É grande a desigualdade no acesso à banda larga na América Latina. O mercado é majoritariamente móvel pré-pago, que responde por 80% dos acessos, segundo dados da revista especializada Teletime. As conexões são ineficientes, já que os cabos óticos submarinos não suportam a demanda crescente. Além disso, existe a divergência dos governos latino-americanos, que tratam de formas diferentes a telefonia fixa, móvel e a Internet.
Porém, o lado positivo é que investimentos estão sendo feitos. A implementação de cabos óticos para a construção de backbones, uma espécie de espinha dorsal que possibilita o acesso à rede, na Colômbia e no Peru e o lançamento de satélites que possibilitam uma conexão de alta velocidade e com custos reduzidos, podendo atingir três bilhões de pessoas em 180 países, prometem trazer mais pessoas ao processo da inclusão digital nos próximos anos.
A situação do Brasil no tocante à utilização da internet difere bastante em relação aos países da América Latina. Atualmente, mais de 3,2 mil municípios brasileiros já possuem internet rápida a preços populares. O fato se deve ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), projeto que por meio da parceria entre o Ministério das Comunicações do Brasil e as concessionárias de telefonia, possibilita que as empresas comercializem os pacotes de acesso à internet com velocidade de 1 megabit por segundo a R$ 35 mensais, já incluídos os impostos.
Das 360 localidades atendidas no primeiro trimestre deste ano, a maioria está localizada nas regiões Norte e Nordeste do país. É esperado que até o final do ano todos os municípios brasileiros sejam atendidos pelas operadoras. Já foram construídos mais de 25 mil quilômetros de redes de fibras ópticas para chegar às localidades onde ainda não há oferta por parte das concessionárias, segundo informações da Telebrás, responsável pela execução do PNBL.
No caso da internet móvel, o Brasil tem a mais cara da região, como foi apontado no estudo realizado pela Associação Mundial de Telefonia Móvel (GSMA), com um aumento de até 50% nos preços entre 2010 e 2013. Foram analisados 17 países e dados referentes ao segundo trimestre deste ano. O levantamento, chamado "A Banda Larga Móvel na Base da Pirâmide da América Latina" se baseia nos planos mais acessíveis para a população local e mostra que, diferentemente dos países vizinhos, os preços subiram significativamente por aqui, como divulgou o IDGNow no início do mês.