Nessa quarta-feira (1), a soja teve um dia positivo na Bolsa de Chicago (CBOT), com altas de dois dígitos nos principais vencimentos, após um movimento negativo dos últimos pregões.
De acordo com Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, este movimento se deve à reversão de posições por parte dos compradores, além de muitos investidores saindo do mercado de ações e passando para o mercado de commodities. O retorno das atividades na China após o feriado do Ano Novo Chinês também deve trazer forças para o mercado de demanda nas próximas sessões.
No Brasil, os vendedores ainda se encontram retraídos, com os produtores de olho na colheita, enquanto a chuva atrapalha os trabalhos em algumas áreas do país. Nos portos, os preços rondam em torno de R$ 75,5 a R$ 76,5, mas um preço remunerador estaria por volta de R$ 78 a R$ 80 para as posições de curto prazo.
A mesma situação também ocorre nos Estados Unidos, já que os produtores começam a fazer suas negociações quando as posições de Chicago + prêmios atingem os US$ 11 a US$ 11,20/bushel. Como o prêmio é de US$ 0,35 a US$ 0,40, as negociações também não são interessantes para os americanos no momento.
Até que haja novas notícias sobre as condições da safra na América do Sul, o mercado poderá ter dificuldade para chegar a US$ 11/bushel a curto prazo, como aponta Brandalizze.
Ele lembra que os produtores que seguraram a soja até agora no Brasil precisam ficar atentos ao mercado, já que os compradores virão em busca de grãos e a demanda continua crescente após um forte inverno no Hemisfério Norte, que vai precisar repor matéria-prima a partir de março.

Milho
O milho, que chegou a patamares de R$ 31 a R$ 33 nos portos brasileiros, não tem espaço de baixa no físico nacional, já que os vendedores estão fora do mercado e o Sul do Brasil enfrenta problemas de colheita por conta das chuvas. As variações via porto só poderiam ocorrer com altas em Chicago ou uma evolução via câmbio, que até o momento, está estagnado.