Já disse aqui tantas vezes que apresento ao vivo, no Programa Arimatéia Júnior, na NATIVA/FM, o quadro Rádio Verdade, cujo tema é o social do dia-a-dia. O quadro assume o caráter de um espetáculo, desde a sua abertura com a música “Lá vem chegando o verão”. Ao final do texto (da crônica), VALDINEI LIMA, que é um crânio da mesa de áudio, completa com uma música - música que completa a história que interpreta o texto. Às vezes com um “pot-pourri” de duas ou três músicas. Vejamos, então, dois textos (e música) da semana passada no quadro RÁDIO VERDADE.
E A MOÇA NÃO ERA MAIS MOÇA...
Esta semana, quando eu voava a 100 por hora, nas estradas do Bico do Papagaio, do meu querido Estado do Tocantins, ouvindo uma canção no toca-cd do carro, de repente um clarão na minha mente e a recomposição de um antigo fato que aconteceu naquela cidadezinha do interior.
LU (Lu) era uma jovem estudante do curso primário em azul e branco. Linda, estudiosa, educada, simpática. Uma espécie de LEIDE DAIANA aos olhos daquela gente. LU foi criada e mimada por sua tia, mulher de um homem riquíssimo, este que devotava à sua cria todo o carinho e atenção – cercada do bom e do melhor. Terminado o curso primário, LU foi estudar na capital em colégio de freiras. E como gente rica se mete com gente rica, LU foi morar na casa de um desses grandalhões do poder. Era bem aí que montava-se uma armadilha e LU, qual uma Chapeuzinho Vermelho, caía de quatro no assédio e nas garras de LOBO MAU, seu hospedeiro.
- A moral da história vocês já sabem: LOBO MAU comeu Chapeuzinho Vermelho; quer dizer: o hospedeiro e predador comeu a jovem Lu, sua hóspede e protegida. E então a moça LU, rainha daquele povo (cidadezinha do interior), não era mais moça! E a notícia caía como uma bomba arrasadora sobre aquela gente, destruída como se pela 3ª guerra mundial. A indignação, a dor, o sofrimento, a revolta, o sentimento de perda da sua rainha eram totais. E a moça... enfim, não era mais moça.
LU ficou arrasada; a sua família também e a cidade também. Mas o tempo - divisor de águas e senhor da razão - cuidou de sarar as feridas. E esta, quando eu raiava as estradas do Tocantins, eu reconstruía na mente a história de amor e dor de LU... ao ouvir esta canção...
Hei JUde não fique assim / Sabe a vida ainda é bela / Esqueça de tudo o que aconteceu / Amanhã será um novo dia - Hei JUde pra que chorar / por alguém que não te ama / Se o mundo agora te faz sofrer/ Tudo vai passar, você vai ver - Muita coisa vai fazer você mudar / Não tem mais razão de ser essa tristeza - Se alguém te faz sofrer pra que lembrar / Mas vale tentar viver de esperança – Hei JUde, olha pra mim / olha o dia como está lindo / Esqueça de tudo o que aconteceu, amanhã será um novo dia / Muita coisa vai fazer você mudar / Não tem mais razão de ser essa tristeza / Se alguém te faz sofrer pra que lembrar/ Mas vale tentar viver de esperança...
O CONTO DO “ENGENHEIRO”
O sujeito caiu na Imperosa, assim... de para-quedas. Da noite para o dia. E chegou por aqui tirando uma onda de “engenheiro” da hidrelétrica do Estreito. Um cara metido a bacana que falava bonito, bem postado, todo empinado, só andava de táxi, e só andava os panos... Dizia que podia empregar e desempregar.
- Botou o olho em cima da garota. Pronto, estava empregada! Habilidades? Perguntava o “engenheiro” 2º grau e técnico em enfermagem, desses cursos da beira por aí a toque de caixa. E pediu documentos: identidade, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho. Tudo nos trinques! E ainda perguntou: quatro salários por mês, tá satisfeita? A garota acreditou... com aquele sorriso aberto, as pernas abertas e tudo o mais.
E ia para os restaurantes da moda e só comia e só bebia do bom do melhor – aquele jantarzão até com direito a acompanhantes como recomenda a um doutor e executivo. Boas conversas e tudo o mais. Comia no restaurante e... como ninguém é de ferro... comia depois motel.
- Depois, para completar, disse que chegou para ele uma “tevezona” de led, daquelas que o cara assiste ao jogo como se estivesse dentro do estádio, coisa de milionário! Faltava só 400 reais para pagar o frete e a garota podia ficar com o aparelho. A garota acreditou! Fez a maior ginástica e lá se foram quatrocentos pilas para o falso engenheiro. E quando a garota descobriu que caiu no conto do vigário, que foi enganada até mesmo na sua liberdade sentimental e sexual e que entregou seus documentos pessoais, foi no DP fazer um BO. Negativo! O DP não fez a ocorrência, não registrou a ocorrência, queria provas e mais provas e a garota ficou a ver navios.
- Dias depois, entretanto, a garota via na TV, em rede nacional, aquele com quem um dia estivera na cama, comendo do bom e do melhor e sonhando com o seu emprego de 04 salários e com aquela MOTO - Biz, zerada, seu sonho de consumo - só que agora, o vigário estava nas garras da Polícia. De Goiânia.
Música:
ANÚNCIO DE JORNAL: Precisa-se de moça com aparência para secretária / Tem que ser muito bonita educada...
*********************
· Viegas é o olhar do pássaro sobre o galho e questiona o social – Email: viegas.adv@ig.com.br
Comentários