O texto abaixo tem a ver com a cultura e a audiência do antigo rádio/AM, na capital e na Baixada Ocidental do Maranhão, para onde costumeiramente, nas noites, eram dirigidos os avisos do “CORREIO DO INTERIOR”, na antiga Rádio Difusora /AM. O texto infra, foi publicado na minha crônica cativa, há 12 anos,  PÁGINA DE SAUDADE, no programa CLUBE DA SAUDADE, Rádio Mirante/AM, domingo, às 08h. Vejamos:

 

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Distantes se vão aquelas noites: Oito da noite! E o Programa no rádio, CORREIO DO INTERIOR!!!  Os homens sérios daquele tempo: pequenos comerciantes, empresários, negociantes, donos de lanchas, barcos, festas e festejos, utilizavam-se da comunicação fácil e direta que era o programa Correio do Interior para mandar seus avisos pelo rádio/AM, ao entrelace da comunicação precária daquele velho tempo. O CORREIO DO INTERIOR era, no meu imaginário e ao comparativo dos nossos dias, algo como o JORNAL NACIONAL. Era o tempo das noites de lamparina a querosene,  nos rincões do interior. A televisão, da qual nem se falava nem se sabia, estaria longe da realidade dali. O senhor meu pai que já vinha à sintonia da VOZ DO BRASIL, postava-se entre silencioso e atento, na hora dos avisos do CORREIO DO INTERIOR.        

Faz 12 anos (12 anos), quando iniciei a minha participação NESTE CLUBE DA SAUDADE, um dos meus primeiros textos teve o título de “EM TEMPOS DE CORREIO DO INTERIOR”. E dizia: ABRE ASPAS  Em tempos que lá se foram, os meios de comunicação, no Maranhão, eram  escassos. Telefone era para endinheirados e ainda assim para poucos; celular nem se imaginava; internet muito menos. A comunicação girava em torno de telegramas, de cartas pelos correios, das famosas “cartas por mão própria”; de bilhetes até. O rádio FM não existia.  É desse tempo o reinado do Rádio / AM; é desse tempo a inesquecível Rádio Difusora dos irmãos Bacelar, dona da bola e da audiência, um nome que por si só se impunha nos meios da rádio-difusão, levando a notícia, a música, o esporte – enfim a informação por todos os lares, na cidade e no interior. É desse tempo o programa de avisos - CORREIO DO INTERIOR. FECHA ASPAS

Desde moleque que tenho o rádio no sangue, na alma e no coração. E, nesse veio, o jornalismo de modo geral. E então os velhos programas de rádio, seus apresentadores e sua canções e os encantos do rádio, me despertavam uma velha paixão. Parafraseando ao Roberto; “... eram tantas as emoções...”  No restaurante do SESC, na Deodoro ao meio dia, Lauro Lauro Leite,  por exemplo, fazia do horário uma pintura e arquitetura da notícia. E nesse meio-campo, O IMORTAL Bernardo Almeida, em DIFUSORA OPINA, fazia a festa E dava um baile  E eu, naquele almoço, tinha um banquete de notícia e opinião. Deus salve o restaurante do SESC, a serviço do social.

Foi o meu ídolo, o escritor, político, cronista e intelectual Bernardo Almeida, que nas páginas do seu livro ERAMOS FALIZES E NÃO SABIAMOS, na crônica “RÁDIO GRAU DEZ”,  que entre tantas riquezas extraordinárias, nos traça esta lembrança: ABRE ASPAS Mandamos vir de Fortaleza o mais famoso locutor nordestino, Ivan Lima da Rádio Uirapuru... Apesar do rigor da nossa programação éramos obrigados a admitir a divulgação de avisos de interesses dos ouvintes, mesmo sabendo que significava um abalo em nosso prestígio. As cidades maranhenses viviam muito isoladas, os telegramas chegavam aos destinatários com enormes atrasos. Logo nas primeiras noites, após sua vinda, IVAN LIMA proibiu transmissão desses avisos, alegando que estávamos fazendo o papel de amplificadora. À noite, em forma de programa, com a característica que se tornou inconfundível, estava no ar o CORREIO DO INTERIOR” FECHA ASPAS. 

 

Muitas das vezes o anunciante queria mesmo era ouvir o seu nome no rádio. Porque o rádio/AM foi a febre de audiência: “Aviso pra mamãe que cheguei em paz e fiz boa viagem”. Aquele outro dizia: Atenção seu Manelão em Jacioca Bequimão, o tucum tem preço não”. E aquele outro: Peço que mande dois animais me apanhar no Porto das Gabarras, em Anajatuba, na terça feira. E a firma CHAGAS E PENHA, na capital, avisava aos comerciantes seus parceiros no interior que o coco babaçu sofreu baixa, na bolsa de valores,  na cotação do dólar. E só assim a gente mal entendia o sobe e desce  do preço do coco babaçu.  Era, enfim, um tempo e o reinado do  CORREIO DO INTERIOR. 

 

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Com este texto eu homenageio o aniversariante e a VIDA e dedico a ELE sob as Graças do CRIADOR, em mais um ano que passou. E com os seus ouvidos ouviu todos os sons; com os seus olhos distinguiu e contemplou todas as cores e olhou o mar e o rio e as paisagens em volta;  com suas cordas vocais, ora falou, ora gritou, ora silenciou. E com o senso do seu sensorial, sentiu o calor e o frio, sentiu a alegria e a nostalgia. E com a higidez do seu corpo, todos os passos, amassos e abraços – Ele: um dos mais longevos e amados e honraria do Rádio A/M do Maranhão! A maior e melhor interpretação da notícia e de um texto, como bem assim dos meus textos. Ele, o aniversariante JOSÉ SANTOS,  líder da confraria e da mais que trintenária apresentação deste CLUBE DA SAUDADE!!!! Sim porque louvar o aniversariante e o aniversário é louvar a vida!!!  É agradecer a Deus pela vida!!! PARABÉNS JOSÉ SANTOS, pelo teu aniversário. Parabéns pela vida da tua vida!