A família de dona Jailma Lopes ficou muito feliz quando soube da localização do pai dela no interior do Maranhão
”Seu” Jaime Lopes, o filho Izaqueu, e o vereador Antônio Cabeça Branca em Pindaré Mirim ontem pela manhã
A senhora Jailma Lopes não vê o pai há 42 anos, mas em breve vai reencontrá-lo no Maranhão
Mais um caso desvendado
Filha poderá visitar o pai no Maranhão após 42 anos e o irmão dela morava a 76km do pai e não sabia
 
Apenas 76km -  pela BR 316 - entre Olho D‘Água das Cunhãs e Pindaré Mirim, no Maranhão, separaram uma família por 42 anos. Agora, todos estão muito felizes e vão batalhar para o reencontro completo – pessoalmente - em breve. A primeira parte do reencontro emocionante ocorreu ontem (19) por volta das 10h na Rua 11, nº 19, no bairro Aline Saudade, em Pindaré Mirim, quando o filho Izaqueu reencontrou o pai Jaime Lopes, após mais de 40 anos. Para este reencontro, precisei de cerca de um ano de investigação. 
Após descobrir a família do ex-andarilho Gabriel Costa de Carvalho em novembro do ano passado em Parauapebas (PA) e levá-lo até sua família em Formosa (GO) e em Brasília (O Gabriel morreu três meses após rever sua família), passei a receber inúmeros pedidos para localizar pessoas desaparecidas. O caso do “Seu” Jaime é o quarto que eu desvendo em um ano e estou investigando cerca de 20 casos.
 
Tudo começou quando eu publiquei nas minhas redes sociais a seguinte mensagem:
 
A Jailma Lopes da Silva quere localizar o pai dela, que se chama Jaime Lopes da Silva, nascido em 19 de junho de 1952, filho de Francisco Lopes de Castro e de Maria Francisca da Silvai, naturais de Granja, no estado do Ceará. O pai está desaparecido há 41 anos (à época). A Jailma tinha três dias de nascida e o irmão dela, Izaqueu Araújo Lima, apenas 2 anos, quando o pai sumiu no mundo. Nesta época, a família morava em um povoado localizado entre as cidades de Vitorino Freire e Olho D‘Água das Cunhãs, no Maranhão. A Jailma mora em Parauapebas há 14 anos (agora há 15 anos).
Após esta publicação no meu Facebook, uma tia dela, que mora no Ceará e que a Jailma não conhece, republicou a mensagem, assim como o irmão dela, que mora em Olho D‘Água das Cunhãs, e aí muita gente viu e a policial civil de Fortaleza, Adriana Mesquita, também a viu a postagem e se interessou pelo o caso. Investigou e localizou “Seu” Jaime no bairro Aline Saudade, em Pindaré Mirim (MA). Depois isso, ela me localizou no Google, entrou em contato comigo e passou o endereço de “Seu” Jaime. Eu divulguei o endereço dele nas minhas redes sociais, disse que a família queria reencontrá-lo e mobilizei mais pessoas. 
 
Uma corrente de solidariedade
 
Um amigo de Imperatriz (MA), que faz parte do grupo de WhatsApp da Confraria do Olímpio, o professor Oliveira, da UEMA e atualmente vinculado à UEMASUL, viu minha mensagem no grupo e se propôs a ajudar na busca por “Seu” Jaime Lopes.  Ele me passou o contato do vereador Antônio Martins Lopes, o Antônio Cabeça Branca, (PV), de Pindaré Mirim, que por sua vez foi na manhã desta terça-feira na casa de “Seu” Jaime, na Rua 11, no bairro Aline Saudade. Chegando lá, o filho de “Seu” Jaime já estava lá na casa, mas o vereador fez as fotos e a gravação em vídeo e me enviou e mostrei para a família em Parauapebas. Foi uma alegria total e muita emoção.
Outras pessoas se propuseram a ajudar no caso. O advogado Anfrízio Meneses, que também faz parte da Confraria do Olímpio, em Imperatriz, viu minha mensagem e enviou o contato do jornalista Clélio Silveira, de Santa Inês, que também aceitou ajudar na busca pelo “Seu” Jaime. Quando o Clélio Silveira já estava se deslocando para a casa de “Seu” Jaime,  eu enviei mensagem dizendo que havia localizado o “Tafarel”, como o aposentado também é conhecido.
O importante de tudo isso é esta rede de solidariedade que se forma nas chamadas redes sociais. Ninguém faz nada sozinho. Para localizar pessoas, eu dependo de todos. Toda ajuda na internet, compartilhamentos e a divulgação nas redes sociais contribuem bastante. Foi graças ao empenho de muita gente que conseguir fazer mais uma família feliz.
 
A história
 
No dia 8 de julho de 1977 nascia em um vilarejo entre Olho D‘Água das Cunhãs e Vitorino Freire (MA) a menina Jailma Lopes da Silva. O irmão dela, Izaqueu, já tinha apenas 2 anos de idade. Três dias depois do nascimento da filha, ou seja, com “três dias de resguardo”, a mãe dela, dona Valdimira Araújo Silva, com apenas 17 anos à época (hoje ela tem 59 anos), viu-se numa situação difícil, como dona de casa e desempregada, abandonada pelo marido Jaime e sem ter muito o que fazer. Jaime saiu de casa e nunca mais voltou. Constituiu outra família, teve filhos, mudou de cidade e nunca mais deu notícias. Mas ao final, acabou indo morar perto da ex-mulher.
Dona Jailma ficou morando em Olho D‘Água das Cunhãs e até hoje mora lá. Atualmente, passa uma temporada com a filha Jailma em Parauapebas. “Seu” Jaime estava apenas a 76 km de distância dela e dos filhos. “Fiquei até cinco anos depois que o Jaime tinha ido embora na esperança de reencontrá-lo, mas após esse período perdi as esperanças”, declarou dona Valdimira.
Fiquei sabendo que “Seu” Jaime ficou viúvo. A senhora o perdoa e o aceita de volta como marido, já que até hoje continua casada no papel com ele e nunca se divorciou?
Fiz a pergunta e ela pensou alguns segundos para dizer:
“Eu perdoo. Sobre a gente voltar a morar juntos, anda não sei. Tudo pode acontecer. Se for da vontade de Deus, tudo vai acontecer”, afirmou dona Valdimira, que a exemplo da filha, do genro e dos netos, também é evangélica.
 
Filhos e netos
 
Além do filho Izaqueu, que mora no Maranhão e trabalha como vendedor de queijos, dona Valdimira tem a filha Jailma, que veio para o Pará há 15 anos. 
Jailma casou-se com o taxista piauiense João Eurípedes da Silva e tem dois filhos: Jeilson, de 25 anos, e Janiely, de 23 anos, e dois netos.
“Meu sonho era conhecer meu pai. Conversava com minha mãe, mas ela achava até que já tivesse morrido. Aí vi que o senhor descobriu a família do Gabriel (ex-adarilho de Parauapebas) e decidi procurá-lo. Agora, o senhor me fez muito feliz, juntamente com minha mãe, meu esposo e toda nossa família”, me disse Jailma ontem na casa dela no bairro Cidade Jardim, em Parauapebas, acrescentando: “Estou sentindo uma coisa inexplicável. Nunca conheci meu pai. Estou muito feliz. Também pensei que ele já tivesse morrido. Ainda não caiu a ficha. Foram 42 anos de busca, mas agora vou reencontrá-lo em breve e dar muito abraços e beijos nele”, declarou Jailma, que está desempregada e passou por três cirurgias nos últimos anos.
“Seu Lima, está todo mundo aqui muito feliz. Estamos emocionados graças ao senhor. Até a saúde da minha mulher melhorou depois que o senhor nos deu a notícia na segunda-feira. Graças a Deus o senhor tem esse dom, dado por ele, de encontrar pessoas e fazer muita gente feliz”, declarou o taxista João Eurípedes, me deixando emocionado e com lágrimas nos olhos.
A nora de dona Jailma e “Seu” João, a jovem Ana Maria, que cuidava do filho Jefferson, de apenas 1 ano e 4 meses, também estava muito feliz, só aguardando o esposo Jeilson chegar do trabalho para lhe contar as boas notícias.
 
Campanha para o reencontro
 
Agora, a filha Jailma, o esposo João Eurípedes e sua mãe Valdimira, querem conseguir recursos para ir até a Pindaré Mirim, no Maranhão, buscar “Seu” Jaime e todos viverem felizes para sempre. “Ele quer vim para Parauapebas”, revelou Jailma.
Se você puder ajudar a fazer esta família mais feliz ainda e contribuir para que este reencontro seja realizado no Maranhão, entre em contato comigo pelos números (94) 99222-7140 e 98116-4301 (ambos são whatsapp). 
Obrigado meu Deus por tudo e obrigado a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a localizar o Sr. Jaime Lopes da Silva em Pindaré Mirim, no Maranhão. Agora, prosseguirei minhas investigações em mais vinte casos de pessoas desparecidas. Amém.