OITO DE DEZEMBRO – DIA DA CONCEIÇÃO
Depois de amanhã, oito de dezembro, o Maranhão e o Brasil festejam o dia de Nossa Senhora da Conceição. Os votos e devotos de Nossa Senhora da Conceição são incontáveis nesta Terra de Santa Cruz, vindos da influência dos reis católicos de Portugal, bem como da cultura herdada ainda nos tempos do Brasil-Colônia dos nossos ancestrais.
De sorte assim que Nossa Senhora da Conceição, a ungida mãe Maria Santíssima, mãe do filho-unigênito, e Redentor faz-se representar em outras tantas Maria (Santa Maria): Maria da Graça, Maria de Fátima, Maria das Dores, Maria Vitória, Maria dos Remédios, Maria da Conceição, Maria de Aparecida..., todas elas cheias de graça – porque o senhor é convosco. E bendito é o fruto do vosso ventre, JESUS!
E assim Maria (Maria da Conceição), universalmente NOSSA SENHORA, a ela que concebeu sem pecado, é mãe de Deus e mãe nossa. E nós, católicos-apostólicos, crias desse sentimento cristão, louvamos de joelhos, esta sagrada e consagrada Maria da Conceição porque “bendita sois vós” entre as mulheres. Ela que roga por nós, os pecadores – agora e sempre!
NESTE oito de dezembro – Dia da Conceição, todos os lares e corações católicos do meu chão da baixada estão em festa! A festa da Conceição! E lá naquele meu pedaço de chão-baixadeiro, naquela simpática e pequena Belas Águas, explode em festa e alegria os cânticos, os hinos, o foguetório, as novenas, o levantamento de mastro, a procissão – enfim, a Festa da Conceição!, convergindo para aquela pequena Belas Águas, gente de todos os lugares e daquela região.
Impossível a este ponto é não lembrar o velho Leudo, um patriarca e líder das “festas da santa”, quando ele, à frente do andor e do cortejo – da procissão – ora pedia silêncio à multidão, ora entoava o hino que registra a marca de tantas lembranças e a síntese daquilo tudo: Com minha mãe estarei / na santa glória um dia / Ao lado de Maria / No céu triunfarei... Com minha mãe estarei / Aos anjos se ajuntando / Do onipotente ao mando hosanas lhe darei...
O “de cumê” também faz parte da festa. Afinal, festa que não tem “boia”, que o povo não enche o bucho, ali não é festa. E então haja comida para tanta gente em pratos feitos. Cada prato uma serra! E então o povo sai gabando, em comentários de elogios e aprovação. Os novenários, estrelas e coadjuvantes da festa, são servidos à primeira mesa, isolados e homenageados. O seu prato é de um superlativo tradicional, ao ponto de que as referências de um quantitativo e qualitativo prato, ali chama-se “prato de novenário”. E só depois de refestelados os novenários, a grande multidão de súditos é servida.
A este tempo – tempo das Festas da Conceição - os filhos e netos, bisnetos e tetranetos e grande parte dos que de lá se foram, voltam ao seu chão de origem para rever os parentes, os amigos e as marcas do que se foi; para confraternizar, comemorar e “bebemorar” com alegria e sentimento cristão, um relacionamento saudável e feliz. Sim! Porque é OITO DE DEZEMBRO! É dia da Conceição!
- E eu que volto agora, ao chão dos meus ancestrais; a essa pequena Belas Águas de Nossa Senhora da Conceição, assim como são os votos de todos os outros – que foram e que voltaram para o reviver - é que, no próximo ano, estejamos todos com vida e saúde e sob as bênçãos do Criador e da Mãe Santíssima, para que nos encontremos juntos e felizes em mais uma festa de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO que é como lá estarei para viver e reviver mais uma PÁGINA DE SAUDADE, mais um encontro festivo e católico, alegre e feliz de um povo com suas raízes e pés no chão.
Edição Nº 15475
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