Ministro diz que taxar agronegócio é “abraço de enforcado”

BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou estar preocupado com a possibilidade de tributar empresas exportadoras do agronegócio para fechar as contas da Previdência Social. Em audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA), ele negou que o assunto tenha sido tratado com a equipe econômica do governo interino.
A imprensa, o jornal “O Estado de São Paulo”, entre outros, tem insistido que a cobrança de INSS sobre as empresas exportadoras do agronegócio seria um dos pontos da Reforma da Previdência. Se a companhia venda para fora do país, não paga o tributo. Já sobre a comercialização no mercado interno, incide uma alíquota de 2,6%.
Em resposta aos senadores, o ministro classificou a medida como “abraço de afogado”. “Precisamos saber de onde vem essa conversa. Na quarta-feira (22), tivemos reunião com o presidente e ninguém levantou o assunto. Meu papel é defender o produtor. Não concordo com isso”, disse, conforme a Agência de Notícias do Senado.
Falando aos parlamentares sobre suas prioridades à frente do Ministério da Agricultura, Blairo Maggi, que também é senador, disse que fará uma série de viagens para discutir a abertura de mercado para os produtos brasileiros. Ele já viajou para a China, onde discutiu as relações com o país asiático no comércio agropecuário.
Nesta nova “rodada”, entre os países citados como potenciais mercados para os produtos brasileiros estão Myanmar, Coreia do Sul, Vietnã e Nigéria. “A ideia é não colocar todos os ovos numa cesta só. Fazer essas visitas para ampliar nosso mercado”, afirmou, ainda conforme a Agência Senado.

Milho

Blairo Maggi também admitiu a possibilidade de o governo adotar uma medida que viabiliza a importação de milho, a exemplo do que foi anunciado para o feijão. A medida serviria para conter a alta do produto no mercado interno, além de garantir o abastecimento da indústria de aves e suínos, que estão com os custos pressionados pelo preço do cereal.
“Tem que mostrar ao produtor que se o milho subir muito de preço, nós vamos também, a exemplo do que fizemos agora com o feijão, liberar a importação. O que não podemos deixar é que o mercado fique especulativo e leve o milho a 60 reais”, afirmou o ministro.
Ele também defendeu a elevação do preço mínimo do cereal para R$ 18 a saca de 60 quilos. E garantiu que está “provocando” o governo a liberar o novo patamar. (Com informações da Agência Senado)