O ano era 1993. O mês, não recordo agora. Trabalhava para a rádio Eldorado de São Paulo, do grupo Estadão, e fui a São Paulo para uma reunião. Lá, ganhei um ingresso para assistir ao show de Chico Anysio no Teatro Procópio Ferreira, na Rua Augusta. Após o show, por intermédio do produtor do espetáculo, fui apresentado ao grande humorista no camarim. Fiz o convite e ele aceitou, mais uma vez, se apresentar em Brasília (onde eu morava). Fiz toda a produção e levei Chico Anysio à capital da República. O resultado não foi satisfatório – já que o artista era casado com Zélia Cardoso de Mello, ex-ministra da Fazenda de Fernando Collor (já afastado do poder em 1992 e substituído pelo vice Itamar Franco) e não era bem visto em Brasília. O local do show também era longe, no Clube Asbac, no setor de Clubes Sul. Enfim, apesar de não ter sido satisfatório financeiramente, o show permitiu que fizesse uma boa amizade com o mestre do humor. Lembro que após o show, durante o jantar no restaurante “Francisco”, na própria Associação dos Servidores do Banco Central, contei 13 piadas para o Chico (piada não tem dono) e ele gostou tanto que escolheu seis para contá-las nos seus shows. Lembro ainda que alguns dias depois, vindo da fazenda de meus tios na região da Lagoa do São Bento (TO), parei em Tocantinópolis (TO) e ao conferir meu saldo - via orelhão – da conta corrente que tinha à época do então Banco Nacional (aquele com a logomarca azul, que patrocinava o Ayrton Senna), fiquei surpreso com o valor acima do saldo esperado. Não satisfeito, liguei para a agência do banco que funcionava no Edifício Palácio do Comércio, no Setor Comercial Sul (SCS), em Brasília. Constatei que o depósito havia sido feito em uma agência da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por Francisco de Paula Anysio. Era o velho Chico me retribuindo com 600 URVs, naquela mudança de Cruzeiro para Real, pelas piadas enviadas.
Edição Nº 14363
Chico Anysio
Lima Rodrigues
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