Repórter da revista Carta Capital, o jornalista Leandro Fortes foi chamado de racista por Carlos Maia, militante do PCdoB. O motivo da acusação do ativista partidário foi o fato do profissional da comunicação ter lembrado que o pré-candidato comunista à prefeitura de São Paulo, o ex-cantor de pagode Netinho de Paula, agrediu a decoradora Sandra Mendes de Figueiredo Crunfli, sua então esposa, em 2005.
A lembrança de Fortes foi publicada na página no Facebook de Maia, que divulgou uma foto na qual define o pagodeiro como o negro que é “representante da periferia e do povo trabalhador de São Paulo”. Ainda no texto que se sobrepõe à imagem, afirma-se que - com Netinho - os fascistas e a elite burguesa não terão vez em 2012. Ao comentar a publicação do militante, o jornalista limitou-se a afirmar que o ex-vocalista do Negritude Júnior é “espancador de mulheres”.
Com a postura de Fortes, Maia afirmou, no Facebook e também no blog que edita, que a posição do repórter da Carta Capital representa um ato racista. De acordo com o militante do PCdoB, o jornalista só lembrou da agressão porque Netinho é negro. Com a postura de Maia, Fortes rebateu e questionou se apenas citar algo que realmente aconteceu pode ser caracterizado como algum tipo de preconceito. “Quer dizer que denunciar um negro por espancar a mulher é racismo? Toma um prumo, rapaz”, perguntou o jornalista.
A discussão pela rede social continuou e Maia novamente defendeu o pagodeiro e vereador de São Paulo. “Quer dizer que entra em meu mural e tenta esculhambar nosso camarada Netinho, vereador de São Paulo pelo PCdoB, hein? Cheio de ódio e rancor, diz que não perdoa o Neto... mas o povo o perdoou... e sabe quem é esse povo, o grosso dele? É um povo negro de origem pobre, branco sofredor”.
Depois da mensagem de Maia, Fortes afirmou que para elogiar tanto o vereador Netinho de Paula é aconselhável conversar com a ex-esposa dele, que foi agredida e chegou a registrar boletim de ocorrência contra o então apresentador da TV Record. “Ok. Liga pra mulher dele que quase ficou cega e teve o septo nasal triturado. Quem sabe ela se emociona com esse seu discurso de movimento estudantil da 5ª série e perdoa o pobrezinho perseguido por piás de prédio”, concluiu.
Edição Nº 14329
Anderson Scardoelli
Lima Rodrigues
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