Ilmo. Sr Cabo Jota Ribamar
DD. Secretário de Trânsito, nesta
IMPERATRIZ – MA.
Senhor Secretário:
Cumprimentando-o, receba as minhas cordiais saudações.
Quis a vida e o destino que nos mantivéssemos em linhas paralelas e distantes e apenas agora, quando o Sol da/s nossa/s vida/s já vai alto no horizonte, é que nos cruzamos eventual e incidentalmente nesses “acasos” que a vida nos traça. Não sou de pedir favor ou favores a político/s, senão em raras situações e, ainda assim, de regra, nunca por interesse pessoal. Não por nada. É que a política - esse revira e veste de camisa de ocasião - é algo que não tem identificação com o meu DNA. E daí as linhas paralelas a que seguimos.
Recentemente, no entanto, quando nos cruzamos nos bastidores do Programa Arimatéia Júnior, expus-lhe que, no cruzamento das ruas Manoel Bandeira e Benedito Leite, fora ali outrora uma “central” de acidentes, inclusive com seguidas danificações de uma residência de esquina, hoje fechada. Disse ainda que, após a implantação de “tartarugas” à altura do cruzamento, na Manoel Bandeira, os acidentes sofreram uma drástica interrupção e não mais ocorreram.
E prossegui na explanação: sucede que com o tempo (algo como uns 12 a 15 anos), as “tartarugas” foram-se destruindo e sem recuperação (sem reimplantação ou manutenção), restando o local totalmente desprotegido, de sorte assim que os acidentes voltaram a ocorrer “in loco”, aliás de forma acentuada e contínua, o que tem transformado o local num famigerado “ponto de acidentes”. E disse isso como testemunha ocular dos fatos – de vez que a minha moradia situa-se naquele recinto. Pedi, então, a V. Sa., na oportunidade, que visitasse o local, ouvisse as pessoas e recuperasse a implantação das “tartarugas”, na ânsia de que voltasse a reinar a paz e a tranquilidade públicas naquele setor.
Como resposta, V. Sa., na mansidão afônica que lhe é peculiar, me disse que “tartarugas” eram inviáveis porque provocavam rachaduras nas paredes dos imóveis vizinhos; declinou outras evasivas e ainda assim ficou de visitar o local. E tudo, enfim, continuou e continua como do trivial – qual seja: a repetição de constantes acidentes no lugar, tal a estratégia (a armadilha) do cruzamento que ali se assenta com preferência para os veículos com tráfego pela Benedito Leite, rumo à Beira-Rio, mas com inobservância e invasão por parte de veículos que procedem pela agitada e “equivocadamente preferencial” Manoel Bandeira, rumo ao Bacuri.
Senhor Secretário:
A conversa que tivemos, se para V. Sa. se fez em “ouvidos moucos”, para mim não foi assim. Saí pela cidade, em observação aos lugares sinalizados (ou protegidos) por “tartarugas” e, creia, não constatei nenhuma (nenhuma) “rachadura” nos imóveis vizinhos, o que contraria visceralmente a declaração que então me fizera. E, ainda hoje (ainda hoje), quando passo por qualquer cruzamento sinalizado pelas famigeradas “tartarugas”, carrego o hábito de verificar se “rachaduras” existem nas casas ao redor. E decepciono-me como sempre – porque “rachaduras” não vejo e porque nossa conversa foi perdida – foi em vão. Como bem assim, tantas vezes a política se constrói - com evasivas. E daí o sangue e o DNA de que vos falei ao início desta.
Outra coisa, Senhor Secretário, e a propósito desta: na minha cabeça ignara e obtusa, nunca consegui compreender a PRIORIDADE (a via principal), que foi dada ao trecho pouco movimentado da Av. Getúlio Vargas que vai entre a Rua Tereza Cristina e a Av. Getúlio Vargas, em detrimento de duas vias de trânsito intenso, inclusive com corredor de ônibus como é a Manoel Bandeira. Tem mais, Senhor Secretário: a Rua Monte Castelo, no trecho que fica por trás do Mercadinho – observe, vá lá, aquilo ali é um INFERNO. Trânsito intenso, caminhões, cargas, estacionamento de dois lados e a sobra de uma via estreita para o vai e vem. Qual tal fazer dali a demarcação para uma única via de acostamento? Mas sem colocar nome de AVENIDA...
Finalizando e, como nem só de traumas e “rachaduras” e falta de “tartarugas” e incongruências são o mote do nosso trânsito nos termos desta, parabenizo-o - ainda que tardiamente - pela brilhante e feliz solução que foi dada ao trânsito ali no setor da antiga Praça Tiradentes, conhecida por “PRAÇA DOS CAMELÔS”, emblema de uma esquecida vergonha do passado e um vergonhoso cortiço do presente que envergonha o que sobra de vergonha na imagem desta cidade “cento e sessentona” de todos nós.
Atenciosamente,
**********************************
* VIEGAS é um cara que questiona e prevê o colapso do trânsito em Imperatriz, tal a progressão que se verifica nos tempos atuais. Ele mesmo que observa que passos têm sido dados para a frente como o da Praça Tiradentes, como da Santa Teresa, como na Vila Nova e outros para trás, como na Getúlio Vargas, no local indicado. VIEGAS é testemunha de tantos e múltiplos acidentes no cruzamento da Manoel Bandeira com Benedito Leite; ele mesmo que tem visto vítimas inertes estendidas ao chão, intocáveis e desoladas, em dor, à espera do socorro. E então se pergunta: “até quando”???...
- Ele mesmo: “o olhar do pássaro sobre o galho” e questionador do social.
Comentários