Hoje eu vou pela contramão. Tô nem aí. Multa por multa, tô vendo a hora de entregar a minha carteira. Não tem lugar pra estacionar, não tem lugar para mais nada. E até o CONTRAN “descobriu” agora em 2017, depois de longo estudo, que os carros só obedecem a velocidade nas passagens das barreiras eletrônicas. Depois aumentam a velocidade. Em tudo enquanto é porta, ainda que o sujeito não tenha uma bicicleta, bota uma placa: “Proibido estacionar. Nem por um minuto. Sujeito a guincho”. Outros botam caixa de papelão, outros põem cones, tijolos, pedras e o raio que o parta. E está valendo. Numa terra sem lei também é assim. Então, hoje eu vou pela contramão.
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RODRIGO JANOT: Taí um cara que deu visibilidade ao cargo e à função foi o RODRIGO JANOT, na Procuradoria Geral da República. Antes ao que tento lembrar, neste país nem se falava em PGR. Rodrigo Janot desfolhou a margarida e mandou  cacete sem se preocupar com os queridinhos ou afilhados do sistema que lhe dá emprego. Foi estrago para todos os lados. Terminado o seu período, poderia ser reconduzido. Concorreu na listra tríplice, mas o senhor TEMER na maior cara seca, como lhe é peculiar, escolheu RAQUEL DODGE para a PGR. E fora Janot! Foi uma retaliação brutal a JANOT, que fazia um trabalho digno da República, mas na contramão do sistema político brasileiro. Foi uma saia justa, a gente viu pela TV. Mas se Temer pensou que estaria se benzendo, pelo visto está quebrando a cara.
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Neste país, por último todo cara que faz um rapapé lá por cima, logo começam a vê-lo com uma opção para “salvador da pátria”. E querem candidatá-lo a Presidente da República. Taí Sílvio Santos; taí Joaquim Barbosa; falam até de Luciano Hulck, aquele que apareceu no Caldeirão da Globo e que antes tinha uma FEITICEIRA como sua protagonista, nas noites insossas da BAND. Por último falam do Jair Bolsonaro.  Nunca fui com a cara dele. Acho ele um “porra-louca”, mas eu queria ver mesmo  era o Jair Bolsonaro no Jaburu. Com ele, A Gloriosa dos anos de chumbo se não voltar toda mas volta uma boa parte. Tá precisando porque até na música brasileira, a bandalheira é grande.
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UM PINGO D’ÁGUA...
Tenho na minha casa o chamado banheiro social, que é o meu preferido. É lá, não raro e tudo muito rápido, onde tomo decisões, iniciativas e faço os meus projetos de vida. Afinal “cada louco no seu quadrado”. O lavatório do banheiro é servido por uma torneira com dois registros laterais, coisa de um tempo de material de durabilidade. Um deles há muito que estragou e está desativado. Resolvi não descartá-lo porque pretendo recuperá-lo com um tal “salvo-registro”. Enquanto isso, o outro registro resiste ao tempo, há anos. Faz algum tempo ele começou a encrencar, a dar problemas mas ainda assim, venho segurando, adiando, quebrando o galho.

Recente, ele, o registro da torneira, deu um grito de desespero e independência: “Daqui pra frente nem mais um passo”. E, lentamente, foi-se desmanchando em  suaves e lentos  pingos d’água. Ah é?! Exclamei! Era noite. Fui lá, fiz uma tremenda gambiarra e nada! Nessa empreitada acabei perdendo o sono. E o pingo d’água   insistia em pingar e até parece quem nem era contra ele que eu estivera a trabalhar.  Amanhece o novo dia e novamente resolvi enfrentar a situação. Aí que foi engendro, arranjo e gambiarra! E o pingo d’água, lá, insistente! Observei pelos plásticos transparentes enroscados que aquilo só faltou explodir com tanta gambiarra em volta.

Aí eu pensei: Tá na hora de entregar os pontos. E como na antiga toada ao Boi da Maioba, procurar “regime de vida”. E procurei o meu encanador, o Roberto Carlos, um cara que trabalha comigo, no ofício, faz 42 anos. Casa fechada, Roberto está passeando cidade a fora por aí. E o pingo d’água lá, pingando sem cessar. Aí fui ao Mercantil Avenida e o Antônio, meu vendedor faz uns vinte anos, me apresentou vários tipos e modelos e preços de torneira. Ele mesmo decretou: “Para sua casa, leve o melhor”. Eu que, qual um animal roceiro, que não obedece cabresto, mais uma vez fui pela contramão e... comprei uma torneira “bem inferior”.  E o pinga d’água, continuava pingando.

De posse da nova aquisição e para fazer a  instalação, liguei para o JHON KENNEDY - o meu operário FAZ-TUDO, comigo há vários anos. Kennedy, agora trabalhando fora, só volta em casa para dormir. Chega na noite e sai antes do amanhecer. Aí eu pensei, vou liquidar com esse pingo d’água. No dia seguinte, como combinado, eu deveria estar na casa de KENNEDY, às quatro da manhã, nos confins do Parque-Alvorada-II, uma área de risco, onde rola assaltos e cabeça de gente vez em quando. E acabei perdendo o horário. E o pingo d’água lá – nem aí...

E eu, “inventor” do tipo que não sabe apertar um parafuso,  tão logo amanhece o dia, ainda com cara de ontem, sentenciei: “Hoje é tudo ou nada”. E o pingo d’água lá... Aí eu fiz umas gambiarras, peguei uma câmara de motocicleta, cortei-a e lá vai cinco...  dez... vinte... vinte, trinta e tantas voltas esticadas e apertadas à torneira, tentando estancar o pingo d’água. E o pingo d’água lá! Mais lento, “mais pouco”, porém lá. Amanhã (sábado), JHON KENNDY vem “decretado” só para resolver o “pobrema” e a gente, enfim, acabar com esse pingo d’água.