O Instituto Agronômico (IAC), desenvolveu uma ferramenta que reúne, em uma "régua", informações necessárias para conhecer o potencial da produtividade média de cinco cortes de cana-de-açúcar. Os dados são importantes para orientar o correto plantio de cana-de-açúcar, considerando conhecimentos sobre o perfil varietal de acordo com o ambiente de produção e as práticas de manejo. Em outras palavras, a "régua" expressa o potencial dos ambientes de produção de cana no Brasil. A novidade nesta ferramenta está nas notas do intervalo de 10 a 20, que compõem as condições do manejo avançado. Até então, as "réguas" existentes traziam informações com notas até 10.
O novo recurso resulta de 13 anos de estudos de solos e ambientes de produção em usinas localizadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Essas usinas são conveniadas com o projeto Ambicana do Instituto Agronômico.
A "régua", que será distribuída aos canavicultores, traz informações sobre o ambiente, classificado de acordo com a expressão da produtividade agrícola. O conceito seis, por exemplo, refere-se à produção de 80 toneladas por hectare, que é a média nos canaviais paulista em curta distância", afirma.
Segundo Prado, no Brasil essas informações são precisas para as 35 unidades agroindustriais que contam com o Ambicana, projeto desenvolvido pelo Programa Cana IAC. No total, 1,5 milhão de hectares são plantados por essas empresas, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Piauí.
"Se essas empresas aumentassem a produção em apenas cinco toneladas, por hectare, o salto total seria de 7,5 milhões de toneladas", explica Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC, sobre a importância de o setor adotar tecnologia que amplia a precisão no cultivo.
Com as notas variando até 20, a "régua" prevê aumento significativo de produtividade para as próximas décadas. Atualmente, a nota máxima alcançada em canavial é 14,6, o que equivale à produtividade de 123 toneladas, por hectare, em cinco cortes. As 150 toneladas previstas na nota máxima da "régua" somente ocorrerão caso o manejo seja de irrigação plena e com uso de variedades responsivas à água.
O trabalho tem apoio da Syngenta, Cooperativa Agroindustrial (Coplana) e Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana) e Bayer.
COMO É O
AMBICANA
O projeto Ambicana do IAC já atuou em 35 usinas totalizando 1,7 milhões de hectares, onde o incremento é da ordem de cinco milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Por meio do Ambicana, a partir da avaliação das características edafoclimáticas de determinada região, o Programa Cana IAC orienta os produtores sobre as variedades mais adaptadas às condições diagnosticadas, viabilizando aumentos na produtividade. Com a adoção dos conceitos do Projeto Ambicana, desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC), é possível aumentar em cerca de 20% a produtividade dos canaviais.
De acordo com o pesquisador Marcos Guimarães de Andrade Landell, quando diferentes variedades de cana concorrem entre si, em determinado ambiente, algumas se destacam e outras não. O mesmo grupo de variedades, quando plantado em outro ambiente de produção, poderá ter produtividade bem menor em relação à outra variedade sem destaque no primeiro ambiente. "Esse processo ocorre devido à interação conhecida como genótipo versus ambiente, presente o tempo todo na grande lavoura. A rede experimental para caracterização de variedades permite, à luz das informações do Ambicana, uma perfeita interpretação desta interação", explica. Conhecer as condições ambientais de produção e o comportamento do material plantado garante o desempenho diferenciado de uma variedade, dependendo do local. (Da assessoria de comunicação do IAC, com Dia de Campo)
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