O Brasil está entre os dez países com a maior área de lavouras irrigadas do planeta. É o que aponta o último estudo feito pela Agência Nacional de Águas (ANA). Entretanto, o número positivo não representa um amplo aproveitamento de toda as possibilidades oferecidas pelo país.
De acordo com o "Atlas Irrigação: uso da água na agricultura irrigada", atualmente o país tem 6,95 milhões de hectares (Mha) que produzem alimentos utilizando diferentes técnicas de irrigação, porém esse número representa apenas 20% da área potencial para a atividade.
De acordo com o levantamento, a Região Sudeste apresenta 2.709.342 hectares (ha) irrigados; a Sul, 1.696.233; a Norte, 194.002 ha; a Nordeste, 1.171.159; e a Centro-Oeste, 1.183.974. O estudo da ANA destaca quatro métodos de irrigação como os principais no país: por superfície, subterrânea, por aspersão e localizada, especialmente usadas no agronegócio.
O estudo da ANA destaca quatro métodos de irrigação como os principais no país: por superfície, subterrânea, por aspersão e localizada, especialmente usadas no agronegócio. Seguindo estes dados, é possível estabelecer um padrão de uso entre os métodos e culturas:Inundação e o arroz; Gotejamento, o café e a fruticultura; Aspersão convencional com carretéis enroladores (hidro roll) e a cana-de-açúcar; Pivôs centrais e a produção de outros grãos, em especial algodão, feijão, milho e soja.
É importante a observar a necessidade do uso da irrigação, é o caso de regiões afetadas pela falta contínua de água, como no Semiárido. "Em regiões afetadas por escassez em períodos específicos do ano, como na região central do país (entre maio e setembro), diversas culturas viabilizam-se apenas com a aplicação suplementar de água nesses meses, embora a produção possa ocorrer normalmente no período chuvoso", acrescenta o estudo.
Quando aplicar a irrigação?
Os especialistas reforçam que não existe um método ou sistema de irrigação ideal. Cada um tem seus benefícios: A irrigação superficial é mais econômica e apresenta menos tecnologia atrelada. Mas um terreno com boa infiltração e maior declividade não é favorável a esse método. A aspersão, por sua vez, não será adequada para regiões com ventos fortes. Os métodos localizados, em que pese as altas eficiências, não são adequados para culturas temporárias (milho, feijão, arroz, soja), requerem boa qualidade da água e possuem alto custo de implantação e manutenção.
A recomendação é que a seleção do método e do sistema para determinado local passe por uma avaliação integrada de componentes socioeconômicos e ambientais, incluindo a disponibilidade e a qualidade da água. Após a seleção de método e do sistema, a eficiência qualiquantitativa do uso da água passa a ser função do manejo adequado das culturas, dos equipamentos e dos recursos ambientais.
Quais os benefícios da tecnologia?
Os pesquisadores ressaltam que dentre os potenciais benefícios da irrigação, pode-se destacar: aumento da produtividade da ordem de 2 a 3 vezes em relação à agricultura de sequeiro; redução do custo unitário de produção; utilização do solo durante todo o ano com até três safras ao ano; utilização intensiva de máquinas, implementos e mão-de-obra; aplicação de agroquímicos e fertilizantes por meio do mesmo equipamento da irrigação (quimigação); aumento na oferta e na regularidade de alimentos e outros produtos agrícolas; atenuação do fator sazonalidade climática e dos riscos de produção associados; preços mais favoráveis para o produtor rural; maior qualidade e padronização dos produtos agrícolas; abertura de novos mercados, inclusive no exterior; produção de sementes e de culturas nobres; elevação da renda do produtor rural; regularidade na oferta de empregos; modernização dos sistemas de produção, estimulando a introdução de novas tecnologias; plantio direto com sementes selecionadas; e maior viabilidade para criação de polos agroindustriais.
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