ESSA “COISA ELEITOREIRA”
Hoje é domingo. Domingo à tarde.
Domingo à tarde é o dia em que costumo escrever os meus textos para a próxima edição, no jornal em... CAMINHOS POR ONDE ANDEI. Já havia decidido que não iria escrever nada para este domingo. Não por nada é que, nas noites acordadas da semana que passou, por mais que eu tentasse, por mais que me esmerasse, por mais que me esfregasse, não conseguia conjecturar uma ideia que resultasse num texto para estes... CAMINHOS.
Então decidi: não vou escrever nada, para domingo que vem. Ih caramba! Domingo que vem (5 de outubro), lembrei, é dia das eleições! Ainda que benditas ou malditas eleições. É dia de “escolher o melhor”, quer dizer: os melhores. Será? É bem aí onde eu entro num tsunami de confusão. E fico de ponta-cabeça e me viro do avesso - até porque, trocando um pelo outro; seis por meia dúzia, nessa conta resta zero no quociente ou como da matemática antiga: “noves fora, nada”. É que, de promessa em promessa, o Maranhão tem só 400 anos! Aliás: exatos 402!
Perdido nesse universo, de repente vejo que o santo padre da minha Igreja Católica, distribui/u justo neste domingo (que antecede às eleições) uma supostamente oportuna e inocente cartilha “ensinando o povo a votar”. A votar bem, de acordo como manda o figurino, tim-tim-por-tim-tim! Francamente? Francamente? Não gostei lá muito daquilo. Não por nada. Povão tem cabeça feita. Pode bater até rachar, até quebrar, mas que não vai mudar em nada, isso não vai. Tempo perdido? Sei lá. Acho que cada um deve fazer a sua parte. A igreja está fazendo a sua parte mas... mudar..., isso não vai mudar em nada. Pensei.
Aliás que, pelo visto, o discurso de certas igrejas cristãs não acrescentam nem ajudam no território da política. Casos se veem em que parecem um “verbo vazio” que não acrescentam em nada. Batem diretamente e outros indiretamente e está tudo aí como sempre, como antigamente: as pedras no mesmo lugar – a troca, o escambo, o engodo, os favores, a compra e venda dos tempos eleitorais. Nem mesmo os “fiéis” conseguem a fidelidade dos “irmãos”, sequer para eleger-se a vereador. Mas a batina gregária continua do alto de sua moral independente, dando palpites no terreiro. Ainda que na conotação de um verbo vazio.
O cearense Padre Antônio Vieira, em terras do Maranhão, ao seu tempo, exausto e frustrado de falar aos homens sem que lhes escutassem, já entoava o seu célebre “SERMÃO AOS PEIXES”. Quem sabe, pois, nessa minha Igreja em que tanto se fala em “lançar as redes”, em busca de homens para o serviço da mece do Senhor, um dia essa rede, quer dizer, esse VERBO alce homens que venham a mudar. Mas, por enquanto, como na canção de Seixas: “...como as pedra imóveis na praia / eu fico ao seu lado, sem saber”.
Em outras denominações, que também combatem e, portanto, propõem-se a “moralizar” o pântano da política e que embora tendo obreiros mais unidos ou reunidos e até mesmo mais disciplinados a serviço da mece, o que igualmente se vê, na mece eleitoral, é um “verbo vazio” senão esvaziado, pois que, pelo visto, não costumam misturar nem confundir as coisas de sua religião com as coisas das eleições.
É aí onde o território faz lembrar a passagem da construção da Torre de Babel. Todo o mundo querendo chegar ao céu. E, castigados pela ira do Altíssimo, passaram as falar línguas diferentes (Gênesis, 11, 1 a 8). E a Torre de Babel que seria a eleição de um membro (ou membros) desta ou daquela denominação que supostamente dariam cartas-cristãs, vestidas da honestidade cristã e pureza e probidade, pelo que temos visto Brasil a fora – eis a torre Babel. Que, enfim, nunca dá em nada. E a mece não prospera, não progride, não frutifica porque o seu povo é desunido quando o assunto é “eleição”. Afinal, a política é feita de desunião, de contradição, de enganação. De manipulação. De ranger de dentes. De irresignação.
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Outra coisa: gregos e troianos, gente de partido dos brancos, gente de partido dos negros, uns que dizem que pisam ao chão e outros que estão voando e todos enfim de plantão, falam de um milhão de promessas, revoltas e protestos, ações e soluções de toda sorte e infortúnio desse pântano movediço que é essa “coisa eleitoreira”.
Mesmo contra, sabidamente contra, moralistas de todas as matizes ninguém mete a cara na reta do “casamento gay”. Por quê? E quando falam - falam indiretamente, como se protegendo pela sombra, como se escondendo atrás do poste. Ninguém mete a cara na reta. Estão vendo? Nem eu... porque sabemos que a rapaziada e a moçada ganharam armas e está pronta para a guerra. E ai de quem... ai de quem triscar na colmeia. No chão tem formigueiro de fogo. No ar tem marimbondos de fogo. E aí, quem vai encarar?!!!
Mas nem tudo é igual a tudo, porque nada é igual a nada. Afinal tem ”bispo por aí”, daquela outra denominação, esta com uma gula enorme e declarada pelo poder, que por conta dessa fome, acabou nos quintos... Mas é como diria o Monsenhor Madureira: “nem como muita fome ao prato, nem como muita sede o pote”.
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