Entre 11 e 13 de dezembro, acontece no Tocantins mais um módulo de capacitação em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Desta vez, serão abordados corte final de floresta de eucalipto, avaliações técnica e econômica e planejamento de novo ciclo de integração. A capacitação é parte de projeto de transferência de tecnologia que envolve a Embrapa, a Rede ILPF e vários parceiros.
Está reservado um dia inteiro para a apresentação das planilhas de monitoramento de propriedades acompanhadas pelos técnicos ligados ao projeto. Grande parte é do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) e outra parte é da iniciativa privada, por exemplo ligada ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Essas propriedades são consideradas Unidades de Referência Tecnológica (URTs), servindo de modelo para outras na aplicação de tecnologias.
Além desse componente mais prático, em que os técnicos capacitados acompanham propriedades buscando aprimorar seus resultados, o projeto possui uma parte teórica, que é formada pelos módulos de capacitação. Quem coordena esse componente teórico é o pesquisador da Embrapa Deivison Santos, ligado ao Núcleo Temático de Sistemas Agrícolas da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO).
Ele fala do componente florestal que será abordado no próximo módulo da capacitação. “No caso do cultivo de eucalipto no Tocantins, existem alguns pontos que devem ser considerados quanto à viabilidade de cultivo: o primeiro deles é o mercado para absorver a produção, ou sua utilização na propriedade (como estacas, mourões ou lenha, por exemplo). Pois, para viabilizar o cultivo é preciso ter a questão da venda muito bem resolvida previamente, para não ficar com um produto sem comprador”, explica.
Deivison relata os diferentes usos da espécie: fins madeireiros, como estacas, mourões e serraria, por exemplo; celulose; e energético (como lenha). O pesquisador conta que ainda não há clones de eucalipto que sejam adaptados às condições edafoclimáticas (de solo e de clima) do Tocantins, o que acaba limitando a produção, sobretudo em solos arenosos, uma característica do estado.
No entanto, de acordo com ele, “resultados preliminares de pesquisa conduzida na região de Palmas pela Embrapa e pela Seagro têm indicado bom desempenho de alguns clones que já são utilizados no Norte de Goiás. Porém, é preciso avançar nos trabalhos para verificar se é possível atingir resultados similares em outras regiões do estado”.
Sobre a capacitação: este é o quinto e último módulo da capacitação em ILPF. Ao todo, participaram cerca de 60 técnicos da assistência técnica no estado, tanto da área pública (técnicos do Ruraltins), como da área privada. Durante três anos, foram vários os temas abordados nos diferentes módulos, a exemplo de conservação e fertilidade de solos, cultivo de grãos em ILPF, manejo de pastagens e do rebanho em ILPF e cultivos perenes, incluindo árvores frutíferas e florestais.
Quanto ao que o projeto deixa para a assistência técnica e a transferência de tecnologia no estado, Deivison cita a rede constituída e que vem funcionando. “Acredito que o legado mais importante do projeto é a rede de técnicos da assistência técnica e extensão rural (Ater) que foi formada e qualificada, aplicando as tecnologias diretamente nas propriedades atendidas e que se tornaram unidades de referência tecnológica (URT), que estão distribuídas por todo estado, além de serem pontos de difusão das tecnologias de ILPF para outros técnicos e produtores de suas regiões”, afirma.
Este último módulo tem a parceria da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), do Ruraltins, da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Publicado em Agronegócios na Edição Nº 16271
Comentários