Em seu quinto e último mês de coleta de dados, o Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contabiliza mais de 200 mil propriedades recenseadas em todo o Maranhão. Os trabalhos estão chegando em sua reta final e em breve todos os resultados serão divulgados.
De acordo com o último levantamento realizado nesse domingo, dia 18, um total de 212.677 estabelecimentos agropecuários haviam sido recenseados em São Luís e no interior do estado, correspondendo a 73,6% do total estimado, que são mais de 280 mil propriedades em todo o Maranhão.
Diminuição
A previsão é que o levantamento das informações, iniciado em outubro de 2017, se estenda até o final de fevereiro em todo o Brasil. Já a divulgação dos primeiros resultados oficiais deve acontecer nos meses seguintes.
Contudo, mesmo com os recenseadores ainda em campo e na reta final da coleta de dados, já é possível obter algumas informações preliminares que mostram o cenário mais recente do setor rural de determinados municípios maranhenses.
Mais eucalipto
Um exemplo pode ser visto em Imperatriz (distante aproximadamente 700 km de São Luís). Pelos dados preliminares do andamento da coleta, a cidade pode apresentar uma diminuição na quantidade de estabelecimentos agropecuários. O motivo deve-se ao desaparecimento de muitas propriedades rurais que foram compradas para dar lugar a plantações de eucalipto na região. Situação semelhante também pode ser observada nas cidades de Açailândia e Itinga do Maranhão, municípios vizinhos em que foi registrada a mesma situação.
Diminuições na quantidade de estabelecimentos podem ocorrer na subárea de Pinheiro, composta pelos municípios de Peri Mirim, Bequimão, Pinheiro e Presidente Sarney, localidade essa em que predomina a criação de gado e a produção de mandioca. Algumas propriedades dessa região deixaram de existir e, por essa razão, está acontecendo a diminuição de quantidade de estabelecimentos recenseados.
Na subárea de Carutapera, os dados preliminares da coleta apontam para diminuições na quantidade de estabelecimentos em cidades como Carutapera e Luis Domingues, pois muitas propriedades também deixaram de existir com o passar do tempo. Dessa forma, houve exclusões de estabelecimentos na lista prévia.
Aumentos
Por outro lado, a coleta de dados do Censo Agropecuário no Maranhão mostra preliminarmente aumento na quantidade de estabelecimentos em algumas regiões. Essa situação pode ser observada em municípios como Nova Olinda do Maranhão, Presidente Médici e Santa Luzia do Paruá, todos pertencentes à subárea de Governador Nunes Freire, em que o cultivo da mandioca para a produção da farinha está sendo um dos responsáveis pelo aumento na quantidade de propriedades.
Mas é importante destacar ainda que nessa mesma subárea aconteceram diminuições na quantidade de estabelecimentos, como nas cidades de Centro do Guilherme, Centro Novo do Maranhão e Governador Nunes Freire. Nesses locais, diversos agricultores venderam as suas terras para grandes empresas, enquanto que outras propriedades deixaram de produzir.
Além disso, também foi registrada na região uma estiagem entre os anos de 2016 e 2017, fazendo com que muitas pessoas não plantassem no período de referência do Censo Agro (1º de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017), época essa em que essas propriedades não estavam em atividade.
Na subárea de Cururupu, a expectativa é que haja aumento na quantidade de estabelecimentos. Isso porque foram registradas inclusões de propriedades na lista prévia em todos os municípios que compõem essa subárea. Ainda na localidade, a próxima etapa da coleta acontecerá em 16 setores censitários localizados no litoral dos municípios de Apicum Açu (5) e Cururupu (11).
Contudo (ressalta o IBGE), é importante ressaltar que apenas no término da coleta de dados nos municípios é que será possível saber, de forma geral, se houve aumento ou diminuição na quantidade de estabelecimentos agropecuários no Maranhão e em todo o Brasil. Também será possível identificar as características agropecuárias de cada propriedade e região, trazendo um diagnóstico mais atual e profundo sobre o setor rural brasileiro.
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