Após quebra da safra que chegou a registrar 50% em algumas partes da fronteira agrícola do Matopiba (no Tocantins a quebra, em média, foi de 30%), com prejuízo de aproximadamente R$ 1,54 bilhão, cada vez mais a expectativa para a produtividade da safra 2016/2017 é animadora. E o clima estará favorável para os produtores.
Um dos responsáveis por esse otimismo é o La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, causador dos prejuízos no ciclo passado. O La Niña proporciona chuvas mais regulares.
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja-TO) na região de Porto Nacional, Fabiano Buffon, admitiu que a produtividade neste ciclo deverá ser de 55 sacas por hectare no Tocantins. "Até o momento a situação é boa. No começo, tivemos uma irregularidade de chuva, mas após 10 a 15 de novembro voltou a chover bem e a lavoura desenvolveu bem", disse, em entrevista ao Canal Rural.
Produção no Tocantins
A estimativa é de área plantada de 1,2 milhão de grãos no Tocantins nesta safra, um aumento de 1,9% em relação ao ciclo anterior. Já a produção passará de 2,9 milhões de toneladas para mais de 4 milhões de toneladas, um aumento de 40%. A soja, grão mais cultivado no Estado, com área de 902 mil hectares, deve colher mais de 2,6 milhões de toneladas segundo a estimativa da Conab. Já o milho, principalmente o safrinha que houve grande perda, pois foi pouco plantado ou deixou de ser plantado em decorrência da estiagem, tem expectativa de plantar 155 mil hectares e colher mais de 705 mil toneladas, um crescimento de 30%.
A ação de La Niña
Os dois fenômenos oceânicos atmosféricos interferem no clima do Brasil causando alterações no padrão de temperatura e de chuva. E os efeitos do El Niño entre os anos de 2015 e 2016 foi um dos mais fortes no Brasil desde 1950.
Caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, um dos efeitos do La Niña no Brasil é aumentar as chuvas sobre o Nordeste. Além disso, o fenômeno também estimula a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul que facilita a formação de áreas de chuva persistentes.
De acordo com Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, o fenômeno La Niña já começa a atuar sobre o país, mas não com forte intensidade, e deve se afastar já no fim do verão.
Segundo a meteorologista da Climatempo, Josélia Pegorim, os principais centros de monitoramento do clima global concordam que a La Niña irá atuar de forma fraca em 2017. O fato é que este fenômeno favorece mais chuva em algumas áreas brasileiras e diminui em outras.
Ainda em 2017, as lavouras de cana, principalmente no leste nordestino e no Espírito Santo, também podem registrar alto nível de pluviosidade, o que deve favorecer a cultura.
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