O que é a morte? Como lidar com a morte?
Estas são perguntas difíceis de se responder. Sempre foram.
A palavra “morte” já é forte por si só. A maioria das pessoas não quer nem ouvir falar em morte, ainda mais quando se trata de um parente ou de um amigo.
Ontem, 16 de outubro, completou 3 anos que perdi meu irmão mais velho, Gilberto Lima Rodrigues. Ele morreu de infarto aos 63 anos em Parauapebas (PA), onde passava uma temporada. Deixou duas filhas e um filho. Sinto muita saudade dele, que foi sepultado no mesmo local onde havia sido enterrado o corpo do meu pai, Raimundo Rodrigues, em junho de 1984, também vítima de infarto. Se vivo estivesse, dia 25 de agosto meu pai teria completado 99 anos.
José de Souza
Em 16 de novembro do ano passado morreu em Imperatriz, aos 71 anos, meu velho amigo Zé de Sousa, topógrafo, ex-funcionário do INCRA e figura bastante conhecida na cidade. Faleceu vítima de complicações de um câncer de próstata.
Gabriel
Após um ano e meio de investigação em Parauapebas, em novembro do ano passado descobri a família do andarilho Gabriel Costa de Carvalho em Brasília e em Formosa (GO). Dia 3 de novembro, com o apoio da Secretaria de Assistência Social e da Secretaria de Saúde, nós levamos o Gabriel para o reencontro com a família dele, após 18 anos longe de casa. A família achava até que ele já havia morrido. Infelizmente, três meses depois do reencontro com seus familiares, ou seja, dia 2 de fevereiro de 2019, o Gabriel morreu em Formosa vítima de infarto fulminante.
Outras mortes em 2019
Luís Bezerra
Dia 30 de abril morreu o amigo jornalista Luís Bezerra, de 44 anos, também de infarto. Ele era um dos pioneiros no jornalismo de Parauapebas.
José Neves
Dia 21 de setembro, em Parauapebas perdi outro amigo: o jornalista José Neves morreu aos 36 anos idade, vítima de infecção no pulmão. Ele era maranhense de Santa Luzia do Tide e ainda tinha um futuro brilhante pela frente no jornalismo.
Ivan Cardoso
Na noite do último sábado (12) perdi mais um amigo vítima de infarto: o cantor, compositor e instrumentista Ivan Cardoso. Ele chegou a participar do meu programa Conexão Rural três vezes nos últimos anos. Cantava demais e retratava com a maestria a Amazônia, seu povo e suas lendas. Nascido em Cametá (PA), Ivan era um verdadeiro poeta da música de qualidade e estava em Parauapebas há mais de cinco anos. Foi sepultado em Belém na segunda-feira (14).
Dona Maria Luiza Coelho Brandão
E na noite de segunda-feira (14) leio o comunicado no Facebook do amigo Francisco Brandão, cerimonialista em Imperatriz, informando sobre a morte da mãe dele, dona Maria Luiza Coelho Brandão, aos 85 anos de idade.
Dona Maria Luiza era professora aposentada, pioneira de Imperatriz e da Rua Simplício Moreira, frequentadora assídua da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, perto de sua casa.
Lembro que de uma pequena homenagem ao filho dela mais novo feita aqui na minha coluna, o Carlos Brandão, meu amigo de Jardim de Infância na Escola Santa Teresinha, em Imperatriz, na qual fiz uma referência à sua trajetória de vida e à sua família:
“A paraibana Maria Luiza Coelho Brandão veio com o marido Mário da Silva Brandão de São Domingos (MA) para Imperatriz em 1963. Foram casados por 53 anos. O simpático Mário Brandão faleceu em 2006 aos 76 anos. Ele morreu, mas fez história em Imperatriz. E hoje, seus filhos, Carlos Brandão, técnico administrativo, e Francisco Brandão, cerimonialista, fazem história na nossa cidade”.
O corpo de Dona Maria Luiza foi sepultado anteontem no Cemitério Campo da Saudade em Imperatriz. Que Deus conforte todos os seus familiares neste momento de dor.
E com tanta morte ao redor da gente, nos resta perguntar mais uma vez: o que é a morte? Ou como lidar com a morte?
Para saber a resposta, fiz muitas pesquisas na internet e a resposta mais adequada que encontrei foi este texto no site www.megacurioso.com.br:
O que é a morte? A resposta para essa pergunta parece simples, mas a realidade não é assim tão precisa. Não existe uma definição concreta de “momento da morte”, pois nosso organismo é muito complexo para que isso seja definido claramente.
Segundo Robert Veatch, do Instituto Kennedy de Ética, biologicamente não existe um momento exato da morte, mas sim uma série de minimortes com diferentes partes do corpo se desligando em seu próprio ritmo. Por isso, segundo ele, determinar o momento exato é essencialmente uma questão religiosa ou filosófica.
Por esse motivo, criou-se o costume de velar um corpo antes do enterro, deixando os familiares com a certeza de que seu ente querido realmente não está mais entre nós. Existem histórias, não se sabe o quão verdadeiras, de que na Idade Média pessoas declaradas como mortas levantaram de seus caixões no meio da cerimônia. Com sorte, ninguém morreu de susto.
Já na Grécia Antiga, era comum decepar um dedo da pessoa falecida para que houvesse certeza sobre a morte. Não era um método tão eficaz, mas caso provasse que a pessoa não havia morrido, ainda seria melhor perder um dedo do que ser enterrado vivo.
Quais são as mortes possíveis?
"Uma pessoa é declarada morta quando seu coração para de bater e não existe mais respiração ou circulação sanguínea por vários minutos, tudo isso sem interferência de nenhum equipamento médico", diz o Dr. James Bernat, professor de Neurologia da Universidade de Dartmouth. Isoladamente, nenhuma das características determina um momento exato de morte, então é necessário o acúmulo de parada das funções para a confirmação do óbito.
Mas e o cérebro?
Provavelmente, você já ouviu falar de morte cerebral, e ela realmente acontece. A situação se caracteriza pela ausência das funções do cérebro de uma forma irreversível, mesmo que a pessoa esteja respirando ou com o coração batendo.
Esses casos são os mais utilizados para transplantes de órgãos, pois, como o corpo ainda funciona biologicamente, o organismo se mantém conservado até o momento da doação. É importante ressaltar que essa situação é diferente de um estado de coma ou vegetativo, quando o cérebro ainda não perdeu todas suas funções.
Se você ficou mais confuso agora do que antes de ler sobre isso, não se sinta sozinho. Afinal, o assunto é complicado, e mesmo especialistas na área divergem sobre as definições.
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