“Imperatriz cresceu muito e está sempre crescendo. Cheguei aqui com 9 anos de idade. Fiz boas amizades. E quando moça, dançava muita festa no antigo Clube Tocantins, na Rua Godofredo Viana. Lembro que tinha a Festa das Bolas, quando todas as meninas iam com vestidos de bolas dançar ao som de Cely Campelo e outros artistas que faziam sucesso à época”, lembra Dejesus, ressaltando que naquela época a cidade era pacata, não havia violência e as pessoas conviviam mais juntas e descontraídas diariamente.
A Casa Paraibana funcionou até 1974. Eram cinco irmãos sócios. “Não soubemos administrar. Quando era comandada pelo meu pai, a loja era uma beleza, o comércio crescia, mas quando passou para os filhos, nós não soubemos administrar. Esta é a verdade”, revelou Lindomar Brito sobre o fim de uma loja que fez história no comércio de Imperatriz, mantida por uma família que também fez história e contribuiu para o desenvolvimento do município.
O patriarca João Paraibano e sua Dília Coelho morreram, mas deixaram um legado para os filhos e para empreendedores que acreditaram em Imperatriz. Que venham outros “joãos paraibanos”, mesmo no século XXI, para fazer história para as futuras gerações imperatrizenses.
A família Brito ficou em Paraibano, mas o destemido João Paraibano deixou Pastos Bons e foi morar em Carolina. Não satisfeito, seguiu viagem até Imperatriz, no lombo de animal. Gostou da cidade e voltou a Carolina para buscar a mulher e os filhos. Corajoso, mandou fazer uma balsa e desceu o rio Tocantins abaixo levando a mudança, enfrentando cachoeiras e tempestades, e atracou no porto de Imperatriz em 1º de janeiro de 1955. A cidade só contava com três acanhadas ruas: 15 de Novembro, Manoel Bandeira e Godofredo Viana. João logo fez amizade com famílias tradicionais que ...
A esposa do empresário João Paraibano era Dília Coelho de Brito, uma pessoa simples, que tinha “tino” comercial e trabalhava com o marido e os filhos na Casa Paraibana, na Rua Simplício Moreira, esquina com a Bom Futuro. Dília, chamada carinhosa pelos parentes e amigos por Nanan, nasceu na Fazenda Santa Maria, em Pastos Bons (MA), no dia 20 de abril de 1916. Seus pais foram Felipe Coelho de Sousa e Sérvila Carvalho de Sousa. Ela casou-se com João Paraibano com apenas 14 anos de idade, conforme relatou em seu histórico e importante livro “Imperatriz - Mulher ...
- Esse João Paraibano é maluco. Veja só onde ele foi construir a casa dele: lá no meio do mato, disseram algumas pessoas quando souberam que o paraibano havia adquirido um grande terreno, no meio do mato, para construir sua casa e sua loja. O local, não tão distante para os dias de hoje, era na Rua Simplício Moreira, esquina com a Bom Futuro, mas tomando todo o quarteirão. Na esquina, ele construiu o prédio da loja e ao lado a megacasa, já uma mansão à época. Vidros e grades modernas. Uma bela casa e um grande ...
João Paraibano comprou uma Rural Willys, era um carro potente, digamos uma S10 dos dias atuais. Mas a novidade viria depois, em 1964, quando “Seu” João comprou um moderno utilitário Veraneio, da Chevrolet. (O Veraneio foi fabricado no Brasil entre 1964 e 1994). A filha Maria de Jesus, que era a secretária e gerente da Casa Paraibana, ao lado do irmão Lindomar, foi até Anápolis (GO) só para tirar a Carteira Nacional de Habilitação. Ela foi a primeira mulher a dirigir um automóvel em Imperatriz. Era uma jovem bonita e atraente.
O produtor cultural Axel Brito fala com orgulho do avô João Paraibano, especialmente ao revelar que o então forte empresário de Imperatriz ajudou a construir a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, com o apoio de outros empresários. “Meus avós tinham uma religiosidade muito forte. Eu fico muito orgulhoso ao saber, através dos mais idosos, da participação dos meus avós na construção da cidade. Como empresário, meu avô tinha influência política, recebia sempre em sua casa autoridades como o então governador Vitorino Freire e o jovem deputado José Sarney, que depois foi governador e continuou visando a ...