Mariane Crespolini, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, destaca que a reação dos preços do boi gordo no mercado físico é explicada pela entrada da entressafra.
Nas primeiras semanas de julho, houve uma queda maior da arroba, explicada por vendas decorrentes da queda de temperaturas, que deixaram alguns pecuaristas sem pasto. Agora, há uma redução no número de animais prontos para abate, além de um volume pouco expressivo de animais de primeiro giro, que ainda está por vir.
Algumas indústrias que estavam foram das compras também estão voltando ao mercado. Entretanto, há pouco consumo e uma economia com problemas políticos, fatores que tornam difícil prever se a tendência de reação dos preços se fará presente nesta entressafra.
Do lado das exportações, que foram de 106 mil toneladas em julho, resultando no maior valor do ano e um faturamento 40% maior do que em julho de 2016, a demanda está aquecida. Crespolini destaca que o trabalho de diplomacia feito pelas autoridades com os importadores do setor foi essencial para que o comércio fosse retomado. Nas prateleiras, a queda das carnes suína e de frango foram maiores, o que influencia as contas dos consumidores.
Na BM&F, o preço do boi gira em torno de R$137/@ para outubro. Por mais que ainda não existam negócios efetivos, a procura por boi magro aumentou, já que a resposta deve vir nos animais de confinamento de segundo giro.
Contudo, a pesquisadora lembra que a bolsa não dá nenhuma garantia de que o preço para outubro será este mesmo ou que esse movimento de alta se mantenha. Por isso, ela destaca a importância de usar a cotação atual como uma ferramenta de proteção de preços.
Assim, os produtores podem optar por se posicionar em mecanismos de ajuste diário ou pelo mercado de opções.
A pesquisadora disponibilizou seu e-mail para tirar dúvidas dos produtores sobre o processo necessário para travar os preços no mercado futuro: mariane@cepea.org.br