Faleceu no domingo, 26, aos 87 anos, Frei Henri des Roziers, um dos principais atores na luta pela Reforma Agrária e no combate ao trabalho escravo no Bico do Papagaio e no Pará. Henri foi a óbito em Paris, sua cidade natal, em decorrência do agravamento de seu estado de saúde, pois ele já havia sofrido acidentes vasculares cerebrais e tinha uma miopatia congênita, que paralisava seus músculos.
Formado em Direito e com PhD em Direito Comparado, pela Universidade de Cambridge, Henri foi ordenado sacerdote em 1963 e um dos maiores defensores dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses não só no Tocantins, mas em toda região de fronteira agrícola da Amazônia brasileira.
Seu trabalho no Estado começou em 1979, quando ainda era norte goiano. Durante anos, Henri foi o único defensor dos trabalhadores nessa região. "Henri possuía uma força interna e um coração sem tamanho, tanto que se tornou referência no acolhimento de vítimas do combate ao trabalho escravo e na denúncia desse crime à Justiça e ao mundo", diz a Secretaria de Cidadania e Justiça do Estado do Tocantins (Seciju), em nota de pesar lamentando o falecimento do ativista.
De acordo com Suami Freitas, diretora de Direitos Humanos da Seciju, frei Henri trabalhou mais de 40 anos no combate ao trabalho escravo e deixou como legado a perseverança, "pois jamais, mesmo após ameaças de morte, desistiu de seus ideais".
Para o secretário da Cidadania e Justiça e presidente da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo do Tocantins (Coetrae), Glauber de Oliveira, frei Henri "sempre será lembrado como um homem que provou que nunca se deve desistir de lutar por um mundo melhor, sem injustiças".
Publicado em Agronegócios na Edição Nº 16016
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