O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, um dos mais influentes líderes do agronegócio do sul do país, afirmou que “não será pacífica” a possibilidade de retorno da senadora Kátia Abreu à CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
A ex-ministra conseguiu aval da Comissão de Ética da Presidência da República para não cumprir a quarentena de 180 dias prevista em lei para agentes públicos. “Até agora, ela não se manifestou formalmente à CNA. Mas o setor não quer ela de volta, esse processo não será pacífico”, disse Sperotto. As informações são do blog SuperSafra, assinado por Joana Colussi.
Segundo ela, a tentativa de Kátia, porém, deverá ser barrada por representantes do agronegócio que não querem Kátia no comando da entidade novamente.
Estatuto da CNA
Joana Colussi informou ainda que o estatuto da CNA, porém, é vago sobre essa possível volta – abrindo espaço para um retorno imediato. A maneira de barrar seria o conselho da CNA pedir o afastamento de Kátia, em assembleia extraordinária. “Vamos trabalhar para que ela não reassuma o cargo”, afirmou Sperotto.
Resistência da classe
O descontentamento de 26 das 27 federações de agricultura do país se deve ao fato de Kátia ter decidido permanecer no governo de Dilma Rousseff, mesmo após a CNA e praticamente todas as grandes entidades representativas do setor terem se posicionado publicamente a favor do impeachment da presidente afastada. A atitude da senadora provocou revolta entre os dirigentes da entidade.
Reeleita presidente da CNA pela terceira vez em 2014, para mandato que terminará em dezembro de 2017, Kátia está licenciada desde janeiro de 2015 – quando assumiu a pasta na Esplanada dos Ministérios. Desde então, seu vice, João Martins, assumiu a presidência da entidade. Recentemente, ele chegou a declarar que a ex-ministra “traiu a classe” e que não havia clima para ela voltar.
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