar em plena rua ou avenida para desembarcar ou embarcar algum passageiro ou para falar com um amigo ou parente.
Infelizmente, os infratores geralmente não morrem. Só morrem os inocentes e os que estão seguindo as leis de trânsito. Fica dado o recado.
Boa semana a todos e até quarta-feira com saúde e paz.
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