SENHOR EDITOR:
Assim como tantas vezes nas minhas petições judiciais e eu, convicto das minhas convicções e cioso de que minhas convicções convençam ao juiz, peço então, em destaque, já no frontispício da inaugural, que o juiz leia as minhas petições. É assim como agora me dirijo a você: peço que leia estas considerações e outras, a seguir. Faz dias e, de uma sentada, escrevi um texto denominado “DE OLHO NA MORTE... DE OLHO NA VIDA”. Trata-se de um tema bem humorado da vida real, com personagens de carne e osso, todos meus familiares. E, porque “quem puxa aos seus não degenera”, como na lição do meu avô, eu entro no enredo e acabo sendo, como os demais, um personagem da trama ... “de olho na morte... de olho na vida”. Ocorre, no entanto, que... na hora de “lapidar o brilhante” ... simplesmente não o encontrei. Aí, Senhor Editor, você já pode imaginar o meu sufoco, o desequilíbrio, que disso resulta. Tem mais: em oportunidades que se perderam com o tempo já disse a você que sou um cara capaz de escrever “n” laudas de um texto, mas, se perdê-lo, não conto comigo, não acharei mais o caminho. A fonte seca. Segue-se daí uma terrível frustração. É o caso presente. Assim dito e, ainda que eu tenha outras “produções inéditas” e, portanto, ao meu alcance, hoje eu vou falar umas coisas que há muito eu gostaria:
OLIMPÍADAS:
Sabe Seu Coló, eu não vou nadinha com a cara dessa tal de OLIMPÍADAS. O país está vivendo uma pindaíba terrível; Rio de Janeiro pagando os empregados em prestações, parte da Bahia com o seu rebanho morrendo de forme e sede; por aqui, em repartição de um dos “Três poderes”, é proibido dar uma mísera folha de papel em cópia de ato público. Nos hospitais falta gaze, esparadrapo, mertiolate, leito e tudo o mais. A inflação está comendo o salário do trabalhador; para carimbar um exame do brasileiro pode passar três, quatro, cinco, seis meses. A LAVAJATO com umas 34 línguas de fogo e com motivo outras tantas, milhões e bilhões desviados de uma égua sem dono chamada PETROBRAS; políticos com nomes e sobrenomes com retrato e tudo e dizem que quando chegar a vez do BNDES, aí é que vai ser um “salve-se quem puder”. Nesse jogo perverso, todos se declaram santos e inocentes. Entretanto, o país fazendo OLIMPÍADA só pra “aparecer”, do mesmo jeitinho que fez COPA DO MUNDO e levou só de Sete a Um. Um fiasco histórico pro resto da vida. Olha que essa tal de VILA OLÍMPICA são 31 prédios, ditos construídos pela “iniciativa privada”; tudo herança do PT. Mas é como um recado que um tal DELCÍDIO das quantas, mandou pro LULA: “Um dia a conta chega ...”. Tomara que não venha sob a forma de TERRORISMO. E olha que os caras por aqui Já prenderam uns dez “suspeitos” que juraram fidelidade ao Estado Islâmico e estão contando a maior “foba” pela caçada desses “amadores”, como eles mesmos disseram. Olimpíadas! Conquista de LULA, regozijo de Dilma e festa pra inglês ver.
E A TOCHA?
Pois é, senhor editor, fizeram da “TOCHA OLÍMPICA” uma IDOLATRIA “pa carai”. Algo jamais visto em todos esses séculos, desde Cabral até aqui. Vejo então como a Dona Globo e outros da mesma laia enfiaram de goela abaixo dos brasileiros esse “fogo olímpico”. Teve gente que disse que “agora posso morrer sossegado”; outro que ficou tão emocionado que “sentiu uma dor no coração”, e uma outra que disse: “Ave Maria se eu não visse essa tocha bem de perto, nem sei o que seria de mim”. E outra: “Vixe, uma emoção pro resto da vida”! Bacana mesmo foi aquela turma da greve de policiais civis no Rio de Janeiro que fez uma “tocha” bem escrota pra gozar e zombar daquela outra que os brasileiros embasbacados caíram o queixo. Mas é como disse o Delcídio: “Depois a conta chega...”. E, por conta dessa conta, quer dizer: dessa TOCHA, esqueceram do impeachment da Dilma e das roubalheiras LAVAJATO e do Moro. Falar em Moro, o cara é fera. Incomparável, até. Só que na hora de falar: “aaaaaa... eeeee”. Aliás que até que seria uma boa ideia que alguém escrevesse e descrevesse todo o trajeto e os lances pitorescos e “exóticos” que envolveram essa REINVENÇÃO DO SÉCULO, ESSA “GLORIOSA” TOCHA OLÍMPICA! Aliás que essas “emoções” e “sentimentos” e outras asneiras, me fazem lembrar um velho tempo quando “a gente se atrepava” na carroceria do caminhão, feliz da vida e esticava numa carroçal de poeira e agente lá de cima gritava para o motorista: “ATOCHA RIBEIRO”, “Atocha “Ribeiro”. Justo naquele tempo quando a gente gritava o palhaço e o palhaço gritava: “Atocha negrada”. E então, Sr. Editor, a TOCHA é “exótica” e histórica! É ou não é? E haja IDOLATRIA!!!
MUDANDO DE ASSUNTO:
E já que uma asneira puxa outra, estou vendo aí uma movimentação política que dá gosto, até. Afinal, políticos são como aves de arribação: “nos tempos bons eles vêm, nos tempos ruins eles vão”. Lembro-me então que, criança, eu ouvia dizer que “o que dá gosto, dá desgosto”. Vixe taí o mês de Agosto. Até uns dias atrás, as pessoas viviam se questionando sobre o eventual candidato de Madeira à sua sucessão. Quem? Quem? Quem? Deu Ribinha Cunha na cabeça! Quem é mesmo este senhor? Empresário, irmão de Léo Cunha, filho do finado Ribamar Cunha. E ainda por cima apoiado por Madeira. Ah! Então está eleito!!! E quando a máquina da Seção Eleitoral fizer aquele “triiiiiiim” de encerramento do voto individual, pode contar de certo: É Ribinha Cunha! Será???? Que viver verá!!!
FALANDO NISSO:
Bem ali se vão aqueles dias em que o Delegado Regional, senhor Assis Ramos, ele só ele era digno de dar as entrevistas que envolvessem um caso policial, local. Fosse de um ladrão de varal ou de um assaltante de banco, estivesse o caso nesta ou naquela Delegacia, só o onipresente Assis Ramos, só ele e somente ele era digno de aparecer na TV para dar explicações. Candidato a Prefeito por um braço da antiga oligarquia (como dizem), o que eu quero ver mesmo é se esse senhor terá, pelo menos, o apoio dos seus “colegas”. E em tempos de meras e possessivas entrevistas na TV e longe das eleições, já se dizia que ele tem TOTAL REJEIÇÃO no seio em que habita. Aliás que, falando nisso, um dia eu, anônimo, encontrei-o em frente ao Fórum e cumprimentei-o, parabenizando por sua postura nas aparições públicas. Pobre de mim, ledo engano, eu estava longe de imaginar que o “diretor regional”, paparicado de ocasião pelos holofotes, bem ali estaria armando a sua imagem para o quanto ora se vê. Até hoje eu não me perdoo por essa asneira tola, insana e ignóbil que cometi. Até hoje!
- Taí, senhor editor, no que deu em eu perder A ONDA DO ITINGA. Espero que você tenha lido a mim, tal como, por vezes, peço insistente ao juiz: “Leia esta petição”.
Edição Nº 15682
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