O desempenho do sistema de produção de gado de corte sustenta-se em três pontos básicos: o melhoramento genético que oferece animais com melhor potencial produtivo; a nutrição animal que vai colocar à disposição dos animais o balanceamento nutricional ideal para o momento fisiológico do animal com vistas a garantir a expressão genética; e, finalmente, o controle sanitário que vai proporcionar o bem-estar do animal, garantindo, junto com a nutrição, a resposta em produtividade esperada pelo investimento.
Para evitar o comprometimento deste sistema, tornam-se indispensáveis medidas preventivas que diminuam a morbidade e mortalidade, causas frequentes de queda de produção. Portanto, o manejo sanitário de bezerros assume uma função importante.
Optando-se por medidas profiláticas para os bezerros de corte, vale a pena lembrar que, no Brasil Central, a "monta" concentra-se na estação chuvosa (outubro a janeiro), e os nascimentos no período de julho a outubro. Devido a essa concentração de nascimentos, há uma série de medidas preventivas com datas certas para serem executadas, sob pena de se ter uma grande perda econômica.
Os cuidados começam com as vacas prenhes, separando-as, pelo menos, no último mês de gestação, em um pasto maternidade de fácil acesso e boa qualidade de pasto, de água e de sombra, além da carga-animal adequada.
Para garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento dos animais durante a vida, é preciso que os bezerros recebam anticorpos maternos, através do colostro, nas primeiras horas de vida (no máximo até 6 horas). Normalmente, a natureza providencia esse "manejo". No entanto, nos casos em que a vaca não produz o colostro, ou que, por algum motivo, o bezerro não receba este leite da mãe, é indispensável que seja utilizado o colostro de outra vaca recém-parida. O colostro constitui uma fonte rica em nutrientes e anticorpos, os quais, após sua ingestão, transmitem ao bezerro considerável imunidade contra uma série de agentes infecciosos.
Outra prática de fundamental importância para garantir o bom desenvolvimento do bezerro é a "cura do umbigo". Tal prática evita contaminações por agentes infecciosos do meio externo que, de forma ascendente, através do umbigo, causam infecções generalizadas no bezerro, como também a instalação de miíases. O umbigo deve ser cortado na medida de dois dedos e desinfetado com iodo na concentração de 10%, ou produto similar, imediatamente após o nascimento. Essas duas práticas, quando bem executadas, auxiliam grandemente o bom desenvolvimento dos bezerros a campo.
A diarréia é um sinal clínico que pode ser observado com freqüência nos bezerros. Entretanto, várias causas podem desencadear este processo, começando por apenas um pasto novo e tenro até diversos tipos de agentes infecciosos. Para um diagnóstico adequado faz-se necessário o auxílio do veterinário com vistas a se efetuar um tratamento adequado para cada caso.
Algumas doenças podem ser evitadas com um esquema de vacinação adequada. Para a prevenção do paratifo ou salmonelose as vacas devem ser vacinadas no oitavo mês de prenhês (amojando), e os bezerros devem ser vacinados entre 15 e 20 dias de vida.
No caso da febre aftosa, deve-se seguir a orientação do órgão de defesa estadual e sua política de controle desta doença, rigorosamente, para que o rebanho não perca peso e, além disso, possa ser mais competitivo no mercado internacional.
O controle de brucelose deve ser feito através de vacinas ministradas em dose única em fêmeas com três a oito meses de idade. Estas devem ser marcadas com um "V" na "cara esquerda" acompanhado do último dígito do ano de vacinação. O exame contra brucelose e a identificação dos animais positivos é uma ferramenta importante para a realização do controle. O controle da brucelose é importante tanto do ponto de vista econômico, pela redução das perdas de animais durante o período de gestação, como também quanto ao aspecto de saúde pública, uma vez que esta doença pode ser transmitida ao homem.