PANDEMIA...
Estou aqui em casa, sem sair de casa, neste tempos em que tornou-se errado sair de casa. Minha mulher enlouquece, desgrenha seus cabelos se eu ao menos falar que vou sair ou tentar sair de casa. Doutrina-me das seis da manhã às dez da noite: lava as mãos, troca de roupa, usa o álcool-gel, usas máscara, não passa as mão nos olhos, nem na boca nem no nariz, E ainda por cima, assim como tantos outros, ela me manda tudo enquanto é vídeo e áudio e “fakes” sobre a pandemia. Virou uma pandemia por aqui mas naquele meu tempo de moleque a palavra era PANDEMÔNIO. Lembra-se do “pandemônio”, era o equivalente a essa PANDEMIA.
Tenho uma amiga na capital, gente de destaque na área jurídica com quem trocamos mensagens sempre via/ZAP. Ela me diz com ênfase que não chama esse nome C*** dentro de casa. Não chama, não chama e não chama! É um princípio de sua criação! Lembrei-me então que naquele meu tempo de moleque, o CÂNCER, por exemplo era um nome que não se podia chamar nem se chamava dentro de casa. Ouvia-se apenas UMA ÚNICA VEZ essa proibição. Daí em diante uma proibição surda e generalizada. E ninguém, absolutamente ninguém, JAMAIS, haveria de transgredir o preceito. E ai de quem!!!...
Neste tempos de um exílio híbrido, entre voluntário e forçado dentro de casa, motivado pela pandemia e pela pandemia da pandemia, vê-se e ouve-se das pessoas as mais escancaradas aversões e proibições: Não pode isto, não pode aquilo, não pode andar pelas ruas, não pode pegar nas mãos do próximo, não pode dar o abraço da paz e sendo assim não pode nem transar, foi como já me disseram. Tem gente que ignora a situação (digamos a situação), e toca a vida ou tenta tocar a vida como se nada estivesse acontecendo e ainda ousa dizer: ... que não acredita nas precauções que estão sendo orientadas e adotadas
As famigeradas “redes sociais”, uma palavras que virou uma pandemia, é tudo, tudo sobre a PANDEMIA C**** que eu não me atrevo qual aquela minha miga, em pronunciar esse nome que exprime a devastação, o pavor, a mortandade. De locuções estas, me lembro que na minha infância os nomes DIABO, DEMÔNIO e CAPETA - todos com o mesmo personagem - eram palavras que despertavam o vômito e a recusa da nossa aversão e dos nossos preconceitos. Depois, desabrocharam as igrejas pentecostais servindo riqueza e felicidade na bandeja e esses malfadados nomes passam a ser expostos como bandeira de tiro ao alvo. Melhor dizendo: “matéria prima” de sua pregação. E nessa popularidade qual um prato de arroz doce, o DIABO tornou-se o contra-ponto, o suporte desses mensageiros da riqueza, da felicidade e da salvação.
Nessa PANDEMIA dos nossos dias, a gente vê estupidez – excentricidades extravagantes e desnecessárias. Rodadas de alcoólicos ou carnívoros sejam torcedores ou “comemoradores” em torno da mesma mesa juntinhos uns dos outros interagindo entre saliva e contatos, quando a recomendação – antes que era de um metro de distância e agora é de dois metros nas mesas de restaurante – por exemplo. Mas o que me motivou a estas catilinárias são alguns pontos distintos que exalam dessa PANDEMIA.
Ponto número hum: - Farmácias, supermercados, feiras-livres esses podem abrir. É verdade que que envolvem gêneros indispensáveis à sobrevivência material. E a vulnerabilidade que a olhos nus campeia por lá? E a mistura de gente por lá? E o risco de contágio que se expressa por lá? Ponto número dois: ônibus, metrôs aviões, estes estão sendo escanteados, rejeitados. Mas... as VANS e os taxi’s e mototaxi’s, esse podem e devem. Está certo que o povo há que ter o transporte público, até mesmo para o exercício da liberdade de ir e vir, mas é preciso notar que, consoante a tônica geral esses e outros, assim como as ruas, os bares, os estádios, as igrejas são ponto de convergência e propagação dessa malsinada pandemia.
Falando nisso, vejo uma matéria que anuncia que uma “denominação cristã”, obteve na Justiça, o direito de realização de seus cultos. Coletivos, é claro! Será uma falsa notícia? Será mentira ou será verdade? Enquanto isso a Igreja Católica se fecha. até parece que nesse passo e nesse impasse há “dois mundos”. O mundo de um segmento evangélico resguardado por uma decisão judicial (?) para andar e desandar e o mundo de um segmento católico, freado, retrancado, seguindo a tônica geral, bem como a orientação do seu Líder Maior, o Papa. Enquanto isso a “dona Rede Globo”, que não dá ponto sem nó, auto proclamou-se a SENHORA CORONAVIRUS, sabichona, professoral e multifacetária. Aonde será que esse prego vai atravessar, heim?!
Nesse mar de tantos ensinamentos, doutrinas, orientações e pregações em áudio e vídeo que se espalham por todos os cantos e recantos do universo, sobressaem-se lições e pontuações da Bíblia, dando múltiplas explicações sobre o quanto ora acontece. Até Raulzito, Maluco Beleza confesso, ressuscita com O DIA EM QUE A TERRA PAROU. A gente ouve e parece que a composição se fez à previsão dessa pandemia a que ora vivemos. Nesse passo e nesse impasse, o que desponta é a PANDEMIA que se alastra sobre tudo e sobre todos, ainda que com visões, comportamentos e opiniões diferentes. Umas colidentes, outras divergentes. Enfim, a PANDEMIA, em meio a tanta gente!
Agora, escuta só! Escuta só! Sábado à tarde, quatro da tarde! O cidadão (digamos cidadão), pega sua churrasqueira, traz pra porta da rua e, resfolegante e ofegante a soprar e em abanar e em seguida espetar e assar e comer o seu churrasco ali, na calçada, na porta da rua, pouco adiante da curva do precipício, em meio à sua laia. Gente assim não respeita nem a si, nem aos seus, nem a mais ninguém. Indivíduos assim deveriam ser presos, apanhar na bunda como apanham outros, pagar uma multa e aguardar na prisão até que a PANDEMIA se dissipe, lá pelos meados do segundo semestre do ano e mais adiante consoante previsão do senhor MANDETA que virou o arauto-mor dessa PANDEMIA, ao lado da Rede Globo que serve-se da pandemia e dela faz a pandemia da pandemia.
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