O governo federal lançou nesta semana um plano para impulsionar o desenvolvimento rural na região Nordeste. O programa, chamado AgroNordeste, deve ser implementado ainda neste ano ou até o fim de 2020 e a expectativa é que chegue em até 30 territórios até o ano 2021.
A iniciativa é voltada para pequenos e médios produtores, que já comercializam parte da produção, mas que ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem.
Inicialmente, o programa vai ser implantado em 230 municípios dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios e pode beneficiar uma população rural de 1,7 milhão de pessoas.
O técnico em agropecuária e consultor em agricultura orgânica, Valdecir Queiroz, de 52 anos, mora em Petrolina, Pernambuco, e aprovou a iniciativa do governo; afinal, segundo ele, os produtores da região Nordeste estavam, digamos que, abandonados.
"Esses produtores só não crescem mais por falta de apoio. O programa AgroNordeste chegou em boa hora e vai poder, de maneira geral, incentivar e apoiar o produtor no seu crescimento. Vai bem de encontro ao que está sendo pedido pelo produtor: assistência técnica. Com a inclusão dos órgãos de governo e os parceiros de governo, como o Sebrae, Senai, entre outros, vai alavancar mais o desenvolvimento da região Nordeste a partir do pequeno e médio produtor rural", disse.
Além disso, de acordo com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esse plano vai ajudar a diminuir as diferenças regionais que existem na agricultura.
"O Nordeste produz, hoje, mais do que o Centro-Oeste e o Sudeste em conjunto. Mas vai produzir cada vez melhor, com tecnologia e com apoio para o pequeno, que precisa de políticas públicas. E elas virão", garantiu.
Bom, em linhas gerais, o intuito do programa é aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.
Vamos dar um exemplo para você entender melhor: digamos que o produtor tenha cabras, e comercializa o leite delas. Porém, não vende o couro, o queijo que pode ser feito, a carne da cabra. A ideia é ampliar este mercado. Ou seja, cada território irá identificar quais são as principais necessidades e o que eles querem fazer para melhorar; afinal, cada um deles tem uma cadeia produtiva.
Segundo a ministra Tereza Cristina, o AgroNordeste vai ser desenvolvido em parceria com órgãos vinculados à pasta e instituições como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.
O programa vai contar também com o auxílio de outros ministérios, como o da Educação, da Cidadania, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e pelo ministério do Desenvolvimento Regional. A meta do programa é incrementar a renda dos produtores entre 20% e 50% no médio prazo.
Publicado em Agronegócios na Edição Nº 16526
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