Secretário de Agricultura do Estado do Tocantins, Clemente Barros: "A Seagro participa constantemente de encontros em outros estados, buscando alternativas de solução para o problema"

Às vésperas do início do pagamento das parcelas dos empréstimos bancários e já no período de corte, os 60 mil hectares de eucaliptos plantados no Tocantins há sete anos podem ter destino alternativo. Sem perspectiva para venda em indústria de celulose, outras alternativas são discutidas.
Por meio de "nota de esclarecimento" enviada à imprensa, o secretário do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Seagro), Clemente Barros, afirmou que entre as soluções estão: a comercialização do eucalipto para construção de cercas em chácaras e fazendas e a transformação da madeira em cavacos, para vender para empresas que armazenam grãos e que utilizam a matéria prima para secagem de grãos.
Ao custo de R$ 3,5 mil o hectare, o rombo estimado no setor caso uma solução não seja encontrada pode ser de mais de R$ 210 milhões. Clemente Barros confirmou que o Estado do Tocantins, por meio da Seagro, tem conhecimento sobre a dificuldade de comercialização do eucalipto produzido no Tocantins.
Ele confirmou que houve reuniões para tratar do caso. "[A Seagro] tem se empenhado em apoiar os produtores na resolução do problema, tanto assim que já aconteceram várias reuniões, com produtores de eucalipto e empresários da indústria de celulose, na tentativa de facilitar a venda do produto", disse.
O secretário afirmou que a Seagro "apoia a comercialização, e que neste sentido segue no diálogo com instituições públicas, financeiras e de logística, em busca de parcerias que possam, por meio da união de esforços, atrair empresas transformadoras para o Estado".

Atividade dos grandes
O gestor explica que a produção de eucalipto é uma atividade desenvolvida, geralmente, por grandes empresários, e que os projetos de produção deles são feitos por empresas de assistência técnica privadas. "A Seagro participa constantemente de encontros em outros estados, buscando alternativas de solução para o problema e que recentemente foi incluída como membro na Câmara Setorial de Florestas Plantadas, do Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento], onde são discutidas, junto às entidades mais relevantes do setor no cenário nacional, os diversos ramos desta atividade e as possibilidades de comercialização dos produtos", disse.

Discussão na Agrotins
Clemente Barros confirmou ainda que o governo do Estado, por meio da Seagro, apresentará, nesta edição da Agrotins, "ideias para diversificação do uso da madeira de eucalipto, tendo como destaque uma casa construída de toras de eucalipto". "A empresa que constrói as casa é tocantinense. A difusão de mais esta possibilidade vem ao encontro dos esforços de aumentar o consumo das florestas plantadas no Estado", finalizou.